Capítulo 3 - Parte 5 - Caçada

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O incêndio que os assassinos provocaram atingiu o Toyota de Luzmarina, causando uma enorme explosão que atingiu as árvores próximas.

Por pouco os quatro homens não foram atingidos também, pois que eles não esperavam por esse descontrole do fogo.

"Se ela estiver por perto, logo aparecerá depois de avistar a explosão! Com certeza foi possível ver e ouvir em quilômetros!"

Comemorou o motorista, levantando-se do chão e espanando suas roupas.

Os outros dois homens também comemoravam.

Eram muito jovens, com apenas vinte e poucos anos, e participavam das suas primeiras missões, sendo esta a primeira com ares cinematográficos.

"Uau! Isso foi demais! Fácil assim, não é à toa que tem muitos mercenários ricos!"

"Cale a boca, idiota! Agora que o serviço de vocês está feito, partam imediatamente. O resto eu farei sozinho!"

"Não era esse o combinado, Escobar! Nós quatro devemos eliminar a ativista e as suas pesquisas. Não sairemos daqui sem ver o cadáver da bióloga!"

Escobar se irritou sobremaneira com a arrogância do motorista que a sua fúria se rebelou em ondas vibratórias que atingiram os três homens, fazendo-os recuarem alguns passos sem perceberem que faziam isso.

"Eu cuidarei da mulher!" – Rosnou. "Vocês voltarão pro escritório pra informar que o serviço foi feito e que, inclusive, a mulher foi morta! Dêem o fora, agora!"

Sem protelar, discutir ou mesmo oferecer a mínima resistência, os três homens seguiram para a picape como bons meninos obedientes, sob manipulação mental.

Escobar permaneceu parado, imóvel como uma pedra, até que não fosse mais capaz de ouvir o barulho da picape.

"Será um prazer cuidar da senhorita, Dra. Lopez! Quero saber o que há de tão especial em você a ponto de atrair um dos meus para sua cama..."

Uma névoa cinzenta, chispando de eletricidade, envolveu o homem.

O corpo de Escobar se modificou completamente, assumindo a forma-falsa de um enorme lobo negro de olhos verde-amarelados.

Ergueu o focinho para o alto, experimentando o ar, e pulou na direção oposta, correndo para dentro da floresta em direção de subida à montanha, indo para o Bosque de Faias.

•°•°•°•°•°•°•°•°

"Você... definitivamente... me... drogou...!" - Balbuciou Luzmarina para Uchoa, sem desprender os olhos do garoto-cerval.

Aaron arqueou as sobrancelhas finas e bem desenhadas, preocupado com a saúde mental da moça, voltando-se para Uchoa:

"Eu acho que você tem passado dos limites com ela, Uchoa..."

O homem-lobo sobraçou Luzmarina pela cintura, escorando-a contra o próprio corpo.

A moça estava tão atônita que não oferecia a mínima resistência a nada.

"Pela Mãe-Criadora! Eu não a droguei! E Aaron! Fale logo o que aconteceu! O que foi aquela explosão, afinal?!"

O jovem homem-cerval se empertigou, levando a mão ao punho do sabre que estava na aljava presa às costas no cós de sua calça cargo cor de terra, um hábito que tinha sempre que pressentia algum perigo.

O garoto estreitou os olhos faiscantes.

"Quatro homens chegaram numa picape negra até a estação de pesquisa da doutora. Ouvi-os falar que estavam ali para destruir a estação e... bem... eles querem ela, também..."

Aaron apenas apontou despreocupadamente para Luzmarina, não tendo coragem suficiente de falar na cara da moça que homens estranhos estavam querendo caçá-la para matá-la.

Uchoa baixou a cabeça até o ombro de Luzmarina, falando no ouvido dela.

Ainda em estado catatônico, ela sequer deu atenção à intimidade que o homem-lobo a tratava.

"Bem... agora você já sabe o que aconteceu ao seu laboratório, Dra. Lopez... e pensar que você corria direto para a boca do lobo!"

Aaron concordou energeticamente, apontando o dedo para Uchoa:

"Exatamente! Um desses homens é um homem-lobo, Uchoa!"

•°•°•°•°•°•

Escobar farejava o ar, tomando como referência os cheiros que encontrou no quarto da bióloga.

Para ele seria até mais fácil seguir o cheiro almiscarado do homem-lobo do que o da mulher, pois a essência natural dela se confundia com a da própria mata: um perfume fresco, de musgo orvalhado, de seiva de árvore.

Se ele tivesse sorte, ela estaria com o homem-lobo.

Usando de dedução lógica, pegou a trilha natural entre os carvalhos, adentrando a floresta.

Apesar de confuso, conseguia distinguir o cheiro de Luzmarina do cheiro da mata graças a sua capacidade olfativa triplicada pela forma-falsa de lobo.

Correndo em velocidade muito superior de um lobo comum, Escobar subia a montanha com relativa facilidade até que se deteve num ponto em que o seu olfato foi assaltado por um olor diferente.

Parou próximo a um grande Carvalho-branco, encontrando marcas quase imperceptíveis de patas pequenas, farejando-as e sorrindo intimamente.

“Que fabuloso! Um homem-cerval! Pensei que jamais tornaria a ter notícias de um desses por aqui!”

Muito mais excitado do que outrora, Escobar voltou à sua corrida frenética.

Seus instintos e sexto sentido lhe diziam para seguir o cheiro do homem-cerval, que além de estar recente, poderia levá-lo à bióloga, já que o rastro seguia para o alto da montanha, em direção às Faias.

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Raptores - Episódio 1Onde histórias criam vida. Descubra agora