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Continuei jogando. Ele ora encarava meu dedo enfaixado pelo curativo, ora encarava meu rosto. Até não suportar e "rir" de mim. O ignorei. Por estratégia e por pura raiva.

Ele pendeu a cabeça pro lado, me olhando. E então levantou as mãos, as pondo sobre a mesa. Ele se ajeitou e ficou ereto, estava perto, a mesa era a única coisa no nosso caminho. Continuei. Peguei uma peça, a puxei minuciosamente, mas de nada adiantou, tudo desmoronou. Bufei.

Montei de novo. Eu estava ficando boa nisso. Ele alcançou o negócio que decide quem começa e o girou. Suas algemas não ajudavam muito, mas ele conseguiu.

Sem tirar os olhos de mim.

Olhei de rabo de olho para o negócio e era a minha vez.

Puxei uma peça. Nada caiu.

Vez dele. Ele puxou um dos alicerces e tudo caiu.

Ele continuava me olhando. Porém era um olhar diferente. Superioridade.

Superior. Desorganizado.

Anotei assim que cheguei em casa. Filho da puta!

Eu estava obtendo avanço.

- Eu pensei que ficaria 20 anos tentando fazê-lo reagir, mas eu estou conseguindo antes disso! - pulei animada.

Hyunjin me olhou com um sorriso de canto de boca enquanto mexia algo na panela.

- Angel... - ele apaga o fogo e vem até mim. - Estou muito orgulhoso de você.  Você é capaz e é ótimo vê-la provando isso.

Sorrio emocionada.

Saber disso é incrível, mas ouvir em alto e bom som da pessoa que você mais ama e confia, é outra coisa. Me amar é ótimo e ser amada por Hwang Hyunjin é como se eu estivesse em outro plano, outra dimensão. É esplêndido.

Hyunjin me toma num abraço. Seus braços rodeando o meu corpo, num carinho gostoso. Suas mãos acariciando minhas costas, subindo e descendo. Ele nos afasta um pouco e ambas suas mãos pegam as minhas, seus olhos nos meus e um sorriso dançando nos lábios.

- O que houve com o seu dedo? - ele pergunta, levando seu olhar até meu dedo enfaixado.

- Nada. Prendi na porta. - respondo.

Ele ri. Logo recebendo um tapa meu.

- Doeu, poxa.

- Só você mesmo para fazer esse tipo de coisa, Angel. - ele diz ainda rindo.

(...)

Estávamos jogando. Ele estava normal, embora nada dissesse. Tudo perfeitamente normal, ele era inteligente e sabia exatamente qual peça puxar. A frieza de seus movimentos, a maneira como sua mão não tremia, tão decidida. E o impossível aconteceu, um alicerce se foi, mas nada desmoronou.

Esse homem ainda é uma incógnita para mim, e eu nunca fui tão boa em matemática.

Notei que não tinha nenhum machucado em suas mãos. Como ele escreveu com sangue de dentro da sua cela se ele não tinha nenhum ferimento por mínimo que fosse?

Ignorei esse pensamento, pelo menos por agora.

Ele me encarava, seus olhos negros queimando minha pele. O encarei de volta. Sua boca se abriu permitindo-me a visão de seus dentes frontais alongados e alinhados, quando um suspiro deixou seu interior, seriam fofos se não fossem dele, e nessas circunstâncias.

Deixei a sala como de praxe. Porém, decidi que me precisava de mais informações sobre esse cara. Conversei com Bang por mensagem, marquei um encontro no horário de almoço e assim faríamos.

Smile :) [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora