não acredito que algo além do silêncio
seja mais relevante.
se nada tenho a acrescentar
não quero correr o risco de fazer desmoronar.
só que eu sei
que o não dizer diz muita coisa,
mas isso é o melhor que eu posso dizer.
peço desculpas,
peço um pouco de tempo;
talvez no intervalo
entre uma lágrima e outra
eu encontre algo
que mereça um sorriso meu.
talvez entre um passo e outro
à beira desse precipício
eu encontre um abismo mais confortável
para me lançar em queda livre.
deixe-me cair!
você nunca esteve preocupado
em me colocar de pé;
sempre quis me arrastar,
fazendo os meus joelhos sagrarem
e meus olhos chorarem.
e agora,
torno-me responsável por essas feridas.
não as deixo cicatrizar,
quero manter as marcas; suas marcas,
suas dores,
para que eu nunca me esqueça
desse caminho,
caminho que nunca mais quero trilhar novamente;
ou melhor,
nunca mais ser arrastado novamente.
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Desabafos Desperdiçados
Poetry"A partir do momento que você tem que esconder o seu próprio rosto de si mesmo, tudo o que resta é nada; é uma figura estranha que você imagina estar estampada na sua cara e que todo mundo olha e ninguém entende, assim como você também não entende...
