01 [ be my forever - choni ] finalizada

Só quero ficar com ela

A noite, Toni não conseguiu sossegar em sua cama. Sua cabeça estava fervendo com todos os pensamentos, era horrível ter que escolher entre quem se gosta e o que gosta de fazer. Fazia poucas horas que estava afastada de Cheryl e já sentia sua falta, imagina se estivesse a quilômetros de distância? Talvez lutar não faça tanto sentido assim. Não quando terá que sacrificar seu relacionamento.

Levantou o corpo da cama, vestindo as primeiras roupas que viu pela frente e calçando seus calçados. Procurou por seu celular, chave da moto e a jaqueta de couro, inseparável na hora de pilotar. Queria dizer que a Topaz dirigiria sem destino, mas ela sabia que iria parar em frente a uma casa conhecida de qualquer jeito. E aconteceu, as três e vinte e seis da manhã, Toni apertava a campainha de Thistlehouse, não conseguiria dormir sem ter sua garota nos braços.

A porta abriu, em poucos segundos a figura sonolenta de Mary apareceu.

— O que faz aqui a essa hora, Toni?

— Eu... Preciso ver a Cheryl. – confessou suspirando. — Se ela estiver dormindo, eu juro não acorda-la. Só me deixe deitar do lado dela ou ficar por perto...

— Calme, menina.

Mary pediu, suas palavras se embolando e o nervosismo nítido na cara da mais baixa, parecia desesperada. A mais velha a puxou para dentro de casa, trancando a porta atrás de si e encarando a mesma. Toni coçou sua nuca, uma mania que havia adquirido durante esses últimos meses, um sinal claro de nervosismo que até mesmo Mary já conhecia.

— Vou deixar você subir, mas seja silenciosa. – Mary falou, no fundo sempre soube que Toni era uma pessoa boa para Cheryl. — Foi difícil faze-la se acalmar, Cheryl acha que você vai abandona-la.

— Eu não vou, nunca faria isso.

Respirou fundo antes de continuar:

— Eu queria ir pra Los Angeles, mas não vou deixa-la, Mary.

A mais velha franziu a testa, tocando no braço da morena.

— Você quer ir, mas não vai por causa da Cheryl?

— Não sei, talvez... – a confusão ainda nítida. — Só quero ficar com ela, eu a amo e faze-la sofrer não está em meus planos.

Mary suspirou, essas duas garotas eram complicadas ao ponto da mais velha cheia de experiência por vezes ficar sem palavras. Sem conselhos. Afinal, também não queria ver sua menina sofrendo, mas Toni arriscaria ser feliz em uma carreira profissional pela ruiva? Não estava certo.

— Tudo bem, amanhã vocês conversam... Está muito tarde, Toni.

— Obrigada, Mary. – a morena sorriu. — Juro que vou ficar quietinha do lado dela.

Prometeu antes de subir as escadas, em passos apressados que fizeram Mary a repreender, a mesma diminuiu sua velocidade caminhando para o quarto da namorada. Sua porta estava levemente aberta, fez o mínimo barulho possível ao adentrar o cômodo, tirando seus calçados e roupas no caminho. Ficou só de lingerie, enfiando-se nas cobertas junto da ruiva que estava de camisola.

Cheryl se encontrava deitada de lado, por cima de seu próprio braço e o sono parecia profundo, Toni calmamente lhe envolveu com seus braços ficando de conchinha e as deixando coladas. Suspirou ao sentir o cheiro da namorada tão de perto, apertando-a mais contra seu corpo, foi o suficiente para a ruiva acordar.

— TeeTee?!

A chamou, baixinho, a voz completamente rouca e arrastada pelo sono.

— Sou eu, Cherry. – sussurrou, beijando seu ombro exposto. — Volta a dormir, amor.