Estou radiante até demais

328 38 1
                                    

    E então gente linda, faz um tempo desde a última vez que atualizei, mas saibam que não morri, só tive um bloqueio criativo e agora estou de volta. Tendo dito isso, espero que gostem :D

Ponto de Vista (P.O.V.): Rapunzel

    Estou de volta em casa, mas honestamente, não sei se estou feliz ou triste, na verdade, eu não sei nem o que pensar em um momento desses. Como contar para o meu irmão que agora que voltei, já tenho que partir? E pior ainda, como falar tudo isso para os meus pais? Por sinal, cadê o meu diário?
    São tantas coisas acontecendo num mesmo momento que simplesmente não sei como lidar com tudo. Sinto minha cabeça latejar em profunda dor. Aos poucos fecho meus olhos e me entrego para a dor, sinto a brisa bater em meu corpo, me levando para longe dali, em um mundo só meu e do meu subconsciente. Caio no chão desacordada.

[...]

    Eu vejo a todos, meus pais e irmão, sentados na mesa de jantar do palácio, conversando preocupados sobre mim:
    -Onde você esteve Rapunzel? - minha mãe pergunta, um pouco nervosa-
    -É, minha filha, ficamos nos perguntando se você estava segura -meu pai diz firme com uma expressão desgostosa-
    -Perdão papai, mamãe -olho para cada um, mostrando que não os deixei por mal- Deixem-me lhes contar tudo que aconteceu
    -É bom mesmo, exijo que explique-se já mocinha! -meu pai afirma, já irritado-
Meu irmão fica surpreso com tudo, mas não se pronuncia no entanto. Um silêncio constrangedor se fez presente quando resolvi me explicar.
    -Eu havia recebido uma carta anônima, muito bem escrita por sinal, que me convocava a encontrar seu possível escritor. Decidi assim, a fim de não os preocupar, ir às escondidas
    -Como é que é? -minha mãe fica abismada- Rapunzel, você podia ser sequestrada, chantageada e sabe-se lá Deus mais o quê! Você está louca?
    -Eu sei mãe, mas eu queria descobrir quem escrevia tão bem e era assim tão misterioso -tento mostrar meu ponto- E no fim deu tudo certo, não?
    -Isso é você quem tem que nos dizer! -já fora de si, meu pai se pronuncia-
    -Papai, acalme-se -meu irmão afirma- Você parece estar tendo um ataque -observo o rei e realmente algo estava errado com ele-
    De supetão, a toalha de mesa é arrancada junto com toda a comida e prataria em cima dela, meu pai cai da mesa e não parece estar respirando, estava tendo um ataque cardíaco. Minha mãe se levanta correndo da mesa e tenta acudi-lo, gritando por socorro.
    Eu e meu irmão vamos em sua direção, eu já chorando. Me ajoelho ao seu lado e peço para que os outros se afastassem, ponho meus cabelos em seu peito e canto tentando curar-lhe. Canto uma, duas, três vezes a música do Sol e nada, meus cabelos nem brilham no tom loiro a mim tão almejado. Meu pai morre em minha frente, vendo o fracasso de sua própria filha ao tentar salvá-lo.
Não bastando isso, vejo minha mãe e irmão olharem em choque para mim e de repente, sinto mãos apertando meu pescoço, observo e vejo que, na verdade, era Gothel.
    -Menina fraca, não é nem capaz de ajudar o próprio pai. Seu príncipe encantado percebeu o quão estúpida você é e meteu o pé, garota inútil, medíocre -ela ri, olhando no fundo dos meus olhos. Consigo sentir as trevas que ela emanava me invadindo, me sinto fraca, horrível-
    Tudo fica preto.

[...]

    Grito, berro, abro os olhos tenho uma visão embaçada e dolorosa, me obrigando a piscar. Ouço passos correndo e, em minha frente, vejo David apreensivo e preocupado, logo me perguntando:
    -O que houve Rapunzel? O que houve?
    -Papai, papai! Ele está bem? -pergunto, tremendo-
    -Sim irmã, sim, ele está -ele diz, me acalmando-
Vejo a porta do lugar ser aberta rapidamente e logo identifico tratar-se da enfermaria
    -Estamos aqui filha! -meus pais adentram o quarto, o rei já com sua espada na mão-
    -Está tudo bem pai, Rapunzel só teve um pesadelo -meu irmão anuncia-
    -Ahhh, que susto meu Deus -meu pai guarda sua espada-
Ainda estou atônita
    -Que bom que você acordou filha, estávamos preocupados, você sumiu ontem depois da tempestade e te encontramos desmaiada no jardim hoje de manhã, ficamos bem assustados
Ignorando tudo que meu pai disse, me desfaço dos lençóis que há pouco me cobriam e, já correndo, abraço-o o mais forte que consigo
-Ai papai, que susto que o senhor me deu! -choro de felicidade em seus braços- Foi tudo tão horrível, que bom que você está aqui
Meu pai afaga minha cabeça e seca minhas lágrimas, me dando forças
-Ei, minha princesa, está tudo bem, estou aqui, estamos todos aqui
De repente sinto os braços de minha mãe e irmão ao redor de minha cintura e percebo que agora estou fazendo parte de um abraço coletivo, ou deveria dizer abraço familiar? Enfim, deu para entender.
-Ficamos preocupados com você também, minha filha, te encontramos desmaiada e com o cabelo loiro, ficamos tão assustados, que bom que está tudo bem -minha mãe afirma emocionada-
-Preciso contar algo muito importante para vocês, mas primeiro, gostaria de comer e solicito a presença de Vossas Senhorias à mesa junto a mim -brinco com eles, já me sentindo muito melhor. Decido ignorar por ora o comentário de minha mãe, pelo menos até o horário do almoço-

[...]

    Depois de pedir por um suco de maracujá (apesar de não ser o meu preferido) para dar uma amenizada nos ânimos e assim podermos comer mais tranquilos, juntos em família, decido contar-lhes toda a história.
    -Papai, mamãe, preciso contar-lhes algo que aconteceu... -digo, um tanto receosa-
    -E o que seria isso, minha filha? -meu pai pergunta, interessado-
    -The Man in the Moon me convocou e eu me encontrei com ele -as palavras agora me faltam-
    Um silêncio se instaura na mesa
    -Filha, você sabe que em nosso reino honramos ao Sol e seu presente, por que ele decidiu te chamar?  -pergunta minha mãe, muito surpresa-
-Desculpe interromper, mas quem é esse? -questiona David, não entendendo a situação
-Esse se trata de uma entidade muito poderosa meu filho, mas assim como o Sol, não existe muita informação sobre ele, só que se vincula com a Lua e é um espírito muito, muito antigo -meu pai afirma cauteloso- De todo modo, gostaria que nos explicasse o que ele queria com você, Rapunzel, o que seriamente acho que está envolvido com a mudança no tom de seu cabelo -meus pais trocam olhares de nervosismo-
-Você está certo papai, The Man in the Moon, ou apenas MiM, me deu uma missão em um lugar muito distante, onde seus poderes são fracos -minha mãe suspira e cobre o rosto, em uma tentativa falha de esconder que logo choraria- Para tanto, deu para mim e outros três que lá estavam o que chamou de Dons. O que me foi dado foi o Dom da Lua, mas foi extremamente subjetivo quando o descreveu, dizendo que agora os poderes da Lua se uniam aos do Sol -meu irmão me encara atônito, enquanto meus pais tentavam processar o que dizia-
    -Quanto tempo? -minha mãe me pergunta incrédula-
    -Quanto tempo o quê, mamãe?
    -Quanto tempo você ficará fora? -ela me pergunta como se fosse algo lógico-
Meu rosto esquenta, fico nervosa e começo a pensar que talvez o suco de maracujá não tenha surtido o efeito desejado de me acalmar
    -Não sei dizer mamãe, ele apenas comentou que enquanto estivermos longe, poderemos nos comunicar com vocês através de telepatia, com um colar mágico que ele dará -meu pai está sério e meu irmão fica animado, aparentemente com a perspectiva de conversar por telepatia-
    Minha mãe começa a chorar
    -Minha bebê foi tirada de mim à força, a recuperei depois de anos de sofrimento e angústia e agora tenho que a entregar mais uma vez- seus olhos estavam vermelhos e ela soluçava- Não sei se aguento te perder mais uma vez
    -Mamãe -me levanto e vou até ela, que por sua vez também se levanta. A abraço com todo o meu ser, choro junto com ela- Eu estou aqui com você agora, sempre estarei
    -Minha flor, eu te amo tanto -diz minha mãe, com a voz carregada de sentimentos-
Percebo que meu irmão e meu pai agora vêm até nós duas e, como a família que somos, nos abraçamos, depositando todo o amor que temos nesse instante. Sinto um calor reconfortante, um calor que nos rodeia e deixa esse momento ainda mais mágico. De repente, vejo que meu cabelo começa a brilhar, mas não como ele sempre fez quando eu tinha poderes, mas de um modo ofuscante, fomos obrigados a fechar nossos olhos. No entanto, tão rápido quanto o brilho surgiu ele se foi e no instante seguinte minha mãe contava com um pingente dourado em forma de Sol preso em seu pescoço, meu irmão levava uma pulseira do que parecia ser ouro em seu pulso e meu pai carregava um broche de coroa sobre suas roupas de Rei.
-O que foi isso?- Pergunta meu irmão-
-Shh, não estraga o momento -O respondo-
E assim, voltamos ao abraço que estávamos compartilhando
Ficamos assim a tarde inteira, compartilhando o amor que sentíamos um pelos outros e quando chegou a hora, meus pais e irmão me deram um último beijo e me deixaram partir, eu já os tinha mostrado o caminho e sabia que naquele reino meus raios de Sol não deixariam de brilhar mesmo se lá eu já não estivesse, sabia que ali já havia cumprido minha missão.
E assim, parti.

[...]

Heyy, como vocês estão nesse período? Espero que todos estejam bem! Tomem bastante cuidado e lavem bem as mãos. Nos vemos no próximo capítulo :p

Uma nova chance Onde histórias criam vida. Descubra agora