Capítulo 64 °

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P.o.v Noah

— Mallu, não faz perguntas... Apenas me ajuda. — Digo fraco.

Ela assentiu rapidamente,e caminhamos até a suíte para me limpar, enquanto ela me ajudava com uma toalha molhada,seu rosto expressava preocupação em análise aos ferimentos. 

— Me fala o que houve com você... — Ela insiste.

—  Fui apartar uma briga de rua e deu nisso... — Menti.  Coloco gelo na região do nariz, onde não parava de sangrar.

— Noah, conta outra! Briga de rua? — Ela ri — Você acha mesmo que sou idiota? — Diz brava, que me dava medo.

— Olha, foi isso sim. — Me afasto e tento explicar —   Um casal estava na rua brigando no meio da lanchonete que eu estava, o cara partiu pra cima dela com xingamentos, eu não gostei e agredi ele.

P.o.v Mallu

Analiso bem a situação que ele estava me contando, olho para seus ferimentos e logo me vem a cabeça. Só poderia ter sido eles, Carlos e John.

— Foram eles né?

— Ahn? Eles quem? — Se desentende e foge de perto de mim mais uma vez.

— Carlos e John! — Afirmo, o seguindo.

Noah senta na cama, respira fundo e me olha sério. Acho que agora finalmente ele vai me falar, logo espero as respostas de braços cruzados.

— Mallu, eu já te falei o que houve. Infelizmente você não consegue acreditar em mim. — Fala tranquilo e eu já estava desistindo.
  —Mas o que não deveria acreditar, acreditou.  — Resmunga a última parte e eu nao consigo entender

— O que? Do quê você está falando, garoto?

Pergunto, descontando a raiva nos meus lábios, não estava entendendo uma palavra do que ele falava.

P.o.v Noah

Finalmente havia encontrado um jeito de fazer ela mudar de assunto para chegar ao término.  Agora a parte mais difícil, era mentir e a deixar magoada.

— Nada! Esquece o que eu disse... — Digo propositalmente

—  Em quê eu não deveria ter acreditado? Do que está falando? — Ela olha para meus olhos e nunca vi tanta fúria como daquela vez. Permaneço em silêncio, estava indo bem.

— Olha, eu vou falar, não aguentava mais guardar isso pra mim por tanto tempo. — Digo, dramaticamente. Ela espera a resposta ainda de cara fechada.   — Tem certeza que quer saber?

— Claro, seu idiota. Termina de falar!

— Mallu, Eu não mudei. Sempre fui o mesmo cara de sempre, apaixonado por bebidas, festas, mulheres... Eu até cheguei a gostar de você, gostei de passar momentos com você, mas gostar não é amar. Até porque se eu amasse, não teria feito o que fiz.

Vejo seus olhos lindos lacrimejando a cada coisa que eu falava, e aquilo doía bastante. Palavras pesadas, ela não merecia aquilo, mas era necessário.

— E o quê você fez? — Ela pergunta, e eu não encontrei coragem para dizer/mentir — Fala NOAH!

Eu estava nervoso, e o grito me encorajou a soltar de uma vez.

— E- EU TE TRAÍ. Não foi apenas uma vez, foram várias... Você me ligava o tempo todo, eu me distanciava e não era porque estava com problemas ou coisas á resolver, eu estava curtido por aí.

— Você bebeu, é isso? Am?, Noah? — Ela grita, face a face e eu respondo que não com movimento da cabeça. — SÓ ESTÁ SAINDO ASNEIRA DE SUA BOCA, VAI SE FODER. ISSO NÃO PODE SER VERDADE!

— Olha, me desculpa... Eu...

Ela senta na cama, e tapa o rosto para chorar.  Nesse momento senti vontade de abraçá-la,  mas fui forte. — Desde quando você pratica isso, Noah? — Ela pergunta, limpando às lágrimas em seu rosto.

—  Desde o início da gente.

— Eu briguei com meu pai por você, com meu PAI! Apostei todas as fichas em você... — Ontem tivemos uma noite maravilhosa, talvez a melhor da que já tivemos,  você chegou a dizer que me amava, me encantou com seu aconchego, me deixou segura e hoje você me fala isso? Como você pôde?

Vejo seu rosto encharcado, tudo que ela falava parecia que eu havia feito de verdade. Odiava vê-la assim, Aguentei para não chorar no momento, estava querendo sair daquele quarto e gritar, quebrar alguma coisa.

— Não dá pra acreditar que você só queria transar comigo! — Ela continua á dizer.

— Ah, finalmente você percebeu! — Digo friamente.

— Você não passa de um babaca, idiota e infantil. — Limpa novamente suas lágrimas enquanto eu tento não á olhar.  — Você é um monstro! Tá na cara que ainda não se arrepende de nada!

Franzi as sobrancelhas

— O QUE QUE VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO AQUI? SAÍ LOGO!

Ela grita mais exaltada. Eu deveria sair e deixá-la mesmo, caminhei até a porta e antes de sair, à olhei, vi seus olhos avermelhados de decepção e fechei a porta. Desci as escadas rápido e chorando, que terror que estava passando pela minha cabeça, não acredito no que fui capaz de falar, não acredito que fui capaz de deixar a mulher da minha vida daquela forma.
Passo pela sala, vejo Luan e Ariel frustados, eles haviam escutado todos os gritos, e eu apenas digo " Cuidem dela para mim, isso é um Adeus. "




















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