Eu já não sei mais o que sou. Diabo. Lúcifer. Dono do inferno ou até mesmo ele, o: Jeon Jungkook.
Mas não importa qual eu seja, eu nunca serei completo se o Jimin não estiver ao meu lado.
Tem exatos dois meses e oito dias em que o meu pequeno está liderando no lugar de Hyuna. E tem exatos dois meses que estou tentando a todo o custo saber quem está prendendo a alma dele no limbo.
Mestiça não acompanhou nem um dos seis pecados capitais no limbo como disse que faria. Ela se manteve ocupada, e não, eu não a julgo. Ela tem seu trabalho. Remarcamos, mas ela disse que queria ir somente comigo agora. E cá estou eu. Jeon Jungkook.
O limbo é um lugar totalmente desagradável e entediante. É como um vazio branco. E somente as almas presas podem ver qualquer tipo de objeto ou lugar. É como se fosse a imaginação delas. Elas simplesmente vêem constantemente a sua morte.
Já pensou em vivenciar sua morte milhões e milhares de vezes? — Seria um tédio.
O limbo foi criado por Deus ha séculos atrás, quando o inferno foi constituído.
Lembro-me perfeitamente das palavras do grande soberano Namjoon: — A humanidade precisa de ordem. E de uma punição pra quem tem dívidas a pagar na terra.
E essas foram as únicas palavras que eu conseguir concordar com Deus.
Estamos em frente ao grande portal do limbo.
Mestiça e eu proferimos os feitiços para abrir o portal. Devagar ele foi se abrindo, até está totalmente aberto. Entrei primeiro que Mestiça. Ela me seguia como uma guarda-costas. Eu olhei aquele ambiente deprimente e revirei os olhos. Esse lugar me dá repulsa por ser tão chato.
Épocas boas quando eu vinha brincar com algumas almas e via a dor e angústia nos olhos de cada um.
O silêncio estava reinando desde o momento em que eu e Mestiça chegamos ao local. Ninguém falava nada. Estávamos nervosos, bem, na verdade, eu acho que somente eu estava nervoso.
Eu queria que Jimin não tivesse que se preocupar com isso, quero ajudar ele. Por isso estou nervoso. Estou com medo de que algo dê errado.
Medo de perder o Jimin.
Mestiça logo decidiu quebrar o silêncio avassalador que se reinou para falar: — Lúcifer?
— Sim!
— Você sabe que será quase impossível achar quem está por trás disso, não é? — Eu me virei para olhar nos olhos dela. — Eu posso ser poderosa e você o diabo, mas isso aqui é o limbo. Algo criado por Deus no inferno.
Faz sentido.
— Mas o que vamos fazer, precisamos tentar, pelo menos. Pelo Jimin. — Eu digo com as mãos em minha medalhinha que Jimin me dera.
— Se você diz. Vamos começar. Os jovens de dezenove anos é por ali, vamos ver se encontramos ele.
Mestiça entrou na minha frente apontando para o local indicado por ela segundos atrás.
Nós dois estávamos cansados. Mas não íamos desistir.
Passamos por várias e várias portas, mas nenhuma era dele.
— Já entramos em muitas, vamos da uma parada, Luci. — Ela birrou. Jeon sabia que a amiga estava exausta.
— É. — Eu sou o único a ceder. E não é só porque só eu estou aqui com ela não. É porque eu também estou cansado. Visitar almas é cansativo. — Vamos voltar ao castelo. Amanhã voltamos, ou mais tarde. Jimin deve está me esperando.
Ela concordou rápido. E eu dei um breve sorriso. O caminho da volta o silêncio resolveu voltar. Ouvir somente uma ou duas reclamações de Mestiça sobre Jisoo. Elas se odiavam como nunca.
Quando eu fui expulso dos céus com o meu terço de anjos, eu prometi a Jisoo que ela se sentaria ao meu lado como uma autoridade. E ela se encaixa bem no quesito inveja. Mas o meu plano não contava com Mestiça. E Mestiça também queria uma posição grande, ela queria ser um dos pecados capitais. Mas não tinha chance disso acontecer. Na época ela era muito inexperiente. Então somente deixei ela como morte, mas ela não aceitou muito bem. E até hoje sente raiva de Jisoo.
— Desobrigado por ter tentado ajudar, Mestiça. — Digo assim que entro pelos portais infernais de meu castelo.
— O desprazer é meu, Senhor. — Eu a vejo ir embora rapidamente. Ela é uma mulher ocupada. Vou em direção ao meu quarto e vejo que Jimin ainda dorme. Decido não importunar-ló. Dou somente um beijo demorado em sua testa e vou para o banho.
Demoro um tempo. Quando abro a porta do banheiro vejo que Jimin já está sentado na cama, encostando suas costas na cabeceira. Seu tronco nu é a coisa mais incrível que eu já vir.
Me aproximo dele e vejo que o mesmo está com um caderno em mãos. Ele fazia algo mas decidir não me intrometer.
— Jeon? — Ao ouvir sua voz suave e doce o meu coração acelerou. Ele nunca me chamava de Jeon. Mas percebi que ele não estava bravo.
— Diga, anjo.
— Olha, olha, olha. — Ele diz super empolgado, me mostrando agora a folha do caderno que ele fazia algo e apontando para o desenho que ele mesmo havia feito.
Era um desenho meu. Ele me desenhou.
— Está lindo, anjo. Eu não sei o que dizer.
— Não precisa dizer nada, Jun. Eu te amo! — Ele engatinhou até a beirada da cama e me abraçou forte. Ficamos ali por alguns minutos. Sentir o corpo dele é a sensação mais prazerosa do mundo que eu já tive o prazer de sentir.
— Agora me diga, anjo. Porque você me deu uma medalhinha de assas? Eu tinha somente um ano.
— As assas simbolizam força para os anjos. E quando eu vir você indefeso e tão pequeno. Frágil e fofo eu pensei: — "Eu quero que ele se sinta forte. Não posso da minhas assas pra ele, mas certeza que ele irá gostar dessa". E foi com esse pensamento que eu te dei o presente.
— Essas foram as palavras mais lindas que alguém já me disse. — Lúcifer riu. — Obrigada anjo.
— Você merece, Jun.
E Jimin sorriu. Ele tinha poder sobre mim até quando sorria de uma forma simples. Eu amo Park Jimin.
Me ajeitei ao lado dele e o puxei para o meu peitoral.
— Amanhã eu voltarei para o limbo com Mestiça. — Avisei.
— Por que vocês não deixam isso pra lá? Eu estou bem aqui. E a pessoa que me prende lá não deve ser ruim, se fosse já teria me levado ao tártaro.
Lúcifer assentiu. Mas só porque não queria discutir ou brigar com seu pequeno.
— Eu te amo, Jungkook.
— E eu te amo, Jimin.
Eu sei que pode ser somente um pequeno problema, mas e se não for? E se alguém ruim estiver prendendo a alma do meu amor, e querer fazer algum mau? Eu não aguentaria e muito menos suportaria ver o Jimin sofrer.
— Você não acha que já sofreu demais?
Ele assentiu. E logo depois levantou os olhinhos para mim.
— Por isso, por saber que você já sofreu o bastante eu preciso fazer isso. Preciso encontrar sua alma e devolver-lá para o verdadeiro dono. As pessoas podem ser cruéis, Jimin.
— Obrigada pelo que você está fazendo por mim.
— Eu faria mil vezes. Sabe por quê?
— Por que?
— Porque eu te amo! Te amo e te amarei quantas vezes forem precisas. Te amo nessa e em tantas outras vidas que eu possa ter. Você é a minha jóia e a minha âncora. O meu pilar, que me sustenta quando minhas forças acabam. Eu sou o diabo, e era pra mim me sentir autoritário, mas quando estou perto de você o meu coração amolece.
— Eu tenho muito que agradecer por terem me escolhido pra ser o amor do diabo.
— Park Jimin, você é a minha única fraqueza.
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O amor do Diabo - REVISÃO
SpiritualO inferno não era um lugar bom para tirar férias, por isso, Lúcifer decidiu tirar suas férias merecidas na terra. Só o que ele não esperava era encontrar um menino doce e cativante. "Park Jimin é minha única fraqueza."