Refém

Maya

   Bom ele saiu de perto de mim, e como eu estava vendad- Cara é tão agoniante, você não tem noção de nada, não sabe o que tá acontecendo...Eu só escutava pessoa chorando, outras rezando, outras tentando consolar outras como um "vai ficar tudo bem" como se adiantasse alguma coisa.
  E bom como eu descobri que eu tinha um certo "privilégio" desse lança de atirar na minha cabeça por ser "criança" eu resolvi me desfrutar um pouco desse privilégio, porque seu eu fizesse algo não muito grave, eles não me matariam.
   Então...eu peguei e puxei um pouco a minha venda pra dar uma espiada dei uma olhada em volta, e como eu falei, tinha gente chorando, rezando, tendo ataque de pânico, todos os tipos de surtos que da pra imaginar.Porque era...sei lá, umas 100 pessoas ali dentro?
   Olhei na direção da escada e vi o cara que tá no comando do assalto, o loirinho, e o Deckér como se fosse numa rodinha sussurrando.
A Tess tava parada do lado de braços cruzados com os olhos revirados de "Meu Deus o que é que eu to fazendo aqui com esse bando de inuteis".
E aí eu baixei a minha venda antes que eu levasse mais um esporro de graça.
   Senti alguém vindo até mim.
–Ei garota.
  Pela voz era obviamente o Deckér
–Eiii.
  Dei um sorriso
–Quanto tempo desde quando você botou a arma na minha cabeça...saudades!
Deu soquinho no peito dele.O meu novo hobby era tirar esse cara do sério, porque eu sabia que não ia me acontecer nada.E eu também tava curiosa até onde o limite dele ia, até que ponto ele chegava até explodir.
–É garota não se livrou de mim e eu também n me livrei de você, na verdade agora aparentemente vamos passar muito tempo juntos.
–Jura?Uau.To tão ansiosa
  Eu mereço.
–Cacete como você é chata.
   Pois é, concordo, eu tava bem chata, mas eu não sou assim sempre, eu tava fazendo aquilo pra irritar ele.
   Ele me pegou pelo braço muito forte, tava me machucando e tava me arrastando pra algum lugar.Escutei o som de uma porta abrindo.
E ele me botou dentro desse cômodo.
–Vai tira a venda.
Ele disse.
Tirei a venda calmamente, e olhei em volta pra entender onde eu tava, era tipo um escritório, era nem grande, tinha um sofá de dois lugares, uma mesinha de vidro na frente do sofá, tinha uma cadeira que não chegava a ser uma poltrona mas parecia tão confortável quanto.Tinha uma estante com varios livros.Uma mesa, uma escrivaninha na verdade com varios itens de escritório em cima dela, papéis, canetas, uma luminária...E uma cadeira giratória atrás da mesa também.
–É aqui que você vai ficar.
Deckér falou.
–Ué, porque?Hein?Porque só eu subi?Porque tá todo mundo lá me baixo e eu tenho que ficar aqui em cima?Eu quero ficar com eles também.Ou Tem varias pessoas que precisam de remédios específicos em outra sala, Deixa eu ficar com eles.Porque eu tenho que estar em uma sala separada de todo mundo?
Me exaltei um pouco falando mas é porque eu tava muito assustada.
–Primeiro, você fala demais.Menos.Segundo, você faz perguntas demais.E terceiro, eu não tenho que te responder nada.Você está aqui simplesmente porque a gente manda e você obedece.É só isso que você tem que saber.
Que cara arrogante eu tava com vontade de pegar a caneta que tava em cima da mesa e enfiar no olho dele.
–Você é um pé no saco.
Falei bufando.
–E você é chata.
–Já usou essa, tá precisando melhorar, só sabe ofender usando "chata".
–Você tá me tirando do sério!Senta aí.
Ele Apontou pro sofá com os olhos.
Eu sentei e ele sentou na cadeira ou poltrona ou sei lá o que é aquilo a minha frente.
–Tá achando que isso aqui é o que garota?Hãn?Que você tá tirando férias?Que você tá na posição de exigir coisas?Pra onde você quer ir ou ficar, tu não tá entendendo como funciona as coisas, só porque eu te dei carta branca uma vez não quer dizer que eu vou dar outra vez ou que os outros vão dar.
Então garota você faz o que eu disser, quando eu disser.Você não fala de não falarem com você.Garota, você é a minha responsabilidade, tudo que você fizer vai respingar em mim, se tu fizer alguma merda, beleza você até vai se ferrar.Mas quem vai se fuder de verdade sou eu, porque que eu fui a pessoa que não quis te matar quando deveria.E eu não vou me ferrar por causa de uma pirralha que se acha super durona e inteligente.Estamos entendidos
Ta tava até legal os "chata" mas agora ele pegou pesado.
–S-sim entendi.
–O que eu mandar você faz entendeu?
–Cla-
–E olha pra mim quando eu estiver falando.
Ele interrompe.
–Desculpa.
Olhei pra ele mas eu tava quase chorando.
–De novo.O que eu mandar você faz.Entendeu?
–Claro.
–Então repete.
–O que você disser é uma ordem.
–Ótimo.
Ele levantou e eu rapidamente enxuguei meus olhos que estavam lacrimejando.
–Eu vou lá em baixo ver se precisam de algum tipo de ajuda.Mais tarde eu volto.
Apenas fiz que sim com a cabeça, e ele saiu e trancou a porta.