Aos OIhos Da Nova Geração

Comentários

Um livro de sonhos. Ao ler as narrativas dos jovens autores deste livro, pensei em sonhos, isso porque pude observar que as histórias giram em torno das próprias vivências dos autores e isto me fez lembrar de vários gênios da Literatura, personalidades que usavam a arte para falar de si, como por exemplo, Kafka em Carta ao Pai, onde o autor fala de suas frustrações e desejos. O mesmo se dá com os relatos dessa obra, os autores, mesmo sem uma prévia combinação, acabam por fazer relatos de suas vidas, desejos e frustrações. Essa é uma das nuances da Literatura, trazer à tona nossas idiossincrasias e deixar que libertemos nossos sonhos, aliás, essa era uma das principais características do Romantismo: liberdade para dizer, fazer, libertar e sonhar....

Fábio Marturelli Peçanha

Professor de Língua Portuguesa e Literatura, Diretor Adjunto do Ciep 137 Cecília Meireles

Quando bem pequenos começamos a balbuciar fonemas; maiores tomamos conhecimento das letras e é nessa hora que iniciamos a cavalgada pela estrada da vida cheia de palavras: grandes, pequenas, bonitas, feias, engraçadas, estranhas... O caminho nos leva à união dessas palavras e somos apresentados aos textos. Alguns passam pra eles como se não existissem, outros os levam na bagagem...

Vocês, queridos alunos, resolveram torná-los seus companheiros de viagem! E é com imenso prazer que vemos, com a união de todos, acontecer o livro! Que bela recordação...Um dia poderão dizer para seus filhos, netos, amigos e companheiros: eu escrevi um livro, quer vê-lo?

Agradeço por fazer parte desta tão grande conquista. Que seja a primeira de muitas pela vida afora!

Elisângela Ferraz Badaró de Abreu Eliso

Há vinte e cinco anos pelas salas de aula. Começou na escola privada e após concursos públicos dedicou-se à esfera das escolas públicas. Desde então trabalha com alunos a fim de levá-los ao apreço pela língua portuguesa.

"Os Primeiros Capítulos das Vidas" Que bom ver nossos jovens usando as palavras para expressar seus sentimentos profundos. Que maravilha vê-los refletindo sobre suas experiências. Constatar através desses textos a vontade que eles têm de dividir com seus pares suas descobertas e suas convicções. Um trabalho como este, a produção deste livro, é mais que prazeroso e bonito, é edificante. E também é terapêutico, tanto individualmente quanto no aspecto do coletivo. Aqui constroem-se laços, trocam-se afetos, encorajam-se atitudes. E acima de tudo abandona-se a solidão, através do encontro com o outro, o esperado leitor. Ao ler este livro vem até mim uma série de formulações que se formam na vida desses jovens autores-atores de suas próprias vidas. Eis aí, entre tantas coisas, algumas que merecem ser pontuadas:

Vencer os medos. Superar os obstáculos. Fazer opções. Lidar com questões familiares e emocionais. Escolher uma profissão, um caminho. E às vezes ter que enfrentar tudo e todos. Buscar apesar das adversidades uma vida saudável, fraterna, um sentido maior e um mundo melhor. Obrigado a esses jovens e suas professoras e professores que fizeram essa proposta atingir os seus objetivos presenteando-nos. Parabéns! Sylvio Costa Filho

Ator e professor de Língua Portuguesa e Literatura da rede pública estadual.

Para sintetizar, em poucas palavras, o que, aqui, se lê, temos "textos de luta". Lutas de vivência e sobrevivência de uma juventude que poucos ouvem, enxergam e, sequer, notam. Com os traços estilísticos encantadores e singelos, delineam um mundo que passa despercebido a muitos que lhes circundam. "Vidas jovens importam", reverbera, grandiloquente, cada página deste livro: pois dar voz é significar.

Esta "nova geração" tem suas vidas significadas e ressignificadas através do relatar, à medida em que são confrontadas consigo mesmas. Do difícil processo, de fricção entre escrita e vida e de ficcionalização do vivido, as pérolas textuais nascem puras e belas em cada linha de capítulo.

De imediato, a memória do leitor se identifica com o texto, fazendo emergir do caudaloso rio das reminiscências, as lembranças de nossas próprias vivências: daquelas experiências ou de similares, impelindo-nos a sorrir, chorar, sentir. "Aos Olhos da Nova Geração" é um rejuvenescer das memórias, um afago no coração e, acima de tudo, um auscultar, poético, daqueles a quem, não raro, a voz é tirada, ou, pior, desmerecida, desvalorizada. É uma obra para se ler, reler e guardar.

Prof. Dr. Francisco Gonçalves

Pós-doutorado em Literatura (Sorbonne Nouvelle – Paris 3)

Doutor em Literatura Comparada (UERJ)

Foi com grande prazer que recebi para ler e comentar, o projeto do livro "Aos olhos da Nova Geração", da turma 1001 Integral/2019.

Após a leitura do projeto e traçando as primeiras linhas deste início de escrita, reafirmo o meu gosto em trabalhar com jovens, apostando sempre no potencial de mudança e inovação em estilo "suave'', como eles mesmos gostam de qualificar.

Sendo professora da turma, conheço os autores em determinada medida, e ler os temas que escolheram abordar, foram descobertas sucessivas de pensamentos, situações de vida e lugares que desconhecia.

Ouvir os sonhos, experiências e afetos vivenciados por eles, enriquece a relação e traz também a possibilidade de um novo olhar e um outro cuidado para com a vida que caminha junto.

Ouvir os jovens pelos jovens, significa olhar o mundo pelos seus olhos; perceber os temas que mais os afetam, escutar as experiências de vida e de quase morte, que os entristecem, os fazem sofrer e os transformam. A esperança surge potencializada, mesmo após as duras palavras de descrença e as duras experiências de vida. A dúvida e o medo surgem como insegurança de um caminho incerto, mas felizmente eles seguem, seguem o caminho, e "segue o baile", pois a experiência de vida é única, como um deles destacou, então parar no meio da caminhada, não é solução.

Surge a preocupação com o mundo e a humanidade, os conselhos de pessoas tão jovens, mas que já passaram por situações limítrofes.

Nossos jovens têm muito a dizer e é com grande alegria que reafirmo o potencial e a vida presente dos que se empenham por eles, mas com um olhar para o outro também.

Bravo!!!.

Adriana dos Santos Teixeira Barcellos

Doutora em Dança, professora de Educação Física da rede pública estadual.