Levanta! se arruma e sai para trabalhar.
Deseja inconsistentemente que seja o ultimo dia. Condução lotada, implora por um assento vago. reclama do calor, sonha com a mudança e se conforma com a realidade.
Se tranca no banheiro para chorar, aceita a exploração e teme a demissão. Dia pós dia na cultura do suicídio ético e aceitável, (anos antes a historia se repetia no colégio... notas baixas e medo da reprovação). TEME A REJEIÇÃO
Loucura toma conta, tristeza, solidão! Marca consulta sem nem entender o motivo pega a receita e compra o (veneno) remédio. felicidade em capsula.
De culpa em culpa o mundo segue e nós seguimos.
Chega e casa. Serve o café e não bebe. Aquele liquido preto e amargo já perdeu o efeito. os remédios? perderam os efeitos. aumenta a dose.
Deita e não dorme, tenta mas não chora e torce para que seja novamente a ultima noite. mas nunca é.
A vida perde o sentido. E eu perco a poesia. O sol perdeu o brilho. mas seguimos na (des)ilusão e esperança de que tudo possa melhorar.