MARIBEL removeu uma pétala da flor.
— Eu o amo. — A pétala caiu sobre o cascalho abaixo do banco de pedra. — Eu o odeio. — Ela suspirou e diversas pétalas caíram ao mesmo tempo, flutuando para longe com a brisa que soprava no jardim de rosas.
Mouse e Elias passaram por ela, correndo e brincando. Maribel acabou seu jogo ocioso com "eu' o odeio", e a superstição a fez rasgar a pétala no
meio antes de jogar o caule de lado.Ninguém precisava lhe dizer que ódio era o lado escuro do amor, mas ela não poderia ter dito a ninguém no momento o que estava em seu coração.
A notícia do casamento tinha
causado tanto tumulto da imprensa que Maribel fora forçada a se aproveitar da privacidade oferecida em Heyward Park. Na casa de campo do pai, Elias podia pelo menos brincar sem a ameaça das infinitas lentes de câmeras.Maribel também estava sem teto desde que a tentativa de invasão na casa de fazenda a deixara sem escolha, exceto concordar em remover todos os seus bens pessoais.
O período universitário havia terminado e ela esvaziara sua mesa depois de pedir demissão.
Estava chocada com a velocidade que sua vida segura e tranqüila tinha se
desmoronado.Dentro de apenas três dias seria tarde demais para desistir de se tornar uma Pallis, refletiu temerosa. Nunca fora uma pessoa covarde, mas às vezes sentia vontade de pegar Elias e fugir.
Cobriu o rosto com as mãos frias e respirou fundo e devagar. Não podia fazer isso com Leonidas. Não podia deixá-lo no altar porque estava apavorada com a possibilidade de cometer um grande erro. De qualquer forma, tudo estava organizado com perfeição, desde o vestido de noiva fabuloso até as crianças gregas selecionadas da família de Leonidas,
que seguiriam os noivos.Sob pressão Ginny concordara em ser uma das madrinhas, e Maribel tinha sido forçada a aceitar a oferta das irmãs de Imogen, Amanda e Agatha, para serem as outras madrinhas. Elas eram os únicos membros da família que lhe restava, e, apesar de todo ressentimento, devia isso aos tios.
Ginny havia previsto corretamente como a associação com um bilionário afetaria as pessoas ao redor de Maribel.
Logo que o noivado se tornara público, os Stratton tinham aparecido à sua porta a fim de fazer as pazes. Sua tia pensara melhor sobre cortar o contato com uma sobrinha prestes a casar com um dos homens mais ricos do mundo.
Mas a família Stratton tinha decidido reconhecer Elias tarde demais, e Maribel se sentia desconfortável
com uma insinceridade tão calculada.
Seu humor não ajudara pelo fato de que mal tinha visto Leonidas.Desde a discussão antes de sua viagem a Nova York, ele estava completamente frio. Havia passado a maior parte do tempo no exterior e só retornara à Inglaterra duas vezes para ver Elias.
A educação excessiva e frieza de Leonidas a avisavam de que o casamento prometia ser um desafio
maior do que acreditara. Por outro lado, sabia que ele ainda queria o casamento. Como sabia disso? Bem, certamente não por nada que ele tivesse dito, pensou com tristeza.Todos os dias, Maribel olhava diversos jornais e revistas, e fracassava em encontrar uma única fotografia de Leonidas com outra mulher. Aquilo era tão incomum que não podia acreditar que fosse coincidência.
Pela primeira vez em longos anos, ele parecia estar abraçando uma vida social menos intensa.
As colunas de fofocas comentavam sobre seu novo estilo de vida discreto, e faziam apostas sobre quanto isso duraria, mas Maribel poderia ter dado a resposta para aquela questão: até depois do casamento.
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O Desafio do Amor(CONCLUÍDO)
RomanceSofisticação e sensualidade em cenários internacionais. Maribel era apenas uma jovem inocente e tímida quando teve uma noite de paixão com o belo Leonidas Pallis. Contudo, sem que ele soubesse, aquela noite lhes deu um filh...