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O questionei. Seus olhos foram para baixo e para a esquerda, o que significava que ele estava acionando o lado criativo do cérebro, logo, ele estava atrás de outra mentira convincente.

- É óbvio, Ângela. Nada deixaria uma pessoa mais traumatizada em dirigir do que um capote, estou certo? Ah, nem responda. A não ser que você seja realmente patética ao ponto de simplesmente se traumatizar com uma batida de estacionamento. - ele diz, mais uma vez eu me segurei para não acertá-lo na cara.

Preferi me retirar, aliás, a insatisfeita era eu.

Meu estômago roncou, mas só a ideia de ter algo na minha boca me enjoou. Me deitei na cama, abracei o travesseiro de Hyunjin e espirei seu cheiro.

- O que aconteceu com você? Espero que esteja bem, eu daria tudo para estar no seu lugar. - penso alto, minha voz embargando.

Como Jisung sabia sobre meu acidente? Como ele poderia saber? Ele pode ter sido um dos médicos ou enfermeiros, nem sei se essa possibilidade faz sentido. Mas e todas as marcas de sangue em sua jaula, sem nenhuma marca de ferimentos em seus dedos?

Eu preciso usar a cabeça, pensar, mas pensar está me deixando louca! Bem, ficarei louca de qualquer maneira. Se Jisung for médico ou enfermeiro, ele pode saber "curar" suas feridas, ou até mesmo saber onde se machucar. Eu preciso descobrir.

Deixei o quarto e desci rapidamente as escadas. Ele não estava na sala, mas o cheiro de óleo quente me disse que ele estava na cozinha. Fui até o cômodo, logo o vi mexendo algo nas panelas.

- Está com fome? - ele perguntou.

- Não.

- Precisa se alimentar. - ele diz, sem nem me olhar.

- Por que se preocupa? - me encosto no batente.

- Eu vou salvar você. Tirar as suas vendas, pobre alienada. - ele diz. - Coma, por favor.

Ele fez dois pratos. A cara estava boa e eu estava rezando para o sabor também, e assim estava. Estava muito bom, tirando um gosto um tanto forte... me lembrou até um sonífero.

- Vamos sair daqui, esse lugar carrega lembranças das quais você não precisa. - foi tudo que o ouvi dizer antes de apagar.

(...)

- ... Então é isso que vai acontecer com você, se você não fizer exatamente o que eu mandei, fui claro? - ouvi sua voz ao longe.

Tentei me sentar assim que minha visão clareou. Notei não estar mais no meu apartamento, então me lembrei do que Jisung disse sobre deixar aquele lugar.

Eu estava em um quarto. Parede escura, algo como cinza intenso, alguns detalhes, bem poucos, em branco. Cama espaçosa, sacada, closet - deduzo pela falta de um guarda roupa -, uma suíte. Isso deve ter custado muito dinheiro, onde ele arranjou tanto?

Me levanto e ando até a porta. Ele estava pleno, sentado com uma taça de vinho ao seu lado, olhando fixamente seu celular.

- Que bom que acordou. - ele diz num movimento brusco, colocando o celular ao lado da taça. - Gostou?

Ele perguntou se referindo ao apartamento. Jisung se levantou e veio até mim, seus braços rodearam minha cintura, me puxando para mais perto, seu rosto se aproximou, seus olhos me analisando, logo seu rosto foi para meu pescoço, onde ele passou seu nariz, como se avaliasse meu cheiro.

Fiquei estática, Jisung se afastou bruscamente e me encarou. Notei uma cicatriz em seu olho direito, coisa que seus fios negros sempre tamparam. Levei meus dedos até seu rosto, afastando os fios de sua testa. Jisung era lindo.

Smile :) [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora