Maya

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Então, 1º de novembro de 2006 minha vida começou a mudar completamente.
Meu nome é Maya, eu tenho 13 anos, vou fazer 14 dia 11, e é isso, não tenho muita coisa pra falar de mim.
Só que lá estava eu, andando nas ruas do Reino Unido morrendo de frio pois eu só tava com minha camiseta de manga comprida do The Rollings Stones, com uma botinha preta, uma meia calça marrom escura, e um shorts preto.Comendo um pão com Manteiga.
Aí vocês me perguntam "Ok, mas porque você tá na rua em pleno inverno, sem casaco nenhum, ao invés de estar em casa?" pois eu te respondo, minha mãe me botou pra fora de casa, e eu não sei se eu to mal ou to bem com isso.
Bom de um lado porque minha mãe sempre levava varias homens lá em casa e a maioria deles sempre passava a mão em mim ou ficava me cantando, 4 abusaram de mim, minha mãe viu e fingiu demência, fingiu que nada tava acontecendo, e ela era alcoólatra tinha laboratório de metanfetamina em casa, mais droga do que a própria cocaína, me batia horrores, deixa os homens que ela levava em casa baterem em mim também...Leia-se: fodida.
Então nesse momento eu passo na frente do banco central do Reino Unido, eu precisava fazer xixi e me esquentar um pouco, então eu falo pro guarda que eu to esperando minha mãe aqui fora, porém tá muito frio e é melhor eu ir lá dentro com ela.E ele me deixou entrar se boas, foi a pior desculpa que eu já arrumei, serião, qualquer pode entrar nesse banco usando qualquer desculpa.Assaltar esse banco deve ser tranquilo.
Eu entro no banco e vou direto no banheiro.
em quanto eu estou fazendo o que eu tinha que fazer, eu começo a ouvir tiros, e todo mundo gritando.
CARA!EU ENTREI NA DROGA DO BANCO PRA FAZER XIXI, E JUSTO NO DIA E NA HORA QUE EU ENTREI COMEÇAM A ASSALTAR O NEGÓCIO.Se eu não sou a definição de fodida, eu não sei o que eu sou.
Depois de muitos gritos, as pessoas ficaram em silêncio, eu resolvo ficar mais um tempo ali no banheiro, porém, uma hora eu tinha que sair né?
Depois de um tempinho trancada na cabine do banheiro, eu saí.
Tinha uma 5 pessoas nas escadas, todos eles de preto, obviamente eram os assaltantes, e todo o resto estava vendado.
O silêncio ficou total, todos os assaltantes, me olharam e depois se entreolharam e um cara começa a gritar:
–TESS, NÃO OLHOU PARA VER SE TINHA ALGUÉM NO BANHEIRO CARAMBA?ERA UMA DAS SUAS POUCAS FUNÇÕES, NÃO OLHOU NO BANHEIRO E APARENTEMENTE NÃO SABE CONTAR TAMBÉM!isso que dá confiar em mulher, é burra demais.
   Quem que ele pensa que era pra falar isso?clamante ele era um burguês, que não era nem pra estar ali.
–O QUE FOI QUE VOCÊ DISSE?
  Uma garota ruiva toda tatuada, muito bonita falou isso indo pra cima dele, jurava que ela iria dar uma voadeira nele.
   Mas outro dos assaltantes interviu.
–Opa, calma aí.
  Ele disse segurando ela pelos ombros.
  Os dois da briga eram jovens, menos de 30 anos, esse que interviu era mais velho, devia ter seus 40.
  A garota ruiva parecia mais calma porém dava pra ver que o burguesinho iria ouvir umas boas.
–Olha Clay, em quanto você tava viajando pra Itália nas suas férias de final de ano com a sua família perfeita, eu estava em casa contando dinheiro dos meus contrabandos, eu conto dinheiro desde os meus 6 anos de idade, então se tem uma coisa que eu não erro é contagem.Se o Senhor Clay dono de toda sabedoria quiser contar de novo, fique à vontade, mas aqui na nossa frente tem 78 reféns aquela garota é a 79º!E tá falando da minha função aqui?haha Tá bom vamos falar de funções aqui dentro, vamos começar pela sua, você só tá aqui por que você conhece a vida das pessoas, e sinceramente, sem você aqui não faria diferença nenhuma porque a sua "função" é bem inútil na verdade, não sei nem porque tá aqui ainda.E mais uma coisa, eu estudei a vida inteira em escola pública, porém eu terminei a escola, me diz aí vocês homens super inteligentes, quem de vocês terminou a escola?Ou pelo menos tem o ensino médio completo?Você tem Clay?eu não só terminei a escola como fiz e me formei em medicina e doutorado, então me chama de qualquer coisa, menos de burra, porque eu sou inteligente pra cacete, eu sou brilhante na verdade, então Clay...menos!
  Cacete!quando eu crescer eu quero ser ela.
  Depois dessa aula que ela deu, ficou em silêncio.
  Até que aquele assaltante mais velho que interviu na briga, chama a garota ruiva, e faz um sinal com os olhos apontando pra mim.
  Então, ela veio na minha direção e pega no meu braço.
–Tenho certeza que você é mais inteligente que todos esses homens juntos.
  Eu disse.
  Ela me olhou meio confusa, mas sorriu e disse baixinho:
–Valeu.
    Me guiou até uma fila onde tava todos os reféns, e me colocou uma venda.
  Então escuto uma voz novamente.
  –Bom, então vamos lá novamente, primeiramente Bom dia, acho que todo mundo já entendeu que isso é um assalto...
–Avá, sério? ninguém se tocou que é um assalto.
  Eu disse com o coração na mão, porém não tenho medo de morrer.
Até que eu sinto Alguém se Aproximando.
–Oi garotinha, tudo bem com você?
Pela voz eu não sabia dizer quem era aquele que tava falando cmg, sei que a garota ruiva e o burguês não eram, por que a dele é uma voz memorável, é uma voz irritante, e a da garota ruiva, ela é a única mulher dali então a voz dela não é difícil de se diferenciar.Acho que pela pouca voz que eu escutei do homem mas velho que interviu na briga, talvez seja ele.Como falei, escutei bem pouco a voz dele mas meus instintos são bons e meus instintos falam que é ele que está falando comigo,
–fala aí, tranquilo?
  eu falo tranquila para irritar ele, porque sei que ele espere que eu fiquei desesperada
–Qual é o seu nome garota?
–Maya.
–Maya.Ok Maya, pode repetir o que você acabou de dizer?
  Eu obviamente sabia do que ele tava falando, mas quis irritar mais um pouco e me fiz de desentendida.
–hmm... Maya?
Ele riu.
–Nossa, temos uma engraçadinha aqui pessoal, olha só, como você é engraçada Maya.
–Eu sou né?
E dei uma risada.
–Tem quantos anos Maya?
–Praticamente 14
–A entendi, 14.
Escutei um barulho de alguma coisa, até que ele colocou na minha testa, de cara eu saquei que era uma arma.
–Maya, coloca a mão aqui.
  Ele pegou minha mão e colocou na arma para eu sentir.
–Você tem 14 anos, já é grandinha, então já sabe o que é isso não sabe?
  confesso que meu coração até errou das batidas
–Sei.
–A que bom que você sabe, então também deve saber que se eu apertar um botãozinho aqui, eu explodo a sua cabeça né?
  Acho que no momento era o que eu mais queria então eu calmamente falei:
–É eu sei, não sou idiota, sei o que uma arma faz, e pode puxar esse gatilho.
Você deve estar se perguntando se eu sou loca de falar isso pra um criminoso que está com uma arma na minha cabeça.É...talvez eu seja.

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