1.8 onde há mãos atadas

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– Nos vemos no próximo final de semana, certo? – Jungkook prometia à filha, a cabeça dentro da parte de trás do carro, apertando o cinto de segurança dela e sorrindo-lhe quando a mesma lhe beijou a bochecha e confirmou aquilo. 

A porta bateu com calma enquanto se virava, vendo a mulher de estatura pequena atrás de si, os cabelos loiros batendo na altura dos ombros e os braços cruzados e encolhidos dentro da blusa fina. 

– Obrigado por ter ido buscá-la hoje... – ela agradeceu, sorrindo, e Jungkook esfregou as mãos no tecido da calça, acenando uma vez. – Eu realmente não queria ficar até mais tarde hoje, mas me pediram e eu... 

– Está tudo bem, Baejin. – ele a agraciou com um sorriso honesto. – Você realmente não precisa me agradecer por passar tempo com a minha filha. 

– Não foi isso que eu quis dizer, você sabe. – ela deu um passo em frente, abrindo os braços para abraçar o moreno e assim Jungkook o fez, segurando-a pela cintura e tendo os ombros seguros por ela. 

– Ela já jantou. – disse por fim, Baejin já passando para o outro lado do carro. Ela acenou, confirmando aquilo e entrando. 

Jungkook as viu ir, sorriu à noite de céu limpo e refez o caminho pelo relvado até à porta de casa, a mesma o esperando encostada. 

– Hyung. – foi a primeira coisa que disse ao voltar a ver Jimin, o mesmo ainda na cozinha, levemente reclinado sobre o balcão, olhando a pequena flor. – Ela já foi. 

– Ei... – ele se virou, recompondo a postura e se aproximando do moreno, ficando na sua frente e pousando as mãos nos seus ombros. – Comprou um girassól?

Jungkook não podia responder àquilo e dizer que depositara todo o rumo da sua vida em uma flor, por mais escasso que o tempo tivesse sido antes de mudar de ideias. 

– Podemos nos sentar? – perguntou baixinho, olhando os braços do menor esticados até si. 

Eles se sentaram, na mesa redonda ficaram lado a lado e Jungkook pousou os braços sobre a mesma, encarando os próprios dedos e sem subir o olhar disse: 

– Me desculpe por ter escondido. – quando Jimin não disse nada, Jungkook se decidiu a encará-lo e ver a expressão de quem espera por mais. – Me desculpe mesmo, eu não quis... – ele suspirou, cansado de ter a cabeça cheia de forma a que nada queria sair, tão habituada à sensação. – Eu me envolvi com alguém seis anos atrás e nós... nós tentamos ir mais longe, mas não resultou. Não resultamos juntos e depois de terminarmos descobrimos que, bom... Tínhamos feito Yang. 

Esperou que o mais velho dissesse algo enquanto tentava raciocinar, e embora tivesse demorado mais do que previsto, Jimin falou. 

– Você realmente tem uma filha... Eu não acredito... – balbuciou ele, os pensamentos soltos para quem quisesse ouvir. – Ela é linda, Jun, eu... 

– Você... Você não está chateado comigo? 

Jimin sorriu de canto e trouxe as mãos para cima da mesa, as aproximando de Jungkook e segurando-lhe uma entre as duas. 

– Como eu poderia? – começou ele, o tom calmo e compreensivo. – Nós não nos vimos por tanto tempo e isso... isso é totalmente culpa minha, então eu não posso te culpar por não querer me apresentar a sua filha ou me falar sobre ela. Eu só... – ele riu baixinho. – Eu achei que você tivesse alguém e não tivesse me dito. E bom... nós os dois, você sabe. Isso seria errado para mim. 

Jungkook suspirou. 

– Eu só... – ele queria se explicar, embora não soubesse como. – Yoongi-hyung e Taehyung também não sabem, então... 

Onde há uma casa amarela ]jikook[Onde histórias criam vida. Descubra agora