Sina
Abrir meus olhos e perceber que eu não estava
naquele galpão era ótimo, mas abrir meus olhos e escutar o Noah falando aquelas palavras para mim era melhor ainda.Sua expressão estava igual, eu esperava alguma reação dele.
- Prometo. - Ele entrelaça sua mão na minha - Vai ser apenas nós dois.
Depois de muitos dias de tortura e dor psicológica quanto física, esse estava sendo um dos melhores momentos para mim, mesmo estando nesta cama de hospital, a gente tem que aprender a valorizar os pequenos e bons momentos, porque para acontecer algo ruim é em um piscar de olhos.
Três dias se passaram, era o terceiro dia aqui na minha recuperação no hospital. Estava sendo meio doloroso? Sim. Mas era para o meu bem.
Hoje eu já conseguia sentar sem sentir dor e creio que daqui a alguns dias eu já posso estar em casa totalmente recuperada.
- Olha Bailey está bem, fica tranquila. - Heyoon
falava enquanto folheava uma revista.- Ele só veio me ver uma vez, tenho certeza que ele está bravo porque eu coloquei o melhor amigo dele na prisão. - Encaro o teto branco e sem graça do quarto.
- Se ele estiver bravo isso não é problema seu! - Ela deixa a revista de lado e me olha - Você não tem culpa do melhor amigo dele ser um psicopata. - Ela diz e eu rio.
- Ele era seu amigo Heyoon.
- Como você mesmo disse. Era. Não é mais
porque eu o odeio. - Volta a folhear a revista com roupinhas de bebê.- Você não cansa de ver isso não? - Pergunto
entediada.- Olha eu já gostava de ver roupas para mim e
gosto mais ainda de ver para a minha filha. - Ela gargalha e eu rio com sua risada, era tão bom vê-lá assim. Feliz - Então a resposta é: Não!A porta do quarto é aberta e meu irmão entra pela mesma com um sorriso nos lábios.
- O que foi? - Pergunto estranhando seu semblante.
- Eu tenho uma surpresa pra você.
- Boa ou ruim?
Ele revira os olhos e eu rio.
- Desde quando surpresa é ruim?
- Olha... Depois de tudo o que eu passei... Surpresa não é uma das melhores coisas agora.
- Tudo bem. - Ele suspira - Boa.
- Ótimo. - Sorrio.
- Podem entrar.- Ele diz e eu estranho. Encaro a porta do quarto e meu queixo quase cai.
Não era possível.
As pessoas a quais eu mais amava no mundo. A
mulher que me deu a luz ao mundo e o homem que me ensinou a dar meus primeiros passos...Eles estavam na minha frente. Depois de meses sem os vê-los era como se eu reencontrassem depois de anos.
Parecia que eu não via meus pais a anos. A uma década.
Eu queria poder sair dessa cama e pular neles
para os dar um abraço, mas não. Tive que esperar eles caminharem lentamente até minha cama e me darem um abraço.Um abraço cheio de saudades e de cuidados.
Eu os amava tanto.
Como eu sentia falta disso! De poder toca-los, não só os observar através de uma tela de celular. De poder senti-los, ama-los...
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Mesmo Quarto | Noart
RomanceDe férias da faculdade, Sina decide passar o final do ano no apartamento do seu irmão mais velho que mora no Brasil. Sina não vê Josh a mais de cinco anos desde que ele foi para o Brasil a trabalho. Josh mora no Rio de Janeiro com três garotos e uma...