Em cada xícara me afogo.
Com os olhos fixados no horizonte vazio, cada gota é um xote de energia que entra nas minhas veias matando aos poucos a ansiedade que me consumia.
Quase como uma desculpa pra ter de volta tudo que se foi.
Só mais uma xícara. Mas quando vejo já se foi uma garrafa.
Café, apenas café.
Preto, amargo, doce, forte, fraco.
Meu olhar continua fixado no horizonte vazio, talvez seja meu corpo esperando a alma voltar. Quase em um delírio ele se torna vício.
De manhã
Tarde...
Noite...
Calor. Frio.
Meu único amigo.
Remédio contra ansiedade e depressão talvez.
Talvez minha alma tenha voltado para o meu corpo.
Bebo o café frio. O amargo que sinto em meu paladar, leva a arrepiar todos os pelos de meu corpo.
Reflito, todas as vezes que deixei para depois.
O cedo se tornou tarde,
O sol se foi.
A noite chegou.
O tempo passou...
E o café?
O café esfriou...
Café, apenas café...