E se essa for minha última poesia?
A última gota de melancolia. O último delírio. A última curva de insanidade.
Se for minha última poesia. Digo aqueles que estiveram comigo que um dia possam me perdoar pelos erros cometidos.
Diga a minha mãe que o amor não demonstrado virou remorso e que a amo.
Diga a meu pai, que possa e perdoar pela ausência criada, pelo abraço não dado pelo gol não comemorado...
Se for meu último suspiro poético, declaro que me eternizei no verso, na lágrima e no sonho.
Se for minha última estrofe. O último parágrafo, declaro que em meu último traço que a solidão foi suprida pelos abraços e sorrisos que foram deixados.
Se essa for minha última letra, saúdo a todas as artes...
Se for minha última letra, morrerei em claro, com um café amargo, registrando em um papel amassado, escrevendo com sangue e tinta extraída da medula que não posso mais prosseguir pois a dor não se amenizou ao ser transformada em poesia, ao contrario sangrou ate a ultima gota poética dilacerando meu espirito nu.
Se essa for minha última poesia, peço que me perdoe e diga a arte que cumpri a missão, espalhei tudo que pude na esperança de mudar os homens frios e solitários, mas por fim descansarei deixando a alma incompreendida atormentando os meros mortais.
É Desculpa...
(ADEUS)
...Mas essa (não) é minha última poesia.