Brasa

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NORA

Minha respiração estava ofegante, meu peito subia e descia descontroladamente, quando passei pelo corredor pra voltar pra minha sala tive a leve impressão de que todos sabiam o que havia acontecido no elevador, eu não tive coragem de encarar ninguém, apenas seguir reto.

Céus, que homem era aquele?

Bastou apenas alguns minutos presa com Bill lá dentro, tocando meu corpo pervertidamente, para me sentir em brasa, como se ele fosse uma faísca, e eu fosse o papel frágil que ao mínimo contato já se acendia por completo. Presos naquele elevador minúsculo eu aprendi duas coisas, a primeira era que eu não esperava me sentir tão vulnerável ao seu toque ao ponto de ficar submissa, a segunda e mais importante, Bill não aceita provocações.

Não vou negar que me divertir o provocando e muito menos dizer que não irei repetir minhas investidas, seria hipocrisia, porque eu me conheço, eu quero ter outros momentos como aquele. Mordo o lábio ao lembrar do seu beijo e fico olhando na janela pra qualquer ponto, meus pensamentos estavam em outro lugar, na verdade, estavam em Bill. Fecho os olhos e imagino tudo novamente, passo minha mão aos meus lábios, lembrando dos seus lábios tão macios e carnudos, desço ao pescoço recordando de seu beijo molhado e do seu corpo prensado ao meu, desço mais um pouco e noto os botões de minha blusa abertos e desperto envergonhada da minha fantasia para coloca-los no lugar. Agora sei o motivo dos olhares sobre mim.

Ouvi a porta sendo aberta sem qualquer educação e eu não precisava nem virar pra saber quem era que havia entrado, quem mais entraria na minha sala sem bater e sem pedir permissão? Ele mesmo, Skarsgard. Continuei de costas, tinha a sensação de que se olhasse em suas orbes azuis ficaria com as bochechas vermelhas, pelo que nos aconteceu recentemente, mas nem precisava virar pois eu já estava corada.

Silêncio.

Bill entrou na sala e não deu uma palavra. Virei para olha-lo, ele estava sentado na cadeira e com a mão no queixo pensativo, no mínimo eu esperava alguma provocação ou piadinha dele sobre o beijo mas sua expressão era indecifrável. Será que estava arrependido?

— Está tudo bem? — me aproximo.

— Está. — disse com o olhar distante. Sabia que se eu não falasse ele não iria falar então perguntei.

— Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu.

— Pode me contar o que houve?

— Não, assunto confidencial. — suspiro enfadada, não tive coragem de perguntar sobre aquilo. Acho melhor agir como ele, fingir que nada aconteceu.

— Você parece preocupado. Me deixa te ajudar?

— Agora não Brooke. — coçou as têmporas com os dedos.

Ele parecia precisar de espaço, e foi o que eu fiz, o deixei sozinho na minha sala.

{•••}

BILL

Ela não havia voltado.

Não sei porque mais sua saída repentina me causou inquietação, não consegui me concentrar e pensar em nada sem que ela estivesse sob minha supervisão. Eu queria ficar sozinho realmente, mas é meu dever seguir seus passos para que nada lhe aconteça, ainda mais depois do último episódio que fomos atacados. Ah, Nora! O que vou fazer com você?

Suspirei enfadado, não estava com a mínima vontade de ir atrás dela mas o dever me chama, e eu sou responsável com minhas tarefas. Andei em passos largos em sua procura, procurei em todos ambientes possíveis onde ela poderia está, mas ela não estava em nenhum que eu havia deduzido, o que começou a me preocupar. Até que me surgiu a ideia de ir checar o último andar da sede, lá era vazio e com pouca movimentação, apenas os arquivos e documentos ficavam ali, e só pessoal autorizado podiam circular por lá, como Nora trabalhava com isso ela tinha passe livre para está lá.

Behind Blue EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora