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A cabeça de Minho girava depois de alguns copos de cerveja barata. Ele só quis experimentar e odiou, o gosto amargo não lhe trouxe nenhum conforto ou solução mágica. Ele ainda precisava de um rumo, mesmo sabendo que não era isso que ele queria. Minho se viu perdido e odiou, mais do que a cerveja e a dor latente em sua cabeça. Ele estava
descobrindo que extremos eram perigosos, e que as consequências podiam chegar mais rápido do que ele imaginava. Minho deixou o quarto, ele precisava de ar, e a noite estrelada talvez o ajudasse a pensar melhor. Ele cogitou olhar pra piscina no andar de baixo e quando deu por si, já estava imerso na água clorada e fria. O choque de sua pele quente com a água gelada lhe deu um choque, este fez seus neurônios voltarem a funcionar como o habitual.

Depois de "esfriar a cabeça", Minho se sentiu vivo novamente. Ele estava de volta ao jogo e Ângela deveria se preparar para cair.

Ele voltou para seu dormitório antes que o vissem usando a piscina sem permissão, jogou a cerveja fora e se preparou para um banho. A água em temperatura ambiente descia por seu corpo já molhado, porém agora nu. Seus fios escuros caindo sobre seus olhos fechados, Minho só estava aproveitando o momento. Por que ele estava tão preocupado mesmo? Se deixar levar pelas circunstâncias é tão simples, por que ele complicou todo esse processo tão natural?

Depois do banho, Minho resolveu que iria dormir. Ele sempre quis pegar um carro e sair por aí sem rumo. Torcendo intimamente para que Ângela estivesse no caminho, apenas para passar por cima.

Enquanto Minho tinha uma ascensão, o detetive Bang aproveitava para descansar. Ele precisava disso, mesmo sabendo que tinha um Minho pra pegar e outros casos para resolver. Se eu morrer por exaustão nenhum caso será resolvido tão cedo mesmo, pensou.

O chá de camomila fez efeito em poucos minutos, o banho morno ajudou na tensão muscular e logo havia um Christopher dormindo feito um bebê na cama.

Assim que seus olhos fecharam e suas mentes se encontraram imersas pela melatonina, os rapazes se depararam com uma coisa em comum: Ângela. Minho a queria fora de seu caminho de vez, já Christopher a queria em segurança.

Matar Ângela condenaria Christopher à uma perpétua culpa. Assegurar Ângela condenaria Minho à morte ou à prisão.

E de novo, a vitória seria daquele que derrubasse o oponente primeiro. Num ciclo de sempre estar alerta, se mantendo de pé, e tentando a todo custo derrubar o outro. Mesmo que não fosse pessoal, era.

Minho acordou antes dos raios de sol atingirem a janela de seu quarto. Ele arrumou a cama e deixou o quarto. Por ter a necessidade de um carro novo, ele roubou assim que se afastou o suficiente do hotel.

Dirigindo sem rumo novamente, Minho se perguntou o porquê de querer tanto Ângela, quer dizer, o porquê de estar atrás dela. Ela fugiu, o que há de ruim nisso? Algo naquela mente aguçada tinha certeza de que ela viria pra ele no momento certo. Agora, qual seria o momento certo? Não se sabe. Minho pouco se importa, ele adoraria que fosse dali a dois segundos, do mesmo jeito que não se queixaria se fosse dali a três meses. A arte do inesperado.

Contando com a previsibilidade de Ângela, Bang conversou com Hyunjin. Uma proposta tentadora de passar algumas semanas longe da cidade e toda sua agitação. Apenas para dar continuidade à investigação sem uma Ângela tentando a todo custo interferir. Hyunjin aceitou sem pensar duas vezes.

- Minha família tem uma casa de campo, podemos ficar lá. - o Hwang afirmou.

- Ótimo, não conte nada sobre isso pra ela. Você a conhece, vamos evitar conflitos. - o detetive sorriu. - Me mande a localização depois, irei mandar uma equipe, só para prevenir.

Assim que o detetive se despediu de Hyunjin, o mesmo se encaminhou para casa, onde Ângela esperava enquanto assistia algo aleatório na tv. A mulher sorriu ao vê-lo e naquele instante ele sentiu que poderia viver somente dela pro resto da vida.

Smile :) [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora