Fitei o horizonte. Como quem esperava a alma retornar ao corpo; Me vi ali, refletindo em meio a um silêncio ensurdecedor as coisas que se passavam por minha vida.
Voltando a realidade, bebi um café que acabei por deixar esfriar. O amargo me fez arrepiar, trazendo-me de volta a realidade doentia.
Peguei papel, caneta e comecei a escrever. O silêncio ainda pairava o ambiente, o único som que ecoava era o da caneta no papel e do canto dos pássaros.Canto suave, canção da Natureza, paz. Finalmente senti paz. Fechando meus olhos por um instante, me coloquei a ouvir aquela canção.Em transe quase que hipnotizado com a bela Natureza, não havia prestado Atenção no que havia escrito. A noite caiu, e passou uma estrela cadente, a pergunta no papel me deixou pensativo. E lá estava no papel, gravado, em uma caligrafia torta, decadente.E depois se tanto escrever, refletir e pensar, ainda não soube responder a pergunta que me próprio ser me fez:
" O que te mantém vivo?"
Talvez seja retórico, mas já faz mais de um mês e ainda não tenho a resposta da pergunta que deixei gravado no papel de pão... Talvez... Só preciso mais uma vez, ouvir o som dos pássaros, que estavam lá comigo.