O Desafio do Amor(CONCLUÍDO)

CAPÍTULO ONZE (MARAT. 1/2)

Era como se tivesse sido esbofeteada pela própria estupidez, pois Leonidas
não desejava viver com ela. Apenas queria colocar o filho numa casa luxuosa, onde pudesse
convenientemente visitá-lo, e de vez em quando apreciar um pequeno sexo recreativo com a
mãe de seu filho. De maneira alguma estava lhe oferecendo um relacionamento normal, ou
nenhuma forma de compromisso em relação a um futuro compartilhado. Fechando os olhos
com força, Maribel tentou se libertar dele.

- Não... não, você não vai fugir de mim novamente! - disse Leonidas, lhe segurando ambas as mãos com uma das suas e prendendo-as acima da cabeça dela. - Acalme-se.

- Estou calma - declarou ela.

- Desculpe se a fiz entender errado.

- Solte-me - disse Maribel por entre os dentes cerrados.

- Algumas vezes, poderei passar o fim de semana inteiro com vocês. Talvez até mesmo as férias. - Ele lhe prendeu o corpo que se contorcia com uma parte considerável de seu peso. - Isso seria bom. Seria um acordo muito eficiente.

A última gota de esperança morreu no interior de Maribel quando ele usou a palavra "eficiente" sem a menor paixão.

- Se você não me soltar, eu vou gritar.

Leonidas teria preferido um grito à tensão do rosto dela e à falta de emoção na voz. Afastou-se com extrema relutância.

Cruzando os braços sobre os seios nus, lágrimas queimando os olhos, Maribel saiu da cama, pegou suas roupas descartadas e foi direto para o banheiro do quarto.

- Eu apreciaria se você me esperasse no andar debaixo.

- Theos mou... por que você está sendo tão irracional sobre isso? -perguntou
Leonidas saindo da cama num movimento flexível. - Até parece que insultei você!

Maribel quase perdeu a cabeça naquele ponto. Se tivesse algum objeto pesado à vista, teria agarrado e atirado nele. Mas simplesmente entrou no banheiro, fechou a porta e olhou para o espaço. Quando iria aprender a manter distância? Somente uma tola teria acreditado que Leonidas Pallis estava oferecendo um relacionamento sério de convivência diária. Lutou contra as lágrimas com todas as suas forças.

Quase acabara dormindo com ele de novo. Concentre-se no lado positivo, sua inteligência lhe disse, não em seus erros. Não podia dar vazão às suas emoções. Tinha de enfrentá-lo novamente, ainda precisava discutir como duas pessoas tão diferentes... uma delas um bilionário mimado, egoísta e dominador... poderiam compartilhar o ato de educar um garotinho.

No instante que Maribel entrou na sala de estar, Leonidas se virou, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa ela falou:
- Vamos apenas nos concentrar em Elias...

- Theos mou, Maribel...

- É o único assunto que temos para discutir. Quero evitar qualquer coisa de natureza mais pessoal.

- Mas...

- Elias é a única razão pela qual ainda estou nessa casa, falando com você -
interrompeu Maribel com firmeza.

- Muito bem. - Seu maxilar se contraiu. - Quero que um teste de DNA seja feito, não porque duvido que Elias seja meu filho, mas porque ninguém deve ter a menor dúvida de que ele é um Pallis.

- Tudo bem - concordou ela.

- Eu também gostaria de seu apoio para mudar a certidão de nascimento dele e acrescentar meu nome.

- Se você acha que isso é necessário... --Apesar de estar totalmente arrasada depois do que acontecera entre eles, ela estava fazendo o possível para ser cordata. Mas era um desafio se comportar normalmente, quando apenas olhar para o rosto bonito a feria. - Mais alguma coisa?