- Oi, Andy. – falei, assim que cheguei ao balcão da recepção do prédio às três da tarde.
- Oi, Camila. – ele respondeu vagamente, concentrando-se em suas palavras cruzadas. – Sua tia pediu pra você subir logo, parece que ela tá com um pouco de pressa hoje.
- Ahn… OK. – gaguejei, segurando a vontade de rir enquanto dava as costas a Andy e caminhava rumo às escadas. Eu nunca me acostumaria ao falso status de sobrinha de Dalila, talvez nem se ela realmente fosse minha tia. Comecei a subir os degraus rapidamente, ouvindo alguns barulhos de chaves e trancas, e nem bem cheguei ao primeiro andar, Dalila já estava ao meu lado, ajeitando apressadamente uma mochila nas costas.
- Bem na hora. – ela ofegou, me dando um selinho rápido e logo depois me puxando de volta para o térreo. Mesmo estando totalmente confusa com a pressa dela, me deixei levar por sua mão, cujos dedos estavam entrelaçados nos meus antes que eu me desse conta.
- Pra que essa correria toda? – falei, franzindo a testa, e Dalila revirou os olhos, como se a resposta fosse óbvia.
- Todo o tempo que eu tenho com você nesse fim de semana tá cronometrado. – ela explicou baixinho, enquanto chegávamos ao térreo. – Pra aproveitar ao máximo cada minuto.
Dalila sorriu pra mim, empolgada, e eu logo vi seu sorriso radiante refletido em meu rosto involuntariamente. Aquele sorriso tinha poderes sobrenaturais, eu sempre soube disso.
Passamos rapidamente por Andy, que nos cumprimentou com um aceno distraído de cabeça, e logo chegamos ao carro. Deixamos nossas mochilas no banco traseiro e na mesma pressa de antes, entramos no veículo, que não demorou a arrancar. Dalila ainda ostentava um sorriso, ainda mais largo que o anterior, e eu estava começando a ficar ansiosa de verdade. O que ela estava aprontando afinal?
- Essa é a sua última chance de me deixar menos ansiosa e me contar pra onde estamos indo. – suspirei educadamente, após alguns metros percorridos em silêncio. Ela ergueu uma sobrancelha, sem me olhar, e um sorrisinho começou a brincar em seus lábios. Parecia que meu poder de persuasão não adiantaria nada. - Tudo bem. – voltei a falar, quando vi que ela não responderia. – Essa viagem poderia ser muito mais… Divertida, mas já que é assim… Você que sabe.
Dalila alargou seu sorriso de canto, balançando negativamente a cabeça num falso tom de desaprovação.
- Então é assim que você acha que vai me convencer? – ela perguntou, finalmente me olhando de um jeito esperto. – Acha que eu não vim preparada pra resistir às suas chantagens?
Confesso que aquele olhar dela me deixou um pouco fora dos eixos. Ela já tinha olhado pra mim várias vezes daquele jeito convencido. Mas em nenhuma das outras vezes, os olhos que eu vi nela pareciam pertencer a outra pessoa como naquele momento. Senti meu corpo se arrepiar por inteiro, apesar de minha relutância.
- Te odeio. – revirei os olhos o mais naturalmente que pude, me encolhendo no banco do carona e fazendo Dalila rir. Ela sempre ria de tudo que eu fazia, fator que eu sempre usava como vantagem em momentos nos quais eu precisava disfarçar alguma coisa.
Continuamos nossa viagem, conversando de vez em quando, cantarolando as músicas que tocavam na rádio e fazendo coisas agradáveis que se podem fazer num carro (nada das coisas que você deve estar pensando). Eu sabia que estávamos saindo de Miami, mas como eu desconhecia os caminhos para outras cidades, até mesmo as mais próximas, nem tentei me localizar. Pelo contrário, após uma hora rindo feito louca das besteiras que Dalila falava, acabei ficando meio grogue e caí no sono. Só acordei por volta de uma hora depois, quando o sol já começava a baixar ao leste.
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My Biology - Vamila
عاطفيةO que fazer quando você se vê envolvida com sua professora de biologia, mas terrivelmente atraída por sua insuportável professora de laboratório? Camila não esperava pelas reviravoltas de seu último ano no colégio e nem que seus pensamentos seriam t...