Capitulo 4

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Sophie Pov.

         —Aggie? — Estreitei os olhos, confusa. O que Agatha estava fazendo aqui a essa hora da noite? Ela não devia estar no dormitório dela?

Agatha por outro lado estava escorada na porta, estranha igual hoje mais cedo quando saiu correndo sem nem falar comigo direito. Na realidade, eu nem esperava falar com ela hoje.

—Agatha você está bem? — Perguntei, me levantando e me aproximando dela, preocupada.

Ela corou violentamente antes de desviar das minhas mãos, seus olhos não parando nos meus nem um mísero segundo.

—Estou bem, sim. — Ela disse, simples. Se sentou na cama de Hester. — Hester me disse para dormir aqui com você e Dot hoje... Algo sobre querer passar um tempo com Anadil. —  Ela falava tudo olhando pra baixo, parecendo constrangida.

Por que ela está tão constrangida ultimamente? Mais que o normal...

—Ah, claro... — Eu disse, meio que não estava ligando pro assunto em questão. Eu só queria saber por que Agatha estava tão estranha desviando toda hora os olhos de mim. — Agatha. — Chamei, vendo quando ela voltou seus olhos pra mim. Me agachei a sua frente, tentando parecer confiante. —V-Você... — Eu falhei, tendo uma vontade súbita de tocar nela, naqueles cabelos pretos selvagens... E depois naquela sua boca rosada que tanto chamava atenção...

Quê? O que eu estou pensando? Eu não...

Meus pensamentos foram interrompidos por duas mãos que me puxaram para perto.

Abri e fechei a boca várias e várias vezes ao perceber o quão próximas estávamos. Fechei os olhos, já imaginando o que ía acontecer — e querendo.

Então senti ela se afastar de perto de mim com os olhos arregalados — mais que o normal.

—D-desculpa eu... Eu não queria eu, eu... — Ela parecia tão desesperada quando saiu correndo pela porta e eu estava tão confusa...

Tudo dentro de mim queria ir atrás dela, mas eu nao sabia o que fazer com isso que eu sentia... Eu precisava pensar antes que...

Ah, que se dane.

Me levantei e teria saido pela porta se Dot não tivesse entrado pela mesma com cara de dúvida.

—Sophie? Oi! O que está acontecendo? Eu não estou entendendo nada e a Agatha não quis me explicar quando vi ela saindo daqui... À propósito, ela parecia desesperada... O que vocês estavam fazendo? E por que ela está fora do dormitório dela a essa hora também? Vocês estão aprontando alguma não estão? Por que não me chamaram também? Vocês nunca me chamam pra nada! E...

Eu passei pela mesma, empurrando-a no caminho até a porta. Não estava com cabeça nem humor pra ouvir aquela porca e muito menos tinha tempo pra isso.

Já tinha perdido muito do meu tempo com ela agora.

Corri em direção ao corredor, sabendo exatamente onde ela estava.

Agatha sempre ía pros Empalhados de Merlim quando queria fugir de algo...

Subitamente parei de correr.

—Agatha está fugindo... De mim? —  Olhei pras minhas próprias mãos.
— Mas... Por que?

Olhei pra frente, magoada, vendo de longe um dedo reluzindo em prateado.

Em prateado?! Mas essa não é a...

—Já disse que não quero lutar! — Eu ouvi sons de espada.

Me aproximei de onde vinha o som, agora vendo Agatha lançando uma série de feitiços contra Tedros, que os defendia com sua espada.

—Você pode parar?! — Ele pediu.

Ele estava ficando cansado, eu podia ver suas roupas ensopadas de suor em alguns lugares e Agatha... Ah meu Deus...

Agatha estava chorando.

—A culpa é sua! — Ela gritou, sua aparência era depressiva. — Só foi você aparecer que tudo passou a ser ruim...

—Agatha... — Ele sussurrou, tentando se aproximar dela.

—Não! — Ela repudiou, mas ela já não parecia mais tão amedrontadora com seu dedo reluzinho em uma luz falha e as lágrimas descendo de seu rosto pálido. — Não se aproxime...

Mas Tedros não se importou e logo lá estava ele, a abraçando.

Eu queria poder fazer algo. Qualquer coisa mesmo.

Estava me sentindo quebrada, traída.
E o fato de Agatha estar nos braços do meu príncipe não estava ajudando.

—Você não devia estar aqui... — Ela disse, soando fraca.

Ele sorriu compassivo, antes de dar um beijo na sua testa.

—Bom, você meio que também não.

Aggie... — Sussurei de longe, vendo aquela imagem.

Agora quem chorava era eu.

Mas eu estava assim não por Tedros, por ele ter me trocado por Agatha, mas por não poder abraça-la e beija-la como ele podia....

Por não poder chegar perto o suficiente.

E logo a sua tristeza se transformou em raiva.

Agora o garoto a quem ela tanto amou a tinha traido.

Ela odiava Tedros.

A Escola do Bem e do Mal (Agaphie) Onde histórias criam vida. Descubra agora