☀〡Six〡

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Eu não havia matado tantas pessoas assim em minha vida. Por mais que, às vezes, até eu mesmo me esquecesse disso. A primeira vez que quase matei um humano eu tinha dezesseis anos. Não pensei duas vezes antes de voar no pescoço de Enrico Santiago. Eu estive muito perto de matá-lo, mas não o fiz. Talvez eu fosse fraco demais, mesmo que não quisesse admitir. A segunda vez foi diferente. Estava tão coberto de raiva que levei Victor para a morte sem hesitar. Pouco depois, algo em minha mente começou a me atormentar, mas eu sempre justificava o meu ato como algo bom. Eu havia salvado o Peter, afinal. O namorado da minha irmã. Alguém com a alma muito mais nobre do que a daquele condenado do Von Doom e até mesmo a minha. Depois da guerra que eu mesmo havia causado, matar pareceu um pouco mais fácil. Não era tão agradável assim, mas era algo que eu poderia lidar. Não sentia tanto remorso assim, principalmente sabendo que não eram boas pessoas. Quero dizer, não era bom, mas suportável.

Por alguma razão, essas lembranças estavam percorrendo a minha mente. Talvez fosse a adrenalina em meu corpo pela proximidade de um confronto. Ou o cansaço pela falta de descanso que estava começando a chegar. Ou até mesmo a possibilidade de morte que pairava no ar.

Quando eu abri a porta da casa de Mohamed, sabia exatamente o que estava fazendo. Mary e eu adentrando no lugar praticamente ao mesmo tempo. Demos de cara com uma jovem assustada. A mesma jovem que nos atendera antes. Seus olhos estavam arregalados, em choque, e ela olhava para Mary e eu sem parar. Ela deu um passo para trás, alarmada.

-O que vocês querem? - A jovem perguntou em sua língua.

-Mohamed. Nós viemos atrás de Mohamed. - Respondi, mantendo a voz calma para não piorar a situação. - Onde ele está? - Ela não precisou responder, pois um barulho vindo do andar de cima foi o suficiente para revelar onde o sujeito estava.

A jovem foi rápida quando me deu um golpe no rosto com o pé, me derrubando no chão, revelando que de inocente ela não tinha nada. Filha da... Caí com tudo por cima de uma mesinha, partindo-a ao meio. Percebi no mesmo instante que a mulher estava acobertando Mohamed. Ela partiu para cima de Mary, que se defendeu com socos e pontapés. Me levantei rapidamente e subi a escada correndo, sem nem olhar para trás. Mary ficou para trás, numa luta árdua com a outra garota. Mas, eu sabia que ela me alcançaria logo. Ao chegar no segundo andar, me deparei com um corredor estreito. No final no corredor, havia uma janela aberta e Mohamed estava tentando pular por ali.

-Hey! - Gritei, correndo na direção do homem.

Mohamed pulou da janela, caindo no telhado de uma casa vizinha. Ele não parou de correr, entretanto. Apertei meus passos e pulei da janela também, correndo atrás do homem por cima das casas. A cada vez que ele pulava para o telhado de uma casa vizinha, eu o seguia. Usei feitiçaria Asgardiana para tentar acertá-lo, mas o humano desviou. Nesse momento, xinguei Loki mentalmente por não ter me concedido poderes de hipnose. Seria bem mais fácil e rápido se eu pudesse apagar Mohamed usando a minha mente como a minha irmã fazia. Evitaria tanto esforço e não teria que amassar minhas roupas caras pra isso. Ah! Minhas roupas! Lamentei mentalmente. Se tivesse poderes hipnóticos eu também não precisaria eliminar água pela minha pele. Por meu falecido avô! Eu não esperava que suar fosse algo tão pegajoso e desconfortável. Fazia eu me sentir grudento e a camisa colava em minha pele como se não fosse descolar nunca mais.

O homem continuou correndo, se atirando de telhado em telhado. Ele parecia estar ficando mais cansado. Aproveitei a deixa e o acertei em cheio com magia. Mohamed foi atingido no exato momento em que estava pulando de um telhado para o outro. Ele caiu no terraço, rolando. Pulei logo em seguida, parando de frente para ele.

-Chega de brincadeiras, Mohamed. - Grunhi.

Ele tentou se levantar do chão, mas puxei um revólver da cintura e apontei em sua direção. Agora eu me lembrava porque usava um revólver mesmo tendo poderes. Um: eles pareciam ter um impacto muito maior nas pessoas. Dois: dava a mim o que fazer com as minhas mãos enquanto ameaçava o sujeito. Três: me deixava um tanto mais sexy e ameaçador.

The Mischievous Prince - Spin-offOnde histórias criam vida. Descubra agora