Sob a luz da entrada do restaurante, Jungkook sentiu o momento de uma forma muito mais metafórica do que literal. Era uma lâmpada, a luz amarela, nem tinha candeeiro em volta, os olhos de Jungkook nem estavam para lá.
Park Jimin tinha a cadeira movida, mais perto da de Kim Seokjin, quando se mexeu, deixando o corpo cair para cima do do seu hyung, gargalhando baixinho, os dedos esticados na frente dos lábios, os olhos quase fechados pela forma como sorria tão fielmente à fala do mais velho.
Sob a luz da entrada do restaurante, Jungkook viu vida. Era a luz que o iluminava de forma a que pudesse ver tudo, mas também era como se ele não quisesse ver mais nada. Não era na lâmpada que via um brilho impenetrável, não era ela que lhe aquecia a pele e muito menos o coração.
Quando deu passos em frente, Jungkook questionou-se se era aquele um dos momentos em que ele poderia ser congelado e eternamente feliz. Amava os seus hyungs. Amava Park Jimin. Então podia ser ali? E o resto do mundo? Como conseguia ser tão egoísta?
- Qual é a graça desta vez, hyung? - aprontou-se a perguntar, pousando a mão no ombro de Jimin enquanto voltava a se sentar do lado dele.
- Seok... Seokjin... - Jimin tentava dizer-lhe entre risadas, quando se inclinou para Jungkook, o assustando de uma forma engraçada quando puxou a sua cadeira para mais perto, a arrastando. - Conta para ele.
Jungkook deu uma pequena risada, contagiado pela energia, olhando o casal na sua frente, Namjoon se rindo pela reação do mais novo e Seokjin fingindo modéstia, sacudindo os ombros e cruzando as mãos em cima da mesa.
- Conte você, Jimin. Namjoon e eu precisámos de ir.
Seokjin disse aquilo tão rápido que, enquanto o mais novo pousava o braço na mesa e apoiava a bochecha contra a palma da mão, ele não pôde raciocinar. Os Kim estavam indo embora? Aquele era o fim da noite para eles, finalmente tinha chegado e Jungkook não podia acreditar. Afinal o que era pior? Passar o tempo e não perceber ou ter noção dele?
- O quê? Já?
Namjoon tinha no rosto um sorriso de quem queria poder ficar do lado do amigo mais um pouco, mesmo que ele não parecesse estar lhe devotando a sua atenção.
A relação de Namjoon e Jungkook era invejável. Eram unha e carne, realmente inseparáveis, porque no final Jungkook era como o irmão mais novo do Kim. Nunca poderia imaginar que as coisas iram, alguma vez, tão bem para eles. O carinho que tinham um pelo outro era coisa de outro mundo, como se houvesse um universo em que amar era o mínimo e uma outra coisa grandiosa era o máximo. Jungkook e Namjoon, unidos, ultrapassavam isso.
Quando o mais velho dos dois viu no rosto do moreno, oito anos antes, as lágrimas aparecendo de forma recorrente, em ocasiões felizes, tristes, ou neutras, ele sabia que o lhe passava pela mente era Park Jimin. Viu no melhor amigo o que era perder o amor da sua vida e não soube como consolá-lo, nunca soube e nunca saberia. Ninguém soube. Foi por isso que disse o que disse.
- Você vai ficar aqui? - a pergunta era para Jungkook, mas os olhos correram pelo outro, já de pé e perto da mesa.
Jimin, que estava de pé para abraçar Seokjin, olhou Jungkook por aquela altura, os olhos correndo pela mesa antes de dizer:
- Nós podemos ficar, Jun, só para terminar o vinho.
A sobrancelha de Jungkook subiu em um espasmo, aquela alcunha saindo da boca de Park Jimin de forma natural.
Jungkook deveria ficar? Para terminar o vinho? Era uma garrafa cara...
- Amanhã trabalhamos. - lembrou o mais velho, levantando o pulso e olhando o relógio que lá tinha, embora sem realmente ver as horas.
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Onde há uma casa amarela ]jikook[
Fanfiction[C O N C L U Í D A] Quando Seokjin planeou reunir os amigos que não estavam juntos há quase dez anos ele não esperava que tal ideia fosse ter tal resultado, afinal Jungkook sabia que ao ver Park Jimin ele voltaria a reviver velhas e boas memórias, f...