PRÓLOGO

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ATENÇÃO: O LIVRO NÃO ESTÁ COMPLETO. CAPÍTULOS SÓ PARA DEGUSTAÇÃO! EM SETEMBRO, ELE SERÁ LANÇADO NA BIENAL DO LIVRO NO RIO DE JANEIRO.

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A roupa pesava uma tonelada. Sinceramente, não sei como as mulheres conseguiam usar uma roupa tão desconfortável assim. Mas, que era bonita isso eu não podia negar. Não tem como usar uma roupa dessas, num lugar com essa decoração e não se sentir uma princesa.

Esse baile para arrecadar fundos para o hospital está sendo meu favorito. O lugar com aparência medieval, as mulheres com seus vestidos rodados e longos, os penteados exuberantes e os homens vestidos como verdadeiros príncipes. Tentei gravar na memória o máximo que consegui, queria me lembrar desse momento por um bom tempo.

O lado ruim era o calor insuportável que eu sentia! Queria tirar a máscara, mas sabia que não era permitido, então forcei-me a continuar com ela. Meus pés doíam um pouco e nem queria imaginar meu penteado.

Resolvi perambular mais um pouco, já que, não tinha mais nada para fazer depois de ter sido abandonada por uma amiga. Fui trocada pela primeira paquera que arrumou. Isso mexia um pouco com meu ego, mas entendia seu lado. E tenho certeza que teria feito a mesma coisa se eu tivesse arrumado um paquera primeiro.

Enquanto andava entre os casais dançando, mais ficava encantada. A iluminação era aconchegante, não muito escuro, mas também não muito claro. Sentia-me no século passado, vendo os casais rodopiando pelo salão com essas fantasias. Era mágico.

De repente, meus olhos passaram em alguém que estava parado do outro lado da pista de dança. Seu olhar também vagava pelo salão e parecia muito solitário no seu canto. Vestido impecavelmente, sua fantasia era como se fosse alguém da realeza. Não pude evitar avaliar seu físico. Alto, ombros largos, que fazia sua roupa ter um encaixe perfeito, como se tivesse sido costurada no próprio corpo.

A essa distância eu não pude observar os detalhes, mas seu cabelo era curto, e a cor parecia de areia molhada, um tipo de castanho diferente.... Eu não pude distinguir bem por causa das luzes. Usava uma máscara como todos os convidados, então pouco pude ver de suas feições.

Eu não sabia descrever, mas fiquei hipnotizada. Não sei quanto tempo fiquei observando-o e, mesmo ainda andando pelo salão, sempre ficava onde dava pra vê-lo.

Sua cabeça girou como se sentisse que estava sendo observado e seus olhos encontraram os meus. Uma sensação estranha se desenrolou dentro de mim, porém recusei a desviar o olhar. Nesse momento eu parei de andar ficando totalmente de frente para ele, mesmo com uma considerável distância entre nós.

Eu não conseguia explicar o que estava acontecendo, nem porque meu corpo ficou arrepiado, ou o estômago deu cambalhotas. Mas, seu olhar fixo em mim me fez esquecer do resto.

Era como um ímã, onde eu estava condenada a ser atraída por ele. Com os olhares ainda travados, continuei parada no meio da pista de dança, ouvindo bem distante a Sia cantar Chandelier.

Como uma mariposa atraída pela luz dei o primeiro passo em sua direção, mas acabei trombando em um casal que estava dançando. Recompus-me percebendo que era em um local impróprio pra ficar como uma estátua ou sair andando distraída. Desculpei-me com eles e voltei a olhar para o estranho. Contudo, ele não se encontrava mais lá.

Minha curiosidade tinha sido despertada, sentia falta do seu olhar prendendo o meu, e comecei a varrer o local atrás dele. E.... Nada! O príncipe misterioso tinha sumido. E eu não fazia ideia de como ele era, exceto de que seu olhar conseguiria me prender quando quisesse.

Depois de alguns minutos o procurando sem sucesso, suspirei. Simplesmente desapareceu, como uma alucinação. Voltei para o bar e pedi uma bebida.

Dei mais uma olhada no salão com toda essa decoração medieval e lembrei-me do estranho. O que aconteceria se tivesse o alcançado? Estaríamos agora rodopiando pelo salão? Trocando olhares e flertes? O coração palpitaria com o cortejo?

Bufei. Eu sabia que se eu o tivesse encontrado, o que teria acontecido entre nós seria somente sexual. E eu sabia bem o motivo disso. Meu coração estava trancado. Devo ter sido amaldiçoada, pois o homem que eu amo com todas as minhas forças não me quer mais. Abandonou-me.

Eu queria ter o poder de arrancar esse estúpido amor do peito. Não foi por falta de tentativa que isso não aconteceu, pois Deus sabe como tentei não o amar mais. Só que mesmo depois de tanto tempo, esse amor ainda está enraizado em mim. E aquele estranho, por mais que tenha me atraído, não poderia nunca entrar em meu coração, pois já tinha dono. Mesmo sendo alguém que fez questão de devolvê-lo para mim.

Minha Tentação - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora