Destiny

A Viagem parte II

Sakura estava sentada na mesma rocha em que ela e Sasuke estiveram na noite anterior, ela decidira que aquele se tornaria o seu lugar predileto da ilha, pela vista. Enquanto analisava os barcos saindo dos cais, ela sentiu a presença de mais alguém chegando e se assustou ao ver quem era. Sasuke ficou lá parado, em pé. Apenas admirando a paisagem assim como ela, estaria tudo perfeito, se ele não tivesse aberto a boca.

- Esse lugar costumava ser solitário. - Ele dizia com as mãos no bolso, ainda olhando para o horizonte. - Costumava.

- Lugares solitários atraem pessoas solitárias. - Ela respondeu na mesma frieza, mas já perceber­a que Sasuke estava nos seus dias de TPM, a fim de confusão. Tanto que ele logo a rebateu e outra briga acabara se formando.

- Você não consegue ficar legal, não é? – Disse ela quase que em um sussurro. - O quê aconteceu? Desde ontem a noite quando chegamos você mudou, não entendo a sua bipolaridade, Sasuke. Uma hora você me trata bem e na outra me trata com indiferença, então me diga, qual é a sua? Não pode ser normal? É difícil para você? - Disse em um fôlego só, que a fez ficar com o rosto levemente vermelho.

Sasuke queria lhe contar que por algum motivo ficou mexido com tudo o que tinha acontecido no dia anterior. Vendo como ela abraçou Naruto, de um jeito que uma mulher nunca o abraçou antes, parecia amor, que ambos precisavam um do outro. Totalmente diferente do abraço de suas antigas namoradas que apenas imploravam por sexo. A verdade é que nem ele sabia por que estava sendo escroto com a garota, então apenas seguiu o baile saindo sem dizer nada, deixando-a sozinha novamente.

Sasuke tirou todo o bom humor de Sakura, que logo depois saiu enfurecida derrubando tudo o que via pela frente, e olhando feio para as pessoas que queriam a intimidar.

- Ei, ei. Volta aqui. - Falou Naruto a pegando pelo braço. "Precisamos conversar", ele disse. A garota não estava a fim de conversa, mas não negaria um pedido dele.

Usando todos os palavrões que sabia, Sakura contou o que havia acontecido e a reação de Naruto foi a melhor de todas, por que o loiro apenas riu. Naruto começou lhe explicando que Sasuke era assim desde criança, e que ela não deveria contar a ninguém.

- A mãe dele morreu quando ele ainda era muito novo, o pai vive trabalhando e seu irmão mais velho é um babaca. - Naruto disse como que tentando explicar. Olhou para Sakura e pôde notar em seu olhar que ela queria saber mais. - Enfim, parece que nessa família dele só quem gosta dele é o cachorro e olhe lá. Na verdade, também tem a Srt. Miko, a empregada que sempre cuidou dele.

Logo em seguida, Naruto começou a explicar que toda essa máscara que Sasuke usava, na verdade, era para esconder o menino vulnerável que ele fora, e que ainda é. "Dê uma chance a ele", dizia Naruto a todo o momento. Só agora Sakura podia entender o que um cara massa como Naruto via de bom em ser amigo do enjoado do Sasuke, às vezes até desconfiava de que dá fruta que a Rosada gostava, os dois chupavam até o caroço.

Sakura sabia que isso não dava a Sasuke o direito de ser um babaca com ela e muito menos uma justificativa, já pensou se todas as pessoas que tivessem problemas descontassem nos outros? Mas pela primeira vez entendeu um pouco a situação de Sasuke, e passou a lhe olhar com outros olhos, no final de tudo ele era apenas mais uma criança que a vida teimou em ferrar.

Seria a última noite dos estudantes na viagem, pois partiriam no outro dia pela tarde. Em um meio de se despedir, fizeram uma roda em torno de uma fogueira, Chouji puxou seu violão surpreendendo a todos, pois ninguém sabia que o mesmo tocava esse instrumento. Começou a tocar uma melodia aleatória, até que Shikamaru começa a cantar os primeiros versos de uma música do Radwimps.

"Futari no aida toorisugita kaze wa, doko kara sabishisa wo hakondekita no" - Shikamaru começou devagar, como se ainda estivesse com um pouco de vergonha. Passou uma brisa no espaço entre nós, que trouxe a solidão de algum lugar muito distante. Sakura sabia a música de cór, então junto com Shika, começou a cantar também.