Aeron parecia querer matar alguém, cheguei a pensar que era eu, mas o Sillas logo disse que não era esse o caso.
- Ele está apenas chateado com o que aconteceu...
Olhei para ele de lado vendo sua atenção focada de mim, mesmo que houvesse uma médica praticamente em cima dele, limpando um ferimento que foi encontrado em seu ombro. Kall e Aeron tinham nos tirado da rua com a máxima eficiência e uma equipe já estava isolando o local, bem como falando com a polícia, tentando explicar as coisas, mas é claro que eu não tinha dito uma palavra sobre o que aconteceu, eu precisava pensar.
- Você tem certeza que se sente bem?
Kall perguntou. Estávamos em um SUV espaçoso que cabiam umas oito pessoas, mas que ficava reduzido a cinco com aqueles NE's ali. Dei um aceno em negativa.
- Estou bem!
Aeron rosnou ao lado do irmão e me fez franzir o cenho ao encará-lo.
- Como pode dizer que está bem se nem deixou ninguém a examinar?!
Sua voz era pura impaciência e raiva, no entanto, não tive tempo de começar a falar em meu favor, Sillas tomou a frente.
- Pare de rosnar e descontar sua raiva nela, não pode fazer mais nada, aconteceu e ainda bem que eu estava ali, agora pare...
Eu nunca tinha visto ele falar daquele jeito com ninguém, na verdade, agora ele assemelhava muito um de seus irmãos, mandão, inflexível, porém muito atraente.
Por Deus, Alexia, de onde tirou esse ideia?
Me movi de repente desconfortável na posição em que me encontrava. Respirei fundo e tratei de assumir uma postura mais fria, distante dos pensamentos que tinha, voltado para o pragmatismo que sempre foi o que me conduziu.
- Estou bem, porque estou afirmando, isso é tudo que basta. Adoraria que escutasse seu irmão e me deixasse em paz!
Aeron rosnou na minha direção e escutei Sillas fazer o mesmo do lado, o olhei surpresa, ele tinha a atenção cravada no irmão.
- Chega disso, a situação já está estressante o bastante!
Virei o rosto querendo sair logo daquele carro, eu precisava respirar em um local com menos testosterona, quem sabe em uma banheira com meus sais de banho. Graças a Deus não demorou muito a chegar no condomínio particular da Claire, assim que o carro parou tentei sair, mas fui impedida por Sillas, que segurou suavemente em meu pulso.
- Quero falar com a Alexia sozinho, saiam do carro!
Levantei as sobrancelhas em puro questionamento na sua direção, ele nem se importou, todos os outros se olharam, porém ninguém discutiu o que ele "ordenou", logo o motorista se foi também, a porta foi fechada, e ficamos sozinhos, só então o sujeito se dignou a me encarar.
- O que foi isso?
Ele semicerrou os olhos e falou bem baixo.
- Você vai falar com a Claire sobre o que aconteceu?
Franzi o cenho. Ele queria explicações? Eu não tinha a mínima vontade de dar.
- O que isso interessa a você Sillas e porque está falando assim?
Ele respirou fundo e fechou os olhos, por um momento me flagrei admirando seu rosto, era forte e angulosa para alguém da sua idade, bem demarcado como de um homem deveria ser. Antes que eu pudesse desviar minha atenção ele abriu os olhos, me pegando, encarando cada centímetro da sua face.
- Alexia, não quero que meus irmãos escutem... - Meu nome foi dito de um modo sério e rouco, tinha um ar de aviso, baixo novamente. - Eu estou no meu limite, cada pedaço meu está doendo, minha cabeça está a mil e meus instintos de ataque estão quase a transbordar, então pare de ser difícil e me diga como ajudar, agora, e antes que venha me dizendo que não precisa de ajuda, lembre-se das minhas primeiras palavras... Eu estou no limite!

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Destiny
RomansaSinopse: SEXTO LIVRO DA SÉRIE DNA (2° novela) O desmantelamento do ECP estava em voga alinhado a criação de uma Nova Espécie geneticamente modificada e era o assunto mais comentado do mundo, bem como o nome feminino que chefiava a dissolução do Prog...