Capitulo 8

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 Sophie Pov.

         Foi o maior e melhor abraço que demos. E tem uma explicação para isso.

Agatha nunca foi do tipo carinhosa e eu, bom... nunca deixava esses momentos durarem mais que míseros milésimos.

Motivo? Vergonha.

Mas eu a queria muito agora pra ligar pra qualquer coisa além de o que eu  queria.

E o que eu queria era ela.

Sempre foi ela.

E algo me diz que sempre vai ser.
E isso assusta, mas pensar em não ter ela ao meu lado me assusta ainda mais. Chega a doer, na verdade.

Eu sou tão dependente da presença dela que chega a doer... E dar raiva.

Mas eu não sabia como viver sem.
Ela é o meu vício no qual eu constantemente entro em conflito entre se faz ou não bem pra mim.

Eu ainda a apertava forte em meus braços quando senti todo aquele sentimento ruim e avassalador sair de mim. Juntamente a bruxa.

Então eu a puxei para ainda mais perto, numa tentativa desesperada de aproveitar o máximo possível enquanto eu ainda podia toca-la, senti-la grudada em mim.

Seu cabelo tinha o mesmo cheiro de sempre. Tão único e reconhecivel... Tão... De casa.

Eu não precisava voltar pra Galvadon, Agatha já tinha o cheirinho de casa.

Seu corpo moldado ao meu... Tão perfeitamente. Seu nariz encostando no meu pescoço me causando arrepios e sua boca perdida num sorriso lindo que mesmo que eu não pudesse ver sentia que era tão largo quanto o meu, o que me causava borboletas no estomago, agitadas.

Não. Definitivamente meu sorriso está maior.

Por que foi naquele momento que eu descobri algo. Algo muito importante.

Agatha era meu ponto de paz. Minha calmaria. Minha casa.

Enquanto eu tivesse ela por perto eu não seria a Bruxa, eu não seria a Sophie arrogante, aquela ruim. Eu seria... Eu.

E o fato de eu só ter notado isso agora me irritava. Eu devia ter notado antes o quanto eu era dependente dela.
O quanto eu precisava dela.

—Aggie. — Eu chamei, sentindo ela esfregar o nariz contra meu pescoço, manhosa. Sorri maior. — Eu te amo.

E era tão real que eu esgasguei. Pesando cada palavra. Ela sentiu que eram verdadeiras.

Eu senti.

Por que seu coração bateu mais rápido e sua respiração estava mais pesada.

—Eu preciso de você, Agatha. — Eu disse, despejando todas as palavras que a muito deveriam ser ditas, mas que eu só tive coragem agora de dizer. — E eu  dependo tanto de você que sinto medo. Medo de te perder pra sempre e ter a Bruxa como compainha. Por que eu só sou eu quando você esta perto, quando você esta do meu lado, Aggie. — Me afastei um pouco dela, apenas o suficiente para olha-la nos olhos. Sorri.— Você tem o melhor de mim. Sempre teve Agatha. E eu te amo por isso.

Derramei uma única lágrima, ficando vermelha. Era tudo tão verdadeiro que meu coração apertava.

—Você não faz ideia do quanto... Do quanto, — Ela gaguejou, limpando as suas próprias lágrimas, rindo. — do quanto eu dependo de você também Sophie. Você é meu tudo. Eu só preciso de você pra ser feliz, tem consciência disso? — Ela falou com tanta verdade e eu já estava aos prantos. — Não chore, Sophie, não chore! Eu não sei o que fazer, ei!

Ela estava rindo desesperada e eu também ria entre as lágrimas.

—Nao p-precisa fazer n-nada, só me deixa c-chorar — Eu disse, soluçando.

—Por que esta chorando? — Ela perguntou, o brilho dos seus olhos me encantando, assim tão perto.

—Porque, — Respirei fundo, me recompondo. — porque eu achei que tinha perdido você pra sempre e agora eu acabo de descobri que não... — Eu disse, choramingando. Até parar e analisar. — Eu não perdi você, né?

—Quê? Não, não! — Ela negou, confusa.

—Ah... Achei que... — Eu olhei pra baixo, tímida. — Achei que você estivesse interessada em algum garoto idiota e fosse me abandonar. — Fui sincera, me sentindo boba. Ela me olhou com uma expressão engraçada, parecia chocada. — Eu estava morrendo de ciúmes e raiva, querendo matar quem quer que fosse tirar você de mim! — Eu exclamei rindo junto a ela, que ria mais.

—Você, — Tentou se recompor. — Você achou que eu estava gostando de alguém? — Eu Assenti, envergonhada com seu tom. — Ah... Isso explica muita coisa. Por isso estava tão estressadinha. — Ela brincou. Eu assenti, mordendo o lábio, nervosa.  — Ei! — Ela chamou, me fazendo olhar nos seus olhos. — Veja bem. Por que eu procuraria em outra pessoa o que eu já encontrei em você? 

Sorriu pra mim, confiante.

Eu fiquei confusa.

Ela disse que gosta de mim ou que gosta de mim? Ah meu Deus como assim?!

—O que quer dizer? — Perguntei, tentando entender o que ela queria.

—Isso. — Então ela fez.

Ela fez o que eu nunca tinha imaginado mais já tinha sonhado milhões de vezes.

Ela me beijou.

E eu já tinha sonhado aquilo tantas vezes que era quase como se já tivéssemos feito isso antes.

Seu gosto era maravilhoso, seu ritmo perfeito e as borboletas se encontravam  assassinas dentro de mim enquanto eu beijava a pessoa que eu mais amava no mundo, sorrindo.

A Escola do Bem e do Mal (Agaphie) Onde histórias criam vida. Descubra agora