Capítulo 4

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Enfim amanheceu, quando acordei Elisabeth já não estava mais no quarto, então aproveitei para ir até a janela observar melhor a paisagem. Eu gosto de observar a paisagem, principalmente quando estou em um lugar novo, eu me sinto mais imersa no local, conseguindo até sentir se a energia do local é boa ou não, pode parecer estranho pra vocês  mas eu sempre consigo sentir se o local tem uma energia boa.
  A paisagem é bonita, tem uma neblina cobrindo parte do cenário, mas mesmo assim é bonita, com muitas árvores e um rio logo atrás, esse rio é escuro, não sei o que ele esconde, mas é bonito.
   Finalmente desço para tomar café da manhã, quando chego perto das escadas encontro com uma menina de baixa estatura e longos cabelos negros, ela estava muito concentrada em algumas anotações de um caderno, então acho que não me viu (ou fingiu que não viu), mas consigo ver na capa do caderno seu nome: Lúcia M.P
    A mesa de café da manhã estava farta, nunca vi tanta comida em uma mesa. Na minha antes de vir morar aqui costumávamos ter só pão com manteiga e um copo de leite para tomar no café.
-pode me passar o açúcar? - uma voz suave à minha direita disse isso, de início achei que  não fosse comigo, mas assim que percebi que era passei com pressa o açúcar para a menina, eu queria conhecer todos ali então perguntei seu nome: - qual seu nome?- e ela não me respondeu, apenas me deu o açúcar para que eu o colocasse no lugar, assim eu fiz, e não disse mais nenhuma palavra durante o café.
   A porta atrás de mim bate com força, todos na mesa se assustam, quem chega é um homem alto que carrega atravessado em seu colo uma bolsa surrada de couro e em seus pés usa botas que vão até o seu joelho, cobrindo a maior parte de sua calça que realmente parece com a de um pescador, ele diz -Há um monstro, um monstro no rio, tranque tudo não deixe ninguém sair há um monstro no rio e ele me atacou, olhem meu braço- e o braço dele realmente estava com um corte muito profundo, não sei como não tinha notado antes, Lúcia que estava quieta desde que chegará para tomar café se levantou e correu para seus aposentos, e sem demora voltou com o mesmo caderno em que eu vi ela escrevendo nas escadas, ela começou a anotar tudo o que o homem dizia e pediu para que ele descrevesse o suposto monstro, o homem disse que era enorme, uma serpente de um branco muito brilhante, e que suas escamas eram muito afiadas e que se alguém encostasse já era suficiente para fazer um corte, então Lúcia desenhou a descrição do monstro em seu caderno e voltou aos seus aposentos, a coordenadora que estava perplexa assistindo a cena levantou-se e disse ao homem: - Se o senhor está com algum problema com as dependências do hospital e tem algo a relatar fale com a direção do hospital e não aqui no orfanato, onde só tem crianças que de nada vão ajudar em sua situação, por favor senhor retire-se antes que eu tenha que chamar alguém para que tome providências.- sua voz estava trêmula parecia que ela ia desabar a chorar a qualquer momento, talvez seja a pressão ou talvez ela estivesse com medo do monstro, eu realmente não sei, mas sei que naquele dia ela não deixou as crianças sairem para fora, como se realmente estivesse com medo de que o monstro aparecesse.

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