Cap X

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Naruto havia ficado a noite toda com Hinata, que no fim melhorou de sua infecção. Tomaram o café da manhã todos juntos e Sakura se certificava de que a amiga estava se alimentando bem, o loiro ficou a manhã toda calado, o que era de se estranhar em um garoto que falava a cada minuto. Em apenas três dias a rosada ficou sabendo de mais coisa do que em meses com o mesmo círculo de amigos, estava ansiosa para contar tudo a Kiba.

Sakura resolveu dar uma volta no centro da vila, aproveitou para espairar as ideias e comprar alguma lembrancinha para a tia ou Kiba. Havia vários objetos artesanais nas barracas de vendas da feira, uma mais linda que a outra, como se tratava de uma ilha, a maior parte dos presentes eram pequenos barquinhos delicados e peixes ou sereias de cabelos loiros ou rosas, se pudesse levaria tudo e guardava em um potinho.

- Você gostaria de ouvir a história da libertadora de nossa aldeia? - Um garoto de provavelmente uns oito anos apareceu lhe perguntando. Estava suado, sem camisa. - Você poderá me dar à quantia que quiser e eu lhe contarei a história, não importa o valor e sim a intenção. - Se sentando em uma caixa de madeira que estava jogada na rua, ela põe a mão em seu queixo, como um gesto de que prestaria atenção a cada palavra que ele dissesse.

A história era sobre uma jovem sereia que rondava as redondezas da ilha. Em trabalhos matutinos, pescadores começaram a achar estranho o fato de suas redes de pesca voltarem quase sempre vazias com um rasgo em suas extremidades, então decidiram caçar o que achavam ser algum tipo de mostro marinho desconhecido, mas se assustaram com uma linda jovem metade humana metade peixe em seus barcos. Já rondavam histórias na ilha de antigas sereias, histórias contadas de geração a geração, no geral, histórias macabras que diziam que as sereias eram bruxas. Assustados, os marinheiros decidiram enviar a jovem para um senhor feudal, que a prendeu no lago da praça como uma espécie de apresentação e demonstração de bravura. Entretanto, os senhores não contavam com a intervenção do filho do rei, que se apaixonara pela jovem sereia. Seus amigos diziam que ele estava louco, que ela havia o enfeitiçado, e de fato tinha, pois ambos estavam apaixonados. No dia em que a sereia seria decapitada, o jovem príncipe interviu dizendo que morreria em seu lugar. Decidido, o príncipe foi contra a palavra de seu pai para esquecer a moça, mas o mesmo não ouviu, pois viver em um mundo sem sua amada seria como se estivesse morto. O rei era severo, mas não mataria o seu próprio filho, então reivindicou o trono do mesmo que fugiu com a sereia. Ficaram anos vagando pelas florestas sem rumo algum, até que em um de seus caminhos, acharam aldeões presos, filhos de Kerama, e soube por eles que o rei havia sido assassinado, com sede de vingança o príncipe voltou a sua terra, reivindicou o trono que tinha por direito e a então nova princesa libertou os aldeões que por anos viviam presos, sendo até hoje amada e respeitada por todos os nascidos de Kerama.

- É uma bela história. Não poderei lhe dar muito, pois ainda irei comprar uma lembrança a um amigo. - O garoto sorriu, e em uma forma de agradecimento lhe deu uma flor cor púrpura, para ela colocar em seu cabelo. Sakura lhe perguntou o porquê do tal presente, já que era ele quem precisava de ajuda.

- A princesa sempre usava uma flor em sua cabeça e você se parece com ela. - Respondeu ele, lhe mostrando adornos de sereias, todas com cabelos rosa. Agradecida, ela trocou um high-five com o garoto, e foi andar para perto dos cais, tais que ela sempre via quando estava na pedra. Curiosa, decidiu chegar um pouco mais perto. Observou os pescadores e turistas andando de barco ou lancha, já iria embora, até que uma senhora simpática decidiu atrapalhar seus pensamentos lhe perguntando se ela queria dar uma volta de barco, que para ela faria um desconto, pois ela lhe lembrava a libertadora de seu povo. Sakura se perguntou se todas as turistas de cabelos rosa recebiam esses mimos também, decidiu que daria uma volta.

A água era tão clara quanto seus olhos, infinitamente clara, tanto que era capaz de ver os peixes e plantas marinhas se apertasse um pouco os olhos, achou tudo extremamente lindo e relaxante, por alguns segundos queria morar ali mesmo e ser levada pelas águas do mar. Tomou um susto ao ver que o céu já estava quase todo escuro, ficou observando o crepúsculo sem se dar conta.

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