Capítulo 25: Hora De Virar O Jogo.

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A chuva vem levando consigo as lágrimas de Park Bo Ra. Olhar para o céu era o mesmo que olhar para a pobre garota... Parecia que o céu estava chorando, mas é como dizem: "quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva".

Ela para em uma barraca na rua, onde se alimenta bem e pede mais comida para a viagem, esta que, por sua vez, tinha um rumo incerto. Atrás de si escutou alguém correndo em sua direção, chamando seu nome. Ao se virar, vê a governanta quase sem fôlego.

- Menina... Espere... - diz tentando recuperar o fôlego, levando as mãos no joelho por um momento.

- Você é a... - ela aponta, fazendo um bico ao falar.

- Olha, eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas eu sinto no meu coração que você está sendo injustiçada. E eu estou aqui para lhe escutar! - diz batendo a mão no peito. Os olhos de Bo Ra se encheram de lágrimas novamente; finalmente alguém estava disposto a dar-lhe o benefício da dúvida. Era tudo que ela queria, ser ouvida.

- Bem, primeiro vamos nos abrigar, a história é longa... - a senhora concorda e vão para o ponto de ônibus se proteger da chuva, então Bo Ra começa a contar, tudo mesmo, desde o princípio sobre Nam Joo-Hyunk. Sobre a ideia maluca que teve de fazer o aplicativo e como tudo se resultou naquela confusão toda; o quão magoada estava e também o mau pressentimento e suspeitas sobre Je Soo-Ho e Hwang Jung-eum. A governanta ficou escutando atentamente e, olhando para aquela jovem garota, sentiu em seu coração que Bo Ra era muito boa apesar de ter cometido tantos erros. Ela foi humana o suficiente para reconhecê-los e se arrepender.

- Minha jovem, você foi a única que fez de Gary uma pessoa melhor. Apesar de não perceber, ele teve uma grande mudança. Lembro-me quando ele andava que nem um cachorrinho atrás de Hwang Jung-eum para todo lado, ele fazia as vontades dela e, apesar de ter o rosto mais inocente do mundo, ela sempre foi uma pessoa tóxica e isso vem do seu pai. Tal pai, tal filha... - ela balbucia com uma expressão triste, como se aquelas lembranças fossem amargas demais para serem lembradas - Sem perceber, ele começou a reproduzir este comportamento e foi cada vez mais difícil lidar com ele, principalmente quando estava tão na cara que ela queria outro desde sempre; Gary se tornou a própria escuridão. Foram tempos difíceis, mas quando você apareceu as coisas começaram a mudar. Fiquei tão chocada quando pediu para os empregados comerem junto à mesa, de como você ensinou uma lição para ele.

- Mas do que adianta? Fora você, ninguém acredita em mim.

- Você precisa acreditar em si mesma e nunca se questionar. Afinal eu acredito mais do que tudo no amor, e dá para ver nos seus olhos, como também nos dele, que vocês sentem algo muito forte. Isso é o destino e não se pode mudar. Eu lhe ajudarei e assim você poderá revelar a verdade, contudo até que este dia chegue, se esconda e se afaste. Eu tenho uma irmã que mora sozinha na ilha de Jeju. Irei mandá-la para ela, assim não precisará se preocupar com um lugar para dormir.

- Obrigada. - ela dá um abraço apertado na governanta, que retribui. Ao se afastarem, a senhora seca as marcas que as lágrimas haviam deixado e ajuda a garota com a malas. Elas voltam para a casa de Gary Choi, onde Bo Ra recebe uma sacola com marmitas e mais marmitas de comida fresca.

- Bem, aqui neste papel tem o endereço dela, - ela entrega um pedaço de papel com várias anotações de rotas - chegando em Jeju você toma a rota para Nohyeong-Dong. Quando estiver chegando, peça para descer mais ou menos perto do ''Jeju Hana Shopping'', atravesse e permaneça na mesma calçada; você verá uma lojinha de conveviências chamada Alpha, com mesinhas redondas e cadeiras azuis do lado de fora. É o prédio do lado. Ele não é muito grande não, bem discreto até.

Gary ChoiOnde histórias criam vida. Descubra agora