Behind Blue Eyes

Cena do crime

"Todas as unidades se dirijam para Avenida Summit East, código B02"

Ouço a mensagem do radio e logo me direciono para o local citado. Quando estaciono, saímos do carro eu e minha parceira de trabalho Melanie Louie e nos deparamos com outros carros da Polícia em volta, havia uma aglomeração de pessoas curiosas e alvoraçadas, todos querendo notícias sobre o assassinato do policial Cásper. Era necessário uma faixa amarela para separa-las, impedindo que jornalistas ou qualquer pessoal não autorizado avançasse.

Caminho em direção a cena do crime, ascendo meu cigarro enquanto me aproximo e trago a fumaça. Analiso seu corpo, ou pelo menos o que sobrou dele, e noto sinais de tortura, foi uma morte bastante violenta. Aparentemente, Cásper fora encontrado nesse depósito de bebidas desativado, dentro do lugar era sujo e sem iluminação, e continha algumas garrafas de vidro espalhadas pelo chão. Tudo estava caindo aos pedaços.

Estava no meu terceiro copo de café, a marca do solado do meu sapato já estava ficando marcado no assoalho brilhoso que havia no chão da sala do diretor da sede. Assim que a maçaneta girou me pus de pé.

— Bill, lhe chamei pois tenho que te comunicar sobre um assunto que irá interessa-lo.

— E o que seria? — me sento assim que ele faz sinal para que eu ficasse á vontade.

— A sede de outro país nos pediu ajuda para resolver o caso de um assassinato que teve. Um homem deles morreu e desconfiam que tenha sido alguém próximo, alguém que trabalha com eles.

— Entendo, mas o que eu tenho haver com isso?

— Eles pediram o nosso melhor agente, no caso você, e nós decidimos que você será nosso representante no caso.

— Eu aceitaria se não estivesse no meio de um caso, eu tenho muitas coisas para resolver caso o senhor não saiba, não tenho tempo para isso. Perdoe-me. — levantei-me da cadeira sem sua autorização o que fez com que ele se levantasse rapidamente e me olhasse feio.

— Na verdade, Bill, não lhe perguntei se você queria ir nos representar e ajudá-los com o caso, eu disse que você vai ir! — ri alto, muito alto, do fundo da minha garganta.

— Desculpe, mas como eu disse já tenho deveres demais para cumprir aqui.

— Já transferimos todos os seus casos para outros agentes. Não se preocupe com isso, apenas arrume suas coisas.

— Eu não vou senhor! — ele caminhou lentamente em minha direção e parou em minha frente, me encarando com o queixo empinado e o olhar baixo.

— Nós fomos criados e treinados para seguir regras de nossos superiores Bill e infelizmente eu sou seu superior, eu sou seu chefe ou seja, eu que mando na porra toda! — empurrou meu peito com seu dedo indicador. — Vá arrumar suas coisas! — com isso ele me deixou sozinho em sua sala.

Encarei-me no espelho que tinha no canto do cômodo e ri baixo. Totalmente estupido. Peguei os papéis que haviam na mesa e sai dali apressado, fui até meu quarto e me sentei na cadeira para ler o que tinha escrito ali.

Nunca tive problemas em conhecer pessoas novas ou trabalhar com tal, mas elas sempre arranjavam problemas comigo e como sempre eu saía prejudicado. Mas como sou foda, estou no ranking 10 dos melhores agentes do mundo, eles nunca iriam me demitir ou me transferir para algo inútil ou que não me agradasse, o que não é muito difícil de acontecer.

Com apenas um dia no meu novo caso, vejo um colega de trabalho ser executado, e reconhecer que poderia ter sido qualquer um de nós, incluindo eu, não me deixa perturbado, lamento por sua vida ter sido tirada dessa forma, mas sei os riscos que um policial passa, e se um dia eu tiver que morrer para fazer justiça, então morrerei em paz.