Capítulo 8

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Eu estava andando pela margem do rio quando algo agarrou meu tornozelo, era uma mão, aquilo que me agarrou gritava, como eu tinha ouvido aquela noite, era um grito de desespero, mas ninguém mais parecia notar.
Eu acordei em uma sala do hospital, deitada em uma maca, quando olho para frente vejo um médico e uma enfermeira, ambos muito jovens, eu acho que parecia assustada porque logo que acordei e os vi ali a enfermeira veio e pegou na minha mão, e disse: -Lisa, você desmaiou na sala do diretor, mas vai ficar tudo bem.—eu estava cansada, mas ainda sim pensava no que tinha acontecido, e como o que eu mais queria eram respostas, então resolvi perguntar pra ela, afinal estava desesperada e precisava de respostas urgentemente: -Você sabe o que aconteceu com a minha mãe? Sabe o que fizeram com ela? Por favor eu preciso de respostas— eu estava chorando, chorando tanto que começava até a soluçar, então o médico se aproximou de mim e disse:- Não sabemos exatamente o que aconteceu com a sua mãe, mas suspeitamos de algo. Eu frequentemente cuidava da sua mãe no turno da noite, e ela sempre tocava o sino as 00:00 em ponto para que fechássemos as cortinas, pois antes disso ela gostava de observar as estrelas, mas nesse dia ela pediu para que fechássemos mais cedo, era 21:00 quando ela tocou o sino, eu até perguntei para ela se tinha visto algo que não tivesse gostado, pois o hospital tem fama de assombrado, obviamente falei brincando e nós dois rimos, mas quando já estava a quase dois corredores de distância ouvi a janela abrir com muita força, quando fui ver se ela estava bem já era tarde de mais, ela não estava no quarto. — eu fiquei paralisada enquanto o doutor Henrique (li no seu crachá) contava o que havia acontecido naquela noite e resolvi perguntar para a enfermeira também:- Júlia, é esse seu nome né? Você viu alguma coisa estranha por aqui no dia em que ela sumiu também?— ela deu algumas voltas no quarto antes de me responder:- Vi, eu vi sim, eu estava na recepção quando dois homens, muito sujos de lama, e com um corte no braço cada um, chegaram dizendo que foram atacados no rio, logo os reconheci, são os jardineiros, mas achei estranho porque eles não chegam perto daquele rio faz anos, eles tem medo de que haja um monstro lá, eu já disse à eles que isso é besteira, onde já se viu, um monstro?— e ela riu, acho que mais de nervoso, mas ela riu. Eu resolvi contar do grito:- Eu ouvi um grito, uma noite antes de minha mãe desaparecer, eu ouvi um grito vindo do rio, era alto e desesperador, parecia que precisava de ajuda, e era o grito de uma mulher.

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