Outro olhar

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Mel acordou extremamente cedo naquele dia. Resolveu que aproveitaria seu dia de folga ao máximo, fez seu café e sentou na cadeira de balanço que ficava na varanda da frente, estava tranquila e relaxada, quando por descuido viu seu vizinho sair de casa com roupas de corrida, uma regata branca e um short que deixava suas pernas fortes a mostra. Ele passou na frente da casa dela sem olhar para o lado, parecia concentrado na música que saia do seu fone. Ao ter aquela visão ela lembrou dos sonhos nada puros que teve.
A visão daquela manhã com certeza renderia outros daqueles. Como alguém podia ser tão babaca e tão gostoso ao mesmo tempo? Ela não entendia. Ele não era o tipo dela, então porque causava toda aquela reviravolta dentro dela? Pegou seu romance para continuar a ler e estava tão concentrada na leitura que só percebeu que ele estava indo falar com ela quando ja estava praticamente na varanda.
- Bom dia, Doc.
- Bom dia, polícial. Como está o machucado?
- Ah, está melhor. Como eu disse, foi só uma arranhão. Você conseguiu dormir bem depois daquilo tudo?
Ela não entendia de onde havia saído todo aquele bom humor. Ele estava ... diferente.
- Dormi sim. Muito bem - Sentiu seu rosto ficar quente. Ainda bem que ele não podia ler mentes.
- Que bom. Está de folga hoje?
- Sim. E você?
- Só na parte da manhã. A tarde vou encontrar o pessoal do FBI, eles vão falar com o Dioni no hospital.
- Sério?! Espero que eles não o tratem mal.
- Não se preocupe. Eles são mais delicados do que eu. Bem, vou indo.
Tenha um bom dia de descanso.
- Obrigada.
Quando ele saiu ela passou alguns minutos refletindo sobre o que havia acontecido. Eles realmente haviam tido uma conversa completa sem nenhuma farpa. Tinha algo errado ali, ele estava se esforçando para ser gentil. Ele queria alguma coisa, mas o que? Adivinha garota!! Seu sexto sentido gritou, o que todo homem faz quando quer comer alguém? Fica super gentil. Esse santo queria reza. E bem, quem era ela pra negar que estava louca para se ajoelhar. Só de pensar, ela sentiu um calor, decididamente precisava transar.
Entrou para fazer algo para comer, quando ouviu batidas na porta. Atendeu e se surpreendeu, sua vontade foi de gargalhar.
Ali estava Tom, com uma toalha no ombro e uma nécessaire na mão.
- Isso é meio bizarro e ridículo. Não somos amigos nem nada, mas é que minha água acabou e eu não faço ideia de que horas vai voltar, então eu posso tomar banho no seu banheiro. Prometo ser rápido.
- Isso realmente é estranho pra cacete. Mas, fazer o que né. Vai lá. Você sabe onde fica.
Ela esperou ele sumir de vista para soltar a gargalhada que estava presa. Aquilo realmente estava acontecendo? Quem diria que o bruto de Amerville seria capaz de algo tão clichê.
Ela continuou fazendo suas coisas e quando ele saiu com aquele cheiro de sabonete e perfume masculino, percebeu o quanto queria ter entrado naquele banheiro com ele.
- Muito obrigado viu.
- Por nada. Quer um café?
- É melhor não. Já abusei demais da sua boa vontade.
- Imagina, ainda tem um estoque.
Ele parou alguns segundos e percebeu finalmente o que aquilo tudo parecia. Ele não tinha a intenção, foi algo que não conseguiu controlar, tentar ser um pouco mais gentil e o destino parecia querer ajudar já que a água realmente havia acabado. Ele a encarou e teve a certeza de que queria muito foder aquela mulher e se tinha algo que ele conseguia era o que queria. Sem pensar muito se aproximou dela e a precionou contra o balcão da pia.
- O que você está fazendo?
- Vamos ser sinceros aqui. Eu quero te comer e você quer me dar. Que tal a gente parar de enrolar.
Aquilo a teria assustado em outro momento, mas apenas a deixou extremamente excitada. Então como que para provar que ele estava completamente certo o beijou. Não demorou nada para ele retribuir.
Não houve delicadeza, foi um beijo profundo, com línguas se tocando e duelando para ver quem comandava. Ele a agarrou pelo quadril e a fez envolve-lo com as pernas, segurando-a com uma mão em cada nádega.
Foram se levando para o quarto, as roupas foram tiradas com rapidez e quase violência. As mãos dele passearam pelo corpo macio e gostoso dela, sentindo cada parte e seguindo o mesmo caminho com a boca, sabia que tinha que ser delicado, mas não conseguia, então foi bruto. Ela não reclamou, pelo contrário, gostou de cada apertão, de cada mordida, e quando ele finalmente chegou em seu sexo, ela se contorceu enquanto ele a levava ao céu com a língua. Sentiam como se estivessem sendo consumidos por um fogo e ambos queriam muito se queimar, ela chegou ao orgasmo rapidamente, sentiu que flutuava e até podia ouvir a melodia que surgiu com aquele momento mágico, de repente a melodia ficou cada vez mais alta, até que ela percebeu que aquele era o seu toque do hospital, só ligavam para aquele número em caso de emergência. Ela o puxou pelos cabelos:
- Sinto muito, mas preciso atender.
A visão daquele homem maravilhoso com a boca toda lambuzada quase a fez desistir, mas sabia que a médica sempre vinha antes da mulher, então levantou e pegou o celular.
- Alô.
Uma voz chorosa respondeu do outro lado:
- Doutora, eu sinto muito. Aconteceu uma tragédia.
Mel começou a tremer automaticamente.
- Respira e me diz o que aconteceu.
- Entraram aqui no hospital, alguém entrou e conseguiu descobrir o quarto que o rapaz estava. Ele está morto. Mataram ele.
- Espera. Que rapaz?
- O do tiro doutora, o que o policial interrogou.
Mel deixou o celular cair e sentiu as lágrimas rolarem. Tomas, já vestido, se aproximou.
- Ele está morto - Ela disse antes dele fazer qualquer pergunta. Ele não esperou qualquer explicação, soltou um palavrão e saiu correndo.

BrutoOnde histórias criam vida. Descubra agora