Invisível

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Palavras: 6322
Casal: Theville

Eu juro solenemente não fazer nada de bom

Parte 1: Theodore

  Invisível.

  Era assim que eu me descreveria. Ninguém realmente me notava ou sequer e importava.

  É assim que é ser Theodore Nott. Solitário.

  Não tem ninguém para ver quem eu realmente sou, ninguém se importava o suficiente para olhar para o garoto esquisito do quinto ano e tentar conversar.

  Não fazia sentido nem tentar. Agora eu estava preso, sem escapatória. Tentando falar, mas sem ninguém para ouvir, obrigado a observar o mundo a minha volta por uma janela.

  É como se eu fosse o personagem secundário da minha própria vida. E tudo é tão... frustrante.

  Eu queria ser outra pessoa. Inclino-me no beliche e posso ver Blaise dormindo pacificamente. Eu queria ser como ele. Popular, bonito, engraçado e cheio de amigos. As pessoas se importam com ele, Blaise nunca passa despercebido pelos corredores.

  Inclino ainda mais, ficando pendurado só pelas pernas. Até os grifinórios iam coma cara dele. Eu mesmo já tinha Weasley e Zabini conversando diversas vezes. Enquanto isso os grifinórios só sentiam raiva de mim. Raiva por ser um Nott, por ser um sonserino. Duas coisas que eu sequer escolhi ser.

  Rolo os olhos e volto a deitar na cama, tentando dormir.

  Dia seguinte, estou na aula de herbologia. Não era minha matéria favorita, mas dava pro gasto.

  — Para essa aula, eu quero que vocês trabalhem em duplas.

  Perfeito. Não tinha como piorar. Não saí do lugar, torcendo para que não tivesse ninguém como minha dupla e eu tivesse que ficar sozinho. Comecei a rabiscar no meu caderno, até que notei alguém do meu lado.

  Esperei algum tempo antes de virar. Era Neville Longbottom, um rapaz da grifinória. Não sabia muito sobre ele, também não era do tipo que chamava atenção.

  — Acho que só sobrou nós dois, Neville.

  Ele apertou o caderno que segurava com força e sorriu.

  — Você sabe meu nome?

  — Sei, é claro. Era segredo? — perguntei sarcasticamente.

  — Não, não. — Ele riu, mas depois ficou sério. — É que as pessoas não guardam meu nome fácil assim.

  Eu desviei o olhar para meu caderno. Pelo menos isso eu conseguia entender.

  — Posso?

  Olhei ao redor, todas as pessoas já tinham suas duplas.

  — Temos outra opção?

  — Você não é obrigado a ficar comigo... — O rosto de Longbottom ficou vermelho. Ele olhou para baixo e murmurou. — Posso pedir a professora...

  — Só fica perto de mim, tá certo? — perguntei, puxando o menino para meu lado.

  Para minha surpresa, Neville era bom em herbologia. E alguém legal de se conversar quando ignorava a timidez.

  A aula terminou, peguei minhas coisas e saí. No meio do corredor, encontro Harry Potter sendo parado por um grupo de alunos. Imagino como ele se sente tendo a fama que tem. Não há uma pessoa no mundo bruxo que não conheça o nome de Harry Potter. Ele sim nunca deve se sentir invisível.

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