❞Sete Minutos No Paraíso - [Fillie]❝

14

Millie House
1:33 am
[POV Millie]

- Tudo bem, eu já fiz isso diversas vezes antes. Só preciso me equilibrar. - digo a mim mesma, colocando o pé para fora da minha janela, e me apoiando na árvore.

- Tá precisando de ajuda ai? - Finn apareceu na janela me causando um baita susto.

- Você esquece que eu já pulei a sua janela muitas mais vezes do que você a minha. Se alguém precisa de ajuda aqui é você. - disse. Ele está apoiado na janela, com o rosto descansando em uma das mãos.

- Desculpa senhorita entendedora de pular janelas. Só achei que precisava de uma mãozinha. - debochado, ele estende a mão. Normalmente eu recusaria para provar que eu consigo sozinha, nas decidi aceitar que ele me ajudasse.

- Obrigada Finnie. Então....seus pais estão em casa? - pergunto quebrando o clima tenso de quando nos encarávamos sem saber o que dizer.

- Sim, todos estão dormindo. Inclusive, a namorada do Nick tá aqui também, vê se você consegue almoçar aqui, ele quer te apresentar à ela. - ele responde. Em seguida, parece procurar algo pois olha para as paredes e o corredor vazio. - Millie, você tá sentindo esse cheiro?

- De queimado né? Tô sim. - o cheiro estava realmente forte. Finn coloca a mão na testa e faz uma cara de assustado, correndo para as escadas e descendo o degrau para a cozinha, eu o sigo. - Finn, que porra você fez aqui?

- Era pra ser um macarrão, mas não deu muito certo. - ele diz com um olhar decepcionado, porém, não tão surpreso, o garoto nunca foi bom no fogão. O alimento estava tão queimado, que chegou a grudar na panela, fazendo ficar preto. A cozinha e a sala de jantar, estavam cobertas por uma nuvem de fumaça.

- Se você fizer o almoço amanhã, pode ter certeza de que eu nem apareço. Por que você decidiu fazer essa merda Finn? - pergunto, enquanto ajudo o garoto a lavar a panela tentando remover o macarrão grudado.

- Você não quis me trazer brigadeiro e eu não poderia morrer de fome! - ele fala colocando as mãos para cima, como se estivesse se justificando de ter cometido algum crime. - Isso tudo é na verdade culpa sua!

- Culpa minha? Você que é um idiota que nem um macarrão sabe fazer! - digo, dando um tapinha em sua bunda com o pano de prato.

- Idiota é você! - com uma das mãos Finn joga água da pia em mim, me fazendo apenas bater mais ainda. Ele começa a me fazer cócegas, e damos altas risadas juntos.

- Para, Finn! - falo o empurrando para longe, quase sem ar. E ele para, atendendo meu pedido, com as mãos na minha cintura, tenho os olhos fixados nos meus castanhos. - A gente precisa conversar.

Rapidamente terminarmos de arrumar a zona que o garoto fez, e subimos lado a lado de volta para o quarto. Sento na janela, e Finn fica de pé para mim.

- Então.....Mills você se lembra de tudo o que aconteceu entre nós, certo? - ele me pergunta, parece estar meio nervoso. Assenti com a cabeça. - O que foi aquilo?

- Finn, eu não sei. Nós estávamos no armário e eu senti vontade de te beijar. Não sei se era por eu estar bêbada, ou se era curiosidade por saber como seria, mas eu não resisti. - admito tudo. Ele sorri, e eu, estou desesperada.

- Eu gostei Millie. - confessa.

- Eu também. - digo. Penso muito se digo que pretendo em seguida, pois não posso negar que ainda quero beija-lo, mas não posso cometer o risco de me apegar. - Mas finnie, será que poderíamos esquecer tudo isso?

Ele parece confuso. Eu também estou. Meu coração está apertado e o motivo eu não sei. Pode não ter sido a melhor decisão, mas não posso botar nossa amizade em jogo. Eu e Finn somos melhores amigos desde que nascemos, e me apaixonar por ele seria demais para mim, não posso deixar isso acontecer.