sorria!

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não há como escapar.
a noite cai, o dia se levanta,
e não há nada que você possa fazer
capaz de impedir isso.
sua consciência adormece,
seu coração não descansa.
não importa muito se você é um péssimo músico;
a música continua a tocar.
não importa muito se você é um péssimo escritor;
as palavras continuam a jorrar.
essa é a vida,
silenciosa e gritante.
calma e turbulenta.
um quadro em branco
esperando pela arte e pelo artista,
delimitado apenas pela moldura: nascimento e morte.
o resto é liberdade poética
e condenação patética.
seria cômico
se não fosse trágico;
e realmente não é.
é tudo uma comédia
com piadas perfeitas e ridículas,
no timing correto ou atrasado.
as vezes o punch line acerta o seu maxilar
e você precisa de um período para se recompor,
para voltar a si perceber como si mesmo.
e quando isso acontece, você ri,
porque não importa se a piada é boa ou ruim;
afinal a gente nunca sabe quando será a última,
quando será o fim.

enfim, sorria!
você está sendo um palhaço.

Desabafos DesperdiçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora