:)

229 34 11
                                    

Minho estava a cada dia mais distante ao ver de Ângela. Os papéis do caso não sairam do lugar, era como se ele quisesse que ela os achasse. Mas ela demorou para o fazer, enquanto isso ele aprontava pela cidade. Minho estava ficando louco, obsessivo. Ângela estava chegando ao seu limite mas mesmo assim não conseguia se decidir, depois de ler o caso ela ligou os fatos, nada daquilo foi coincidência. Minho seria realmente capaz de planejar tudo? O quão esperto ele podia ser? Perguntas assim rondavam a sua cabeça. O oitavo mês se iniciou e parecia que Christopher nunca a acharia. O mundo pareceu parar quando Ângela percebeu que Minho estava blefando, ele provavelmente só teve sorte quando Hyunjin parou de dar notícias. Era isso? Porque Minho não falava sobre Hyunjin, nem ao menos o usava para provocar Ângela. Ele mentiu esse tempo todo e ela deveria saber disso. O sangue de Ângela ferveu nas veias, ela se sentiu estúpida, suja, ingênua. Ela caiu no jogo dele e, como ele havia dito, sem esforço algum. Ele só precisou saber qual peça puxar.

Ângela queria matá-lo. Mas não queria se juntar a ele, se tornando como ele. A doutora decidiu que iria fugir, era sua última chance e ela descobriu isso a tempo. Ângela não se preocupou com roupas ou objetos pessoais, ela apenas abriu a porta e saiu. Pelo visto, Minho não voltaria cedo, ela sentia que ele a mataria assim que chegasse, até porque não haviam mais motivos para mantê-la viva. Não era mais tão divertido.

Felizmente ela conhecia a cidade, não aquela rua em questão, não aquele bairro, mas ela daria um jeito. Era melhor do que estar na companhia de Minho. Ela já temia os surtos. Estavam ficando cada vez mais constantes, completamente inesperados. Sem contar que Ângela já sentia a necessidade de Minho de tê-la de outras maneiras, e isso a doutora não deixaria acontecer. A mulher se esgueirou por becos, andou de cabeça abaixada, evitou contato visual com as pessoas e só descansou quando se viu em um bairro conhecido. Ela já visitou restaurantes ali, mas isso não era uma memória útil.

Ângela não imaginou que seu sangue podia gelar tão rápido depois de ferver, mas quando viu Minho sentado ali, a poucos metros dela, quase teve uma síncope. Ela se jogou para o lado, quase caindo dentro de um arbusto. Se ele a visse seria seu fim.

Ela queria gritar, queria ser invisível, queria matar ele ali mesmo, mas ela não podia nada disso. Então, da forma mais discreta que pôde, ela foi saindo daquela área.

(...)

Ângela nunca pensou que ficaria tão feliz em ver a delegacia, mas ela o fez. Até chegou a sorrir antes de correr para dentro. O detetive tinha olheiras fundas, seu olhar perdido em vários papéis, sua caneca recém preenchida pelo líquido escuro era denunciada pela fumaça. Ângela bateu a porta e entrou, lentamente para não o assustar, até porque ela não passou somente um dia fora.

Christopher quase caiu para trás, mas se conteve. Ele só não se conteve em pular na amiga, a tomando em um abraço carinhoso. Ângela chorou bastante, entretanto, lembrou de Minho à solta, planejando coisas.

- Escuta, eu preciso de alguns favores seus. - a mulher foi direta, seu tom e expressão sérios enquanto segurava os braços de Bang.

(...)

Ângela foi escoltada pra casa, Bang fez questão de levar a amiga, assim tinha certeza de sua segurança. Hyunjin a esperava impaciente em casa, depois da conversa séria com Christopher, a primeira coisa que Ângela fez foi contatar o Hwang.

O rapaz não conseguia crer, era explícito em seus olhos cansados, vermelhos, inchados e úmidos. Ela estava ali na sua frente depois de meses e parecia um sonho. Ângela exitou em abraçá-lo, porém quando o fez desejou poder nunca mais soltar.

- Como é bom ver você... - ela diz e acaricia o rosto de seu verdadeiro amor.

- Estou aqui, não vou sair nunca mais. - ele a segurou como se a qualquer momento ela fosse se desmanchar e sumir novamente.

- Eu preciso... preciso te contar o que aconteceu. - ela disse firme.

Hyunjin assentiu. Ele foi compreensível em algumas partes, em outras ele apenas tentou. Obviamente Ângela omitiu algumas partes, como as dos últimos surtos, que lhe renderam marcas nos braços por ser segurada com muita força.

Naquela noite, eles ficaram juntos como nunca antes. Era um pouco estranho, a mulher se sentia rígida ao toque de Hyunjin, depois de tanto tempo exposta às farsas e encenações,  era difícil se render facilmente ao real. Ela se sentia péssima. Por outro lado, era ruim para ele também, o rapaz sentia a diferença de comportamento e apesar de amá-la, ele admitia que não sabia como portá-la em seus braços.

Naquele momento Ângela se viu na quarta queda. Ele conseguiu destruir tudo, mesmo que agindo indiretamente. Ela o odiava tanto.

(...)

Minho não demorou muito para perceber que Ângela havia fugido. A casa silenciosa com os cômodos vazios o alertaram. De início ele sentiu raiva, no seu rosto uma expressão de desgosto total, depois ele se acostumou com a situação e com a mesma expressão ele pensou no que poderia ser feito. Até porque, agora sem Ângela, os policiais poderiam ser mais rápidos em pegá-lo.

Enquanto Minho via a sua própria estrutura em risco de queda, Ângela fazia de tudo para derrubá-la o mais rápido possível. A doutora seguiu para a delegacia assim que amanheceu, indo contra tudo que lhe foi recomendado por Bang e Hyunjin.

- Você não deveria estar aqui. - Christopher diz assim que avista aqueles cabelos negros se aproximando.

- Quero saber sobre Jisung, o que quer que tenha acontecido com ele aconteceu depois do meu acidente. Acho que isso já reduz bastante nas buscas. Ah, eu faço questão de analisar cada arquivo. - ela diz firme, não deixando brechas para discussão.

- Você não deveria estar aqui. - Bang repete. - E o que é isso? Ângela, você não pode simplesmente chegar aqui e me pedir uma coisa dessas. Volte para casa agora. - Bang diz tão sério quanto a mulher.

Contrariada e a ponto de surtar, Ângela voltou para casa. Ela não sentia raiva de Christopher, muito pelo contrário. Ele só estava fazendo o que um bom amigo faria, protegendo ela. Mas ela precisava de informações, ela precisava puni-lo pelo que fez.

Hyunjin estava preocupado. Ângela estava ali mas parecia estar em outra cidade. Ele queria ajudá-la, queria poder fazer alguma coisa. Ele se sentia culpado, por sua causa ela foi raptada e estava ferida, seu psicológico estava sangrando e ele não sabia como estancar. Se ele estivesse em casa naquele dia, tudo seria diferente. Ângela estaria bem agora. Mas como ele saberia? O coitado estava aos pedaços.

- Ei, eu estou bem. - ela o olhou, como se lesse seus pensamentos. - Deite aqui.

Ângela abriu os braços o chamando para deitar sobre si. Hyunjin sorriu, percebendo que talvez, com o tempo, Ângela voltasse para ele. O rapaz deitou sobre o peito dela e se aconchegou ao sentir seu cheiro. Ele soube que ela não era mais dele no momento em que se abraçaram depois de meses longe, mas agora nada importava, ele a teria de volta, ele estava disposto.

Ângela se sentia uma estranha, como se não se encaixasse em lugar nenhum, nem em seu próprio lugar. Mas ela também estava disposta. Ela também soube que aquele que costumava ser seu namorado agora estava mais para um amigo quando eles se abraçaram, e doía. Ela sentiu lágrimas em seus olhos, o que ela fez de tão ruim para merecer isso? Sua saúde mental, despedaçada. Vida amorosa, quebrada. Nem sair de casa ela podia, recomendações do Bang.

Quando cessou seus pensamentos e olhou ao redor, percebeu que estava fazendo carinho nos fios sedosos de Hyunjin e que este dormia serenamente em seu colo. Ângela sorriu verdadeiramente em meses, seu coração se aqueceu e ela nunca se sentiu tão motivada a tentar como agora. Ela não poderia perdê-lo, ela o amava.









Eu estou cada vez mais apaixonada por essa estória mds

O que vocês estão achando? Como estão se sentindo ultimamente? Me contem tudo, se o wattpad deixar eu vou ler tudinho.

Até a próxima, anjinhos ❤

Smile :) [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora