Lorenza
— Dra., aqui está a lista de compras desta semana. A senhora quer que acrescente alguma coisa? – Ela me perguntou estendendo um papel.
— Obrigada, Aninha. Anota aí, por favor, mais dois carrinhos de mão, dois garfos para feno e quatro enxadas. Seu Sebastião me pediu e eu já estava me esquecendo.
— Mais alguma coisa?
— Sim, duas coisas: liga na Expresso Boiadeiro e fala com o Juca, vê se ele pode buscar 143 novilhas em Alcinópolis amanhã cedo. Se ele puder, fale que eu vou esperar ele no posto da entrada da cidade às 7h. Depois, pesquisa o nome Patrícia Dantas, tente achar o perfil em redes sociais, ou algum contato dela. Achei uma carteira na estrada ontem — Disse pegando no porta-luvas da camionete e mostrando a foto da chiliquenta.
— Que linda... Quer que eu entre em contato com ela?
— Não, só faça a pesquisa e me passe. – Peguei a lista e enfiei no bolso da calça. — Já estou indo, me avisa se Juca confirmar.
Na camionete, Charlotte já me esperava toda comportada no banco de trás. Sempre que vou à cidade com tranquilidade a levo. Ela adora o passeio e os mimos da mulherada, que se derretem por ela.
Passei na casa de Júnior para ele me ajudar nas compras, mas não consegui sair de lá sem sentar para comer chipa e tomar o café maravilhoso da dona Ana, mãe de Júnior. Já era umas 10h quando conseguimos sair.
— Lô, já confirmei com cinco das meninas, a Ju ruivinha disse que confirma até amanhã. Tô doido pra chegar o feriado.
— Ela é uma delícia. Se tu não tivesse dado PT na pecuária eu tinha feito cabelo, barba e bigode... Ela tem umas unhas poderosas, fez um regaço nas minhas costas, do jeito que eu gosto, isso só nas preliminares. Massss... Só fiquei nos amassos mesmo né, seu arregão... – Fingi um murro no peito dele.
— Pô, cara, foi mal! Aquele dia bebi demais, porra... Só de lembrar me dá um trem ruim. E tu vai jogar isso na minha cara até quando?
— Até eu conseguir finalizar com ela – Pisquei para ele. – Quem mais vai?
— Laurinha quer ir!
— Essa nem fudendo!
— Ué, porque? É gostosinha pra cacete!
— Gostosa, mas carente! Depois ela gruda que nem merda em tamanco! Quero não!
— Tá, faço a lista e te mando hoje à noite.
— Elas estão cientes de tudo o que rola? Tudin Tudin?
— Se tão? Fiquei sabendo pela Amanda que elas sabem até da prova da "travessia da bacurinha" – Disse, batendo as mãos no painel e mordendo os lábios.
— Muito bom saber, não quero nem uma mimizenta lá não, ponho pra pegar o beco em 3 segundos.
— Fica fria. As meninas são tranquilas, e são as top de linha. Elas já até escolheram o proibidão deste ano. Vou conectar o celular no som do carro pra você ver. Começou a tocar "Chupa – MC K2 e Cai de boca no meu bucetão".
Demos gargalhadas até doer a barriga imaginado a performance das meninas com aquela música sem noção. Ainda riamos quando dobrei a esquina para entrar na avenida principal. Próximo a ferragista vi o Jeep vermelho, diminui a velocidade, olhei em volta e via a Oncinha saindo da agropecuária. Ela caminhava apressada até o carro. Parei a camionete a uns 20 metros.
— Júnior, lembra da garota que estava trocando o pneu errado?
— A grossa gostosa? A granfininha?
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Amor Animal (Concluído)
Romance+18 Conto Lésbico escrito em parceria com Sylvie de Paula (história registrada na Camara Nacional do Livro. Plágio é crime.) O que acontece quando dois mundos colidem? Faísca? Fogo? Explosão? Tudo isso acontece quando Patrícia, uma veterinária esnob...