Desabafo

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- Antes de qualquer coisa, gostei muito do seu novo visual. Combinou com você.
- Obrigada. Também gostei de ver seu rosto sem toda aquela barba cobrindo. Mas, você não veio aqui falar sobre corte de cabelo e barba.
- Não - Ele se virou para ela, queria olhar em seus olhos enquanto falava - Vim aqui porque, bem, quando nos conhecemos você percebeu que eu não sou o homem mais delicado do mundo, não sou bom com palavras doces e sou bem orgulhoso, odeio falar de sentimentos ...
- Sério, nem percebi.
- Eu sei. Mesmo depois de ter, finalmente, terminado com tudo aquilo e ter conseguido justiça pelo Dioni eu não consegui me sentir satisfeito, a sensação de haver alguma coisa faltando me perseguiu durante dias, então eu acordava, ia até a varanda e olhava pra sua casa e em um desses dias eu percebi o que tanto estava faltando. Era Você. Eu sei que é uma loucura completa, você nem me conhece direito, eu sou um bruto, um babaca e te tratei super mal. Eu só queria que você soubesse que, eu gosto muito do que senti com você, e queria muito uma oportunidade de poder te conhecer melhor e deixar você me conhecer também.
- Eu não sei o que dizer. Eu ... Já refiz minha vida aqui Tomas, eu não posso desfazer tudo de novo, por algo que nem eu entendo.
Ele sabia que existia aquela possibilidade, mas não imaginava que fosse doer tanto, então, pegando o resto de orgulho que ainda tinha, levantou e foi embora.
Mel ficou horas na mesma posição em que estava. Não sabia o que pensar daquilo tudo, havia conseguido enganar sua mente e seu coração naquele tempo que havia voltado, reocupara o cargo na clínica da família, todos ficaram aliviados com o seu retorno e fizeram questão de jogar na sua cara que sabiam que ela não ia durar muito tempo longe da proteção familiar.
Então, quando tudo parecia tranquilo ele aparece daquele jeito, lindo de morrer, dizendo que a queria na vida dele, como se ela fosse esquecer tudo e simplesmente correr pros braços fortes e gostosos dele? Sim, era exatamente aquilo que ela faria. Sem ser dar mais tempo para pensar ela pegou uma mala grande e jogou tudo que precisaria de imediato, depois voltaria para pegar o resto, enquanto trocava de roupa ligou para o dono da casa em Amerville e ofereceu uma quantia considerável para comprar a casa, o homem aceitou imediatamente. Então pegou Einstein no colo e foi para a garagem, dessa vez ela iria levar seu carro, era uma forma de dizer que estava realmente de mudança. Sabia que a viagem seria longa e que Tom já devia estar quase chegando lá, então acelerou mais ainda, já era de manhã quando ela entrou na rua da sua casa, agora ela poderia chamar assim, olhou para a casa do vizinho, depois de estacionar e como esperava o carro estava lá. Decidiu que se organizaria antes de qualquer coisa, mas quando abriu a porta ouviu o barulho de algo se mexendo e vidro se quebrando, ligou a laterna do celular e lá dentro viu um guaxinim escondido em um dos cantos da parede, ela poderia e deveria ter ligado para o controle de animais, mas ali tinha a chance de recomeçar, e da mesma forma pela qual eles haviam se aproximado, então apertou a tecla chamar.
- Alô?
- Olá vizinho. Será que você poderia me dar uma mãozinha aqui em casa, é que aquele nosso amigo guaxinim voltou.
Não houve resposta, ela ouviu um barulho e segundos depois ali estava ele na sua frente, como um super herói em uma missão de salvamento.
- O que? Como? Porque? - Ele perguntou quase sem respirar.
- Antes você pode tirar o meu visitante.
- Ah claro.
Depois de expulsar o invasor eles entraram e sentaram no sofá, dessa vez Mel fez questão de sentar próxima a ele e segurar sua mão enquanto olhava em seus olhos.
- Depois que você saiu ontem eu passei horas sentada no sofá pensando, refletindo sobre o pouco que nós havíamos convivido, sobre minha vida e a pessoa que eu sou e a que quero ser. Não nos demos bem no início, você realmente se mostrou um idiota, mas depois comecei a notar pequenos detalhes e percebi que aquele cara durão não era você, era o policial e eu me peguei pensando que queria te conhecer melhor, então a gente teve aquela explosão e nossa, nunca senti nada parecido com aquilo, então tudo mudou, veio aquela tempestade, nós nem tínhamos nos aproximado direito e já nos afastamos e eu já tinha aceitado que o que tinha acontecido era só coisa de momento, desejo e etc. Então você me aparece, lindo daquele jeito, me dizendo aquelas coisas e depois de me avaliar bem eu entendi que eu também quero te conhecer melhor e conhecer essa cidade também, quero ser sempre essa mulher/médica que fui naquele pouco tempo que estive aqui. Não sei onde isso vai dar - Frisou apontado para si mesma e para ele - Mas eu quero tentar. Se você ainda quiser é claro. Se não, bem, vai ter que me aguentar como vizinha porque eu comprei essa casa então ...
Ela não teve tempo para finalizar seu discurso, ele a puxou para si e a beijou, um beijo cheio de promessas e convicções de que o futuro era incerto, mas eles podiam muito bem dar uma chance para o amor, se ia durar ou não, só o tempo poderia dizer.

FimGratidão a você que acompanhou essa pequena história de amor, agradeço muito cada estrelinha e comentários me pedindo para continuar, depois de um longo período de bloqueio sem conseguir escrever nada fico extremamente aliviada em perceber que,...

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Fim
Gratidão a você que acompanhou essa pequena história de amor, agradeço muito cada estrelinha e comentários me pedindo para continuar, depois de um longo período de bloqueio sem conseguir escrever nada fico extremamente aliviada em perceber que, apesar de ser um conto curto e sem muita elaboração ou preocupação com escrita, eu ainda consigo escrever e fico ainda mais feliz ao perceber que há pessoas dispostas a lerem o que eu escrevo. Então muito obrigada. E se tudo der certo logo, logo haverá outros contos nesse estilo.
Um beijo de mel do Tom.
Até a próxima ❤️

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