[2018]
Apesar da vida que levava, Kim Namjoon era um cara simples. Seu pai era dono de uma empresa, e de um restaurante bem conhecido. Já sua mãe, era advogada e ganhava bem com os seus casos.
Os dois eram completos estranhos, um com o outro. Nam desde de pequeno não sabia ao certo, por que os dois eram casados, ou qual tipo de acordo eles teriam estabelecido. O que mantinha os dois como um casal, se claramente não existia amor?
Seus pais não se suportavam. Apenas se ouviam gritos e xingamentos entre eles, as brigas já eram algo familiar, para aquela casa barulhenta.
As pessoas de fora, viam apenas a aparência e o peso, que o sobrenome da família tinha. Mas esses, mal sabiam que tudo não se passava de uma máscara, que jamais seria tirada na frente da mídia, que os rodeava como nunca.
××××
Eu sabia que precisava ser uma pessoa forte. Desde pequeno eu já havia aprendido que para sobreviver a uma família caótica como a minha, você tinha que se manter no controle, o tempo todo. Precisa controlar suas emoções, porque ninguém está interessado se você está mesmo bem ou não, apenas faça a sua função, e tudo terminará bem.
Não pense que ser filho único é uma dádiva, ou algo do tipo. Ser sozinho te fere, você tem que passar por toda a dor e momentos ruins, por conta própria. Se acha que não está preparado mentalmente para isso, apenas fique o mais rápido possível, eles não vão esperar até que você esteja pronto. Apenas amadureça logo.
Ter sido criado dessa forma, me fez refletir por muitas noites em claro. As vezes, eu me conformava com o sentimento de que era o suficiente para mim mesmo, e de fato, isso é verdade. Foi difícil criar amor próprio, mas essa foi uma batalha em que eu venci bravamente, e me sinto orgulhoso por isso. Mas em algumas noites, eu apenas desejava alguém ao meu lado. Que talvez pudesse me abraçar e dizer coisas bonitas, em que eu pudesse acreditar genuinamente.
Não ter uma pessoa que te ame da forma como você realmente é, e que constantemente tenta te mudar, para que você seja da forma como ela quer, é realmente muito difícil. Eu mesmo, demorei muitos anos para entender a situação em que vivia. Minha relação com meus pais nunca foi algo saudável, e sim, doentio.
Eu tinha que ser o suficiente, como uma fortaleza, para seguir o "meu caminho". Que na verdade, já estava preparado pelo meu pai. Eu já não tentava mais recusar, ou mudar meu destino, por motivos de que, simplesmente não conseguiria de jeito nenhum.
Mesmo que eu tivesse feito tudo certo, ou pelo menos, tentado fazer tudo conforme meus pais - não tão amáveis - haviam me obrigado a fazer. Nada parecia ser o suficiente para eles, mas eu sabia que havia feito coisas grandes. Tudo era uma grande conquista para mim.
Mas agora, eu seria nomeado o mais novo dono do restaurante, que pertencia inicialmente ao meu pai. Não me sentia muito a vontade, ou preparado o suficiente para isso, mas para o meu pai, isso claramente não importava.
Assim como todo o resto...
××××
Como eu já estava pronto para ir ao trabalho, não demoro muito para sair de casa. Estava com o meu café de todos os dias em mãos, mas tomei bastante cuidado ao entrar em um dos carros de meu pai, acompanhado por Héctor - o motorista favorito da minha mãe - Estava saindo cedo de casa, mais cedo do que o habitual, já que mais uma briga violenta entre meus pais, se iniciara bem no início daquela manhã.
Mas por sorte, já havia comprado minha casa própria. A qual, já tinha minhas coisas e tudo o que eu iria precisar. Eu só precisava ter uma última conversa, daquelas bem sérias com o meu pai, e já poderia finalmente ficar em minha verdadeira casa.
Ao entrar em minha sala, encontro um homem sentado na cadeira que ficava de frente a minha mesa. Como nunca tinha o visto antes, resolvo apenas me sentar e agir de forma natural, para não o assustar.
— Bom dia? Em que posso o ajudar? - digo enquanto o observava.
— Só retribuo o seu "bom dia", se conseguir dar um jeito na minha vida. - responde ele nervoso, me encarando.
— Desculpe senhor, mas por que eu daria um jeito na sua vida? - perguntei um pouco confuso.
— Porque eu preciso de um emprego, e você, de um chefe de cozinha, com experiência. Bom, estou aqui - ele aponta para si mesmo. — Não trouxe um currículo, porque nunca trabalhei em um restaurante antes, mas aprendo rápido, e preciso muito do dinheiro que vou receber. - ele complementa, parecendo quase desesperado.
— Calma senhor, peço para que não se exalte por favor. Não estamos em um local público, para falar assim. - disse um pouco sério. — Eu posso até considerar a idéia de te contratar, se aceitar uma pequena proposta, que eu tenho a lhe oferecer. - peguei uma folha de papel e uma caneta.
— Que tipo de proposta? - ele pergunta curioso, observando o papel em minhas mãos.
— Para que eu possa te contratar como meu mais novo chefe, você teria que fazer mais um serviço para mim, fora do trabalho. Já adianto que não será algo fácil, muitos já recusaram, então, se não aceitar, não será uma surpresa para mim. - mostro a folha de papel para ele, e deixo a caneta a mostra.
— Isso é um contrato?... - ele pergunta enquanto lia o papel. — Você quer um namorado, além de um chefe de cozinha? - ele me encara.
— Sei que parece absurdo, mas não será por muito tempo, só por alguns meses, para ser bem claro. Se você aceitar, prometo que irei responder a todas e quaisquer perguntas sobre este serviço a parte. Você aceita minha proposta? - disse um pouco nervoso, o homem a minha frente era mesmo muito bonito, e com certeza seria a pessoa perfeita para me ajudar. — Eu te ajudo, e você me ajuda.
E então, ele pega a caneta da mesa e assina o papel, sem hesitar. O que me surpreende, e de uma certa forma, me traz uma paz tremenda.
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𝗟𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗧𝗵𝗶𝗻𝗴𝘀 • 𝗻𝗮𝗺𝗷𝗶𝗻
Fiksi Penggemar[Concluída] | short fic • Onde Kim Seok Jin, precisa de um emprego. • Kim Namjoon, de um namorado de aluguel. • Min Yoongi, precisa de inspiração, para a sua próxima música. • Jun Hoseok, de alguém que possa ser seu parceiro de dança. • E Kim Taehyu...