Capítulo 7: O Primeiro Amor.

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Choi In Ha nunca se preocupou com algo chamado ''romance''. Quando estava no ensino médio, andava por aí sem ligar para as outras adolescentes que suspiravam de amor, seja por um idol ou até mesmo aquele cara popular da escola. Na faculdade cursou fotografia, algo que tinha fascínio, antes de decidir seguir a carreira de cantora.

Em um dia atípico, ao chegar na sala Choi In Ha viu um rosto novo. Ele estava sentado ao seu lado. Sentiu um pequeno incômodo percorrendo seu corpo, como uma reação química que queimava como chamas, as borboletas começaram a sair finalmente do casulo e bater asas. Ela finalmente havia se apaixonado. Sentou-se e tirou o material.

- Com licença, pode me emprestar uma caneta para fazer algumas anotações? Será rápido! - ele perguntou com um sorriso no rosto que brilhava tanto que chegava a ofuscar. A garota entregou a caneta com um sorriso tímido e as bochechas levemente coradas.

- Q-qual o seu nome? - perguntou, a timidez parecia ter crescido ainda mais.

- Je Soo-Ho! - disse simpático e lhe entregando a caneta.

"Eu estou amando, finalmente!" - pensou com orgulho de si mesma. Aos poucos ela tentou ao máximo fazer a relação de amizade avançar para um novo nível, no entanto, as tentativas eram falhas.

No último ano da faculdade, sentados na grama dos campos, saboreando suas guloseimas ele repousou a cabeça no ombro de Choi In Ha, o que a assustou. Seu coração batia tão forte que tinha medo de Soo-ho ouvir as batidas. Ela reuniu as palavras certas, apenas faltava colocá-las para fora.

- Eu gosto...!

- Hwang Jung-eum! - interrompeu.

- Como é? - questionou a garota confusa se afastando.

Ele riu da expressão da amiga.

- Eu gosto da Hwang Jung-eum!

Ouvir aquelas palavras soou como uma música fúnebre e aterrorizante.

- Seu irmão é muito amigo dela. Talvez, quem sabe, ele não possa me ajudar? - brincou, cutucando o ombro da amiga - Ela é minha musa. Espero um dia não só tê-la em meus braços, como também a fotografar de maneira magnífica, do jeito que ela merece. Do jeito que eu a vejo!

Aquilo doía mais do que um tapa no rosto. Apesar de tentar disfarçar a decepção não conseguia, afinal era seu primeiro amor.

Mas é sempre assim. Dizem que o primeiro amor sempre é o que mais dói, e o que a gente sente mais intensamente, como uma droga que você apenas experimenta e fica viciado. In Ha se levantou e bateu sua roupa para se livrar das gramas e da poeira, a cabeça enterrada contra o peito, deixando o cabelo cair sobre seu rosto, o cobrindo quase que totalmente.

O garoto se levantou de imediato e puxou a garota pelo braço, aproximando-a de si.

- Por favor, In Ha, me ajude... Meus sentimentos são fortes demais, não consigo me imaginar vivendo sem ela! - implorou.

- Ok! - disse com um certo desânimo que passou batido pelo amigo que esbanjava um sorriso brilhante, e ao vê-lo assim ela compreendeu o que seria se satisfazer em apenas ver a pessoa amada ser feliz, mas mesmo assim incomodava muito.

Hwang Jung-eum não era próxima de Je Soo-Ho, eles apenas se encontravam por coincidência. Agora a garota que amava o jovem com sorriso encantador tinha que vê-lo com outra e ainda os ajudar a ficarem juntos. Um verdadeiro castigo.

Com o passar do tempo, eles não apenas nutriam uma amizade como um amor genuíno um pelo o outro, e isso começava a afetar a relação de Jung-eum com Gary, que se mostrava cada dia mais irritado pela proximidade entre eles. In Ha assistiu a tudo de camarote e se sentia tão culpada e ao mesmo tempo sufocada. Por fora ela se mostrava fria, debochada e alguém não ligava para o que acontecia, porém, por dentro estava em um abismo terrível e ver a tristeza e obsessão de seu irmão por Jung-eum a perturbava.

Um dia, navegando na internet, esbarrou no aplicativo de Park Bo Ra, ''PASS TO LOVE". Com o passar do tempo, viu que tudo já tinha ido longe demais. Ela recorreu à senhora Wang.

Ela lhe contou em detalhes tudo que a filha guardava para si e o quanto aquele casamento a destruiria por dentro. A Senhora Wang ficou atenta e chocada em cada relato, então a irmã de Gary lhe estendeu o celular, mostrando-lhe o aplicativo de serviços. Mais que depressa, ela baixou o aplicativo e contratou os serviços.

A pobre garota só estava tentando fazer o bem, mas no final fez seu irmão sofrer mais uma vez, e acabou complicando a vida da garota que não tinha nada a ver com o problema: Bo Ra. Apesar de parecer fria e arrogante, ela constantemente estava preocupada com a menina e sentia o peso enorme nas costas.

Apenas não conseguia admitir isso e descontou em Bo Ra suas frustações, o que odiou fazer.

- Eu não consigo me livrar desse fardo, por mais que eu tente... - suspirou.

Pensar sobre o passado sempre a deixava com um gosto amargo. Nessas horas adorava ir a uma cafeteria, só tomar um bom cappuccino acompanhado de um croissant.

Chegando ao balcão, o senhor muito simpático que normalmente a atendia antigamente, com quem havia feito amizade, não estava lá para recepcioná-la. Em vez disso encontrou um jovem que fez a mesma pergunta de sempre, ''O que deseja?'', sem ao menos olhar para seu rosto, os olhos focados na tela do tablet onde anotavam os pedidos.

Ela procurou de um lado ao outro, mas não obteve sucesso em achá-lo.

- Onde está aquele senhor...?

O garoto finalmente desviou o olhar da tela para seus olhos e ficou um pouco sem jeito ao vê-la.

- Abujji? Ele está ocupado, então pediu para eu o cobrir no turno da tarde!

- Ah... Ele é seu pai. Poxa, ele nunca me falou que tinha um filho! - disse e em seguida deu um leve sorriso - Bom, como você não sabe o que é o ''de sempre'', então irei dizer, cappuccino e um croissant, por favor!

O jovem anotou os pedidos e com o QR Code a garota fez o pagamento e recebeu sua nota. Enquanto caminhava até o local, o garotq deu uma última olhada antes de começar a fazer o café.

Sentada, verificou o celular e lá estava a mensagem do irmão. Antes de abri-la, respirou fundo e por fim conferiu.

''Park Bo Ra deixou o diário dela cair e eu, de curioso, li sem que ela sequer notasse. Em suas anotações pude ver como ela mencionava estar arrependida por tudo. Isso faz algum sentido para você, irmã? Pois pra mim não. Não sei se ela está apenas inventando ou se aquilo tem um fundo de verdade. Espere... Será que ela acabou criando sentimentos por mim?!

Help please!

Ah! Ela mencionou também um cara misterioso por quem foi muito apaixonada, vi fotos onde seu rosto estava rasgado. Ela realmente é alguém difícil de desvendar.''

- O quê?! - exaltou-se, fazendo com que todos no ambiente voltassem a atenção para ela.

- Você está bem? - era o garoto do café, que também ficou surpreso pela reação inesperada. Ela apenas explicou que era seu irmão amolando-a com besteiras e ás vezes a fazia sair do sério. Enquanto falava, o jovem observava cada detalhe em seu rosto, admirando sua beleza.

- Obrigada, hãã... – disse, após o garoto colocar os pedidos na mesa.

- Nam Joo-Hyunk! – completou ele, com um sorriso.

- Ah sim, obrigada! – ele voltou para o balcão para atender os demais clientes que estavam numa pequena fila, enquanto ela saboreava tudo calmamente.

Ao terminar, limpou a mesa e levou a xicara para o garoto.

- Voltarei em breve. Obrigada. Tchau! - ela acenou simpática e saiu. Ele olhava-a ir embora, com os olhos brilhando mais que uma estrela.

- Não vejo a hora de revê-la. - Murmurou.

Gary ChoiOnde histórias criam vida. Descubra agora