O beco escuro e nojento estava cheio de ratos, os animais e os humanos, um deles passava um saquinho com pó branco com uma mão e pegava o dinheiro com a outra, de repente ele ouviu passos na entrada do beco e se virou, quando viu a grande forma que vinha em sua direção ele ameaçou correr, mas foi parado pela voz da grande sombra.
- Dionizio. Meu querido amigo, se você me fizer correr eu vou quebrar as suas duas pernas.
-Bruto, meu parça. Você por aqui? Que surpresa. - Disse isso, enquanto jogava seus produtos em um canto escuro.
- Fiquei com saudade e vim te fazer uma visitinha.
A grande sombra respondeu enquanto erguia o saco de ossos pelo colarinho e o empurrava contra a parede.
- Qualé Bruto, eu não fiz nada cara. Tô limpo. Eu juro.
- Não jure em vão. Eu não vim te prender, dessa vez, olha só como você está com sorte. Eu vim fazer uma pequena entrevista com você.
- Olha. Que sorte a minha.
- A entrevista vai ser assim: Eu pergunto, você responde. Simples né. Agora se eu perguntar e você não responder aí eu vou ter que te convencer, entendeu?
- Sim.
- Sim o que?
- Sim, senhor. Eu entendi.
- Garoto esperto. A primeira pergunta é fácil. De quem você pegou aqueles produtos que você jogou quando me viu?
Dioni sabia o que aconteceria se não respondesse, já havia provado daqueles punhos antes, preferia ser morto pelo chefe, do que apanhar daquele cara.
- Eu tô com o Melques agora.
- Ah. Você se bandiou pro outro lado depois que seu último chefe foi preso. Ok. O que mais ele anda fazendo, além de vender essas merdas?
- Eu vi ele conversando com uns caras de terno, não deu de ouvir o que era, mas eles não eram daqui e pareciam importantes. Eu ouvi ele dizendo que ia comprar a boate do Meny também.
- Merda - Disse isso soltando o garoto no chão - Viu Dionizinho, nem doeu. Mas, se eu te ver vendendo essas merdas aqui de novo, eu te faço engolir essas porcarias com saco e tudo. Entendeu?
- Sim, senhor - O medo em sua voz era o reflexo de alguém que sabia que as promessas que saiam da boca daquele homem não eram em vão.
A sombra deixou seu informante ir embora, e em seguida foi em direção ao carro. A noite já estava avançada, por isso ele seguiu rumo a sua casa, não conseguiria mais nada aquela hora. A casa escura e vazia estava limpa e organizada, da mesma forma que ele havia deixado antes de sair, era isso que achava melhor de morar sozinho, ninguém para fazer bagunça, nem cobrar o horário de chegar em casa. Ninguém.
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Bruto
Short Story🥇#Contos de 22k no dia 05/07/2020 O investigador Tomas é famoso em Amerville, uma das cidades mais violentas do estado, sua fama se deve aos métodos controversos que ele utiliza para prender os malfeitores, as pessoas o respeitam, mas o principal...