Capitulo 6

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Sophie Pov.

              Agatha não voltou. Nem de noite, nem ao amanhecer e nem teria aparecido se não fosse obrigada a frequentar as aulas. Por isso lá estava ela, ao lado de Dot em Enfeiamento.

Analisando os matériais em minhas mãos eu não podia estar mais desinteressada na aula patética sobre tentar não ser bonita.

Como se isso fosse sequer possível para alguém como eu. Nasci perfeita.

Sorri para mim mesma, convencida.

—Agora, alunos... ALUNOS! — Castor gritou irritado com a quantidade de barulho que faziam. — Eu queria um voluntário à altura do princípio do enfeiamento. Vejamos... Vejamos. — Ele fingiu pensar. — Agatha, venha cá.

Eu ainda estava irritada pelo que vi ontem então digamos que ver aquele rostinho pálido nervoso a frente de toda turma estava meio que me torturando.

Não queria olhar no rosto dela novamente nem em um milhão de anos.
E eu não gostei nada da insinuação idiota dele.

—Por que tem que ser a Agatha? — Perguntei, corajosa.

—O que disse? — Castor perguntou me lançando um olhar irritado.

—Eu perguntei por que tem que ser a Agatha. — Repeti, me levantando da minha cadeira. — Toda vez que tem alguma atividade que exige um voluntário você à escolhe. — O olhei com desdém.— Está, por acaso, insinuando que Agatha é feia?

Não precisava olha-la pra saber que ela estremeceu e se encolheu no banco, tentando desaparecer.

—Não é como se fosse mentira. — Ouvi alguém comentar, provavelmente Moona.

Me virei em direção a turma.

—Quem disse isso? — Perguntei, irritada. Silêncio. — Seus covardes! Nunca serão vilões! E mesmo que forem um dia serão derrotados cruelmente por Sempres patéticos! Nem conseguem ver o que está na sua frente... — Gritei, vendo alguns deles engolirem em seco. — E pra informação de vocês, — Olhei  pra Castor com meu olhar mortal. — Pra sua informação, Agatha é linda. Uma das garotas mais bonitas desse castelo e ela ser do mal não vai mudar isso. Essa aula não vai mudar isso. — Eu sorri, bagunçando. — Não mudou a mim, pelo menos.

Então me sentei.

Ninguém ousou falar nada — desde que me transformei por algumas horas em uma bruxa asquerosa eles me temiam, a não ser o professor Castor.

—Okay... Agatha, pode se sentar, você foi liberada por hoje, já que você é muito linda e tem uma amiga estraga prazeres.

Ouvi Agatha se sentar mas me recusei a olhar pra ela.

Amiga, sei. fiz isso por que... Por que... Por que eu quis!!!

Bufei pra mim mesma.

Quem eu quero enganar... Eu adoro mesmo aquela garota idiota de olhos arregalados.

Olhei pra ela, agora mais calma, seus olhos recaindo sobre mim.

Se eu não conhecesse Agatha podia jurar que aquilo na sua boca era um sorriso.

***


            —Em primeiro lugar, — Começei, tentando ser clara. — Não fiz aquilo por você. — Garanti, mal-humorada. — Em segundo, eu estava muito irritada por isso desconsidere o que disse...

—Você me acha linda? — Ela perguntou mesmo assim, com um sorriso brincalhão nos lábios.

Era impressão minha ou ela ignorou tudo o que disse?!

Estreitei os olhos.

—Quer dizer... Você está fazendo jogo duro mas... Se você disse isso... Você realmente pensa assim, Sophie? — Seus olhos brilhavam em esperança.

Bufei, com as bochechas queimando mais do que eu gostaria.

—Talvez eu tenha pensado nisso alguma hora... — Suspirei, sedendo. — Okay, eu acho você bonita. — Bufei derrotada, para que ela me deixasse logo em paz.  Olhei em seus olhos e perguntei a mesma: — Satisfeita?!

Ela sorriu.

—Ainda não. — Ela disse, pegando na minha mão e, antes que eu percebesse estávamos as duas no banheiro feminino, com os lábios conectados e os olhos fechados.

A Escola do Bem e do Mal (Agaphie) Onde histórias criam vida. Descubra agora