cap. 16

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Sina

Rebeca tinha adormecido em meus braços,
o dia já tinha clareado totalmente mas ainda
sim permanecia frio, respirava o cheiro da
maresia que estava presente por ali. Me levanto
cuidadosamente com Beca em meus braços e
ajeito o lençol pelo seu corpo, me viro e vejo
que já tem algumas pessoas passando pela orla e outras caminhando pela praia.

Caminhei calmamente pela areia gelada da praia observando o tempo nublado e com cuidado para não cair com Beca.

Ela era pesadinha.

Uma voz rouca e baixa soou do meu lado, a voz o qual eu conheço bem.

- Deixe-me levar ela. - Olhei para o lado e vi
Noah esticar os braços para pegar Beca, o ajudei colocando ela em seus braços e o olhei brava.

- Quanto tempo você está por aqui?

- O suficiente para garantir que minha irmã
estava segura. - Caminhou rapidamente me
deixando para trás.

- Você não confia em mim? - Acelerei meus
passos e o segurei pelos ombros o fazendo virar
para mim.

Ele me encarou por alguns segundos e falou:

– Como vou confiar em alguém que conheço a
menos de uma semana? - Falou friamente por fim indo embora e me deixando ali sozinha.

Como ele pode ser tão idiota? Se ele acha que eu iria deixar acontecer algo com a irmã dele, ele estava bem enganado.

Mas de um lado ele estava certo, como ele iria
confiar em alguém que ele mal conhece?!
Resolvi que não iria voltar para a casa agora,
resolvo dar uma volta pela praia.

****

Giro a maçaneta da porta do apartamento, vejo
meu irmão deitado no sofá com Heyoon, assim
que ele me vê abre um sorriso.

- Oi... - Me sentei na poltrona jogando minha
cabeça para trás.

- Bom dia! Aonde você estava? - Perguntou meu irmão, Heyoon me vê e abre um sorriso largo se arrumando no sofá.

– Na praia, fui dar uma volta.

— Entendi. - Puxou Heyoon para mais perto de si.

- Cadê Krys e Bailey?

– Krys foi trabalhar e Bailey ainda está
dormindo. - Foi a vez de Heyoon falar.

- Ele ainda não está de férias? - Perguntei.

- Não ele só vai tirar férias da clínica lá pro dia
20, mas o coitado voltara a trabalhar já no dia 4 de janeiro. - diz Heyoon.

- Vida de dentista não é fácil. - Falou meu irmão rindo — E como anda a faculdade lá Sina?

- Bem.

- Você estuda o que? - Perguntou Heyoon
curiosa.

– Jornalismo, vou para o último ano, ano que
vem. - Falei animada.

- Logo, logo minha irmã será uma grande
jornalista. - Falou orgulhoso meu irmão e eu ri.

Conversamos mais sobre o assunto e descobri
que Heyoon ainda não sabia que faculdade fazer, também descobri que ela cantava e segundo meu irmão a voz dela era maravilhosa, mas a mesma me disse que os pais dela não aceitam isso e que música não trazia dinheiro.

Mas nem tudo é por dinheiro e sim pelo amor.

Agradeço os pais que eu tenho por respeitar a
decisão minha e do meu irmão sobre o nosso
futuro.

****

Eu não tinha visto mais Rebeca nem Noah e
agradeci mentalmente por isso, não queria ficar perto da Beca depois do que o idiota do seu irmão disse para mim.

Mesmo a conhecendo ontem eu senti uma coisa estranha por ela, Rebeca era especial e eu sabia disso.

Estava na varanda do apartamento sentada em
um dos poofs que tinha lá lendo um livro que eu trouxe de casa.

Eu não conseguia me concentrar e isso estava
me irritando mas mesmo assim continuei minha "leitura".

– Sina? - Levanto meu olhar e vejo Noah
parado na minha frente me encarando.

- Fala. - Falei secamente.

Ele pegou outro poof que estava jogado do outro lado da varanda e o colocou do meu lado se sentando.

— Eu queria te pedir desculpas por mais cedo... - Falou e eu assenti voltando minha "atenção" para o livro. — Sina, eu sei que você não deixaria nada acontecer com minha irmã, eu vi o jeito que você trata ela.

– Tudo bem. - Falei friamente ainda sem tirar os olhos do livro.

– Da para me olhar porra?

— Não.

Em uma questão de segundos o livro é tomado da minha mão com brutalidade, o olho e o mesmo joga o livro no chão.

– agora vai! - Revirou os olhos.

— Eu já falei que não ligo, está tudo bem caramba! - Falei com certa ignorância na minha voz.

— Eu fui um idiota mais cedo e não queria falar
que não confiava em você com minha irmã... -
Pareceu verdadeiramente arrependido.

Fiquei por alguns segundos o encarando e vi que ele estava sendo sincero.

— Me desculpa Sina. - Falou por fim ainda sem
desviar seus olhos verdes dos meus.

— Tudo bem. Eu te desculpo! - Falei com
sinceridade.

— Que bom. - Se levantou e se abaixou pegando o livro e me entregando.

– Obrigada. - Agradeci baixinho e ele assentiu
saindo e me deixando ali, sozinha novamente.

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