Jogo de Sobrevivência

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BILL

Despertei com uma insurportável dor de cabeça, os raios de sol tocavam meus olhos que aos poucos ganhavam lucidez. Percebo que não estou sozinho e que aquele lugar não era familiar, então recordo de tudo.

Eu transei com minha melhor amiga.

Por que me sinto tão culpado? Algo grita dentro de mim, uma sensação de arrependimento, será que cometi um erro?

Deveria está me sentindo assim?

— Bom dia. — Melanie diz sonolenta mas com um sorriso malicioso nos lábios. Não retribuir.

— Quer conversar? — sugeriu preocupada vendo minha reação impassível.

— Eu preciso ir. — segurou meu braço antes que eu deixasse a cama.

— Por favor, não vá embora. — pediu, dou uma chance e sento na cama.

— Melanie, o que fizemos ontem... — tento explicar.

— Não fizemos nada de errado. — interrompeu.

— Nós somos amigos Melanie, eu sempre cuidei de você, eu a considero como minha família.

— Bill, não adianta vim com esse discurso, somos adultos resolvidos, eu não vejo nenhum problema na noite passada.

— ISSO NÃO ERA PARA ACONTECER, PORRA! — me exaltei nervoso.

— Mas não têm volta, já aconteceu. — diz com os olhos brilhantes. — Foi a melhor noite da minha vida.

Melanie não se lembrava da última vez que havia ficado tão feliz como aquele dia, talvez seja o fato de está realizando seu desejo de aniversário ou talvez por estar realizando ao lado dele.

Bill sempre fez parte de seus melhores momentos, desde o dia quando ele a ajudou de uma queda de bicicleta quando criança até os dias dia de hoje. Ela sempre teve a certeza de que haviam sido feitos um para outro.

Era o dia do seu aniversário de 17 anos, Bill sabia o quanto ela sentiria sua falta no dia posterior que concederia sua viagem para ingressar a faculdade mas queria que ela se lembrasse com carinho daquela noite.

Dois amigos em um dia perfeito, era como eles se sentiam, aproveitando e curtindo cada segundo, Bill tinha seus contatos e conseguiu fechar um parque de diversões só para eles dois, ela podia acreditar fielmente de que aquele era um sinal.

Mas ela não teve coragem suficiente para expor seus sentimentos, talvez ainda seja sua maior angústia até hoje. Mas faria alguma diferença no final?

Então Bill entregou aquele pingente, era o nome dela escrito com a caligrafia dele.

Foi a melhor noite da minha vida. — confessou com o sorriso bobo nos lábios.

                    

— Para o seu bem, esqueça o que fizemos, eu não quero te machucar. — agora meus olhos estavam focados nos seus.

— Será que você não consegue enxergar? — diz desapontada. — Eu quem estive ao seu lado em todos os momentos. Eu te amo Bill, sempre amei.

— Esse sentimento não é real. — conclui.

— Sim, é real e dilacerante, porque é tão difícil aceitar o meu amor?

— Porque eu não sinto o mesmo, nunca senti. — seus olhos piscavam tentando assimilar minhas palavras sinceras.

Behind Blue EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora