Capítulo 2 - Uma Xícara de Confusão e Duas Colheres de Violência

28 6 2
                                    

Helen estava boquiaberta e olhava para o amigo que tremia enquanto a encarava.

-Helen isso não tem graça, pode parar, o que é isso aqui dentro?

Lucio entregou a xícara meio vazia para Helen, lhe mostrou o bilhete e o pedaço de pedra.

-Lucio eu juro que não fiz nada.

Lucio não conseguia raciocinar direito, se aquilo fosse verdade e alguém realmente o tivera envenenado quem seria? O rapaz encarava as pessoas atônitas sentadas o observando como se fosse um fantasma.

As pessoas nas mesas se levantaram assustadas com a situação. O casal aproximara-se de Lucio , eram um homem e uma mulher, o homem era alto e de cabelos espetados, era jovem por volta dos 25 anos e vestia um sobretudo longo preto, a mulher era quase da altura de seu companheiro e aparentava a mesma idade, suas madeixas eram claras e estavam presas num longo rabo de cavalo que se estendia até metade das costas, ela vestia um sobretudo curto marrom claro, os dois pareciam preocupados e perguntaram se estava tudo bem; Lucio não respondeu, apenas encarou ambos, estava em choque. O homem de terno parecia não ter notado a situação, continuava em uma conversa feroz no telefone, ele cobrava prazos de envio de relatórios por e-mail de alguém. O homem então terminou seu café expresso grande e decidiu ir embora.

-Espera aonde você vai? Lucio gritou para o homem de terno.

O homem afastou o celular da orelha indignado com Lucio .

-E quem é você mesmo?

Lucio encarava o homem de peito estufado e olhar de desdém.

-Bom, se me der licença estou com pressa.

O homem seguia para porta, mas Lucio o agarrou pelo braço.

-Ninguém vai sair!

O homem de terno tentou soltar o braço, mas Lucio o puxou com força e o levou o mais distante da porta.

-Você é maluco? Tira a mão de mim.

-Helen, tranca a porta, vou ligar para a polícia.

Helen estava assustada e pálida, colocou a xícara sobre a mesa e correu até a porta para tranca-la. O casal se entreolhava confusos, mas permaneceu em silêncio, a garota mais jovem levantou-se, ela era baixa e magricela, seu cabelo era curto preto e de pontas rosa, vestia roupas largas e cinza, ela pegou sua mochila da poltrona e guardou seu celular, logo após aproximou-se de Lucio com rapidez.

- Ei o que tá acontecendo?

-Porque ela tá trancando a porta?

-Vocês não podem fazer isso.

Lucio ligava para a polícia enquanto era questionado pela garota.

-Ei mané, tá me ouvindo? Ei!

A garota puxou o telefone da mão de Lucio e encerrou a ligação. Segurava o celular atrás das costas para que Lucio não o pegasse.

-Eu tô falando com você!

-Me devolve.

Lucio avançou em cima da garota, mas o homem de terno interviu a defendendo.

- Ei, ei, ei. É isso mesmo, o que está acontecendo?

O homem de terno entrou na frente da garota que se afastou, Lucio tentava alcança-la, mas o homem impedia. Os dois estavam se empurrando até Lucio acertar um soco na bochecha esquerda do homem de terno.

-Me devolve a merda do celular! Lucio empurrou o homem que caiu sentado em uma poltrona ao lado. Aproximou-se da garota e retirou a força o celular de sua mão.

Sangue e CaféOnde histórias criam vida. Descubra agora