cap. 15

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Noah

Eu não sei o que deu em mim para falar sobre
aquilo com Sina, aquele era um assunto
delicado para mim, toda vez que os meus
amigos aqui de casa perguntavam eu mudava
rapidamente o assunto, eu demorei um ano para falar sobre isso com eles e com Sina bastou ela fazer essa simples pergunta e eu falei.

Seu olhar me passava uma confiança que
ninguém nunca me passou, e mesmo falando
"não" para mim mesmo, eu falei. Foi
automaticamente, eu simplesmente falei!

Tudo bem que com meus amigos não fui tão
ignorante igual fui com ela mas eu falei, eu contei a causa da morte da minha mãe para eles mas acredito que ela já tenha imaginado, pelo meu olhar.

Desde a primeira vez que eu a vi, deitada na sua cama no mesmo quarto que eu, naquele momento senti que ela seria um caos na minha vida, na manhã seguinte eu tive total certeza. Sendo acordado por ela com meu celular na cara, sem ela ao menos me conhecer.

Depois da nossa pequena conversa no "nosso"
quarto, fui para sala e joguei um pouco de video game com os moleques, depois eu falei para eles que eu estava cansado e eles entenderam e foram para o quarto deles, depois de um tempo pensando no que tinha acontecido hoje, acabei dormindo.

**

— Xiiii! - Uma voz baixa soa pelo apartamento — Você vai acordar ele. - Escutei a porta da geladeira sendo aberta.

Ouvi risos baixinhos, abri um dos meus olhos
disfarçadamente e vi Sina e Beca na cozinha.

Rebeca estava sentada na mesa e conversava
baixinho com Sina que estava preparando
alguma coisa na cozinha, creio que o café.

A cortina da janela estava aberta e pude ver
que ainda estava escuro, peguei meu celular
que estava ao meu lado no sofá, e vi que ele
estava descarregando, olhei também as horas e
marcavam 05:10 da manhã.

Mas que porra elas estão fazendo acordadas á
essas horas?

– Nós acordamos você? - Ouvi a voz de Beca e a
olhei, e a mesma me encarava animada.

– Talvez. - Me sentei no sofá — O que vocês estão fazendo acordadas a essas horas?

- A Beca estava acordada e acabou me
acordando. - Sorriu para Beca que ria baixinho - Ai vim fazer nosso café.

- Isso que dá dormir cedo. - Me deitei
novamente.

Ninguém me respondeu e voltaram uma conversa baixinha entre si.

Acabei cochilando, mas sou despertado pela
porta da sala sendo aberta, abro meus olhos
rapidamente e vejo Rebeca e Sina com roupas
de frio e um lençol enorme.

Estava fria a manhã.

- Aonde vocês vão?

— Ver o sol nascer lá na praia! - Falou Sina
pegando nas mãos de Beca.

- Nem pensar, ainda está escuro. - Vejo ela
revirar os olhos.

- Para de ser chato Noah. - Foi a vez de Rebeca
falar.

- É perigoso! - Falei.

- Eu estou com ela. - Sina Falou impaciente.

— Estamos no Rio de Janeiro!

-E? - Ergueu as sombrancelhas.

- É perigoso!

Depois de passar quase 10 minutos discutindo
com as duas resolvo deixa-las.
Elas sairam e me deixando ali preocupado.

Mais dez minutos se passaram e eu estava agoniado, resolvo ir atrás delas. Vou até meu quarto, pego uma blusa de frio e saio do apartamento.

A praia estava vazia pelo horário, então foi
fácil achar elas.

Me aproximo um poucos da onde elas estavam e as mesmas estavam sentadas na areia enroladas pelo lençol observando o sol nascer lentamente.

Resolvo manter uma certa distância das duas e as deixando ali, mas olhando sempre elas.

Me sentei em um banco proximo a um quiosque que estava fechado e fiquei ali, observando o sol nascer e o dia clarear.

No Mesmo Quarto | Noart Onde histórias criam vida. Descubra agora