☀〡Twenty〡

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ATENÇÃO!!! O capítulo a seguir pode conter gatilhos emocionais.


A notícia de que os anciãos mais sábios e poderosos estavam chegando já tinha se espalhado. Isso foi a primeira coisa que Nerfi ouviu logo que acordou pela manhã e foi falar com seu tio - os velhos sábios estavam chegando e no mais tardar de um dia estariam no palácio. Consequentemente, o julgamento de Amora seria em dois dias e logo em seguida a cerimônia de perdão do rei.

Nerfi nunca estivera tão ansioso em sua vida, mas, ainda assim, ele estava confiante. O príncipe já havia revisto todos os seus argumentos e todas as evidências - se tudo desse certo, a Encantor seria inocentada e poderia voltar a viver em Asgard. Pensar nisso, de certa forma, o enchia de esperança. Nas últimas semanas ele havia tido bons momentos com a mãe e podia jurar que ela já gostava um pouquinho dele. Talvez, Nerfi estivesse se precipitando um pouco, e, seu lado racional o lembrava constantemente disso. Ele não queria se iludir (mesmo que sentisse que isso já havia acontecido). Ela ainda era uma feiticeira. E, ele precisava lembrar que sua decisão de voltar tinha sido estranha. E, principalmente, precisava se lembrar da visão de sua irmã. Evie não acreditava em nada na mudança da Encantor e Nerfi sabia que sua irmã tinha uma intuição que não costumava falhar. No entanto, ele tinha esperanças. Tinha esperanças de que ela estivesse querendo mudar de verdade. Ele não podia estar tão errado, podia? O jovem torcia para que não.

Tanta ansiedade pelo julgamento se aproximando o fez correr até o quarto de Amora. A feiticeira não demorou para atendê-lo e o jovem adentrou no lugar, um tanto animado.

- Olá, babyboo. - A Encantor disse em seu tom bem-humorado de sempre. - Parece animado. Boas notícias?

- Ótimas notícias. - Sorriu. - Seu julgamento vai ser em dois dias. - Contou de uma vez só. Amora parecia ter levado um choque, pois mal conseguiu esboçar uma reação de felicidade ou tristeza. Ela piscou rápido algumas vezes e Nerfi percebeu que ela não estava muito feliz com a notícia.

- Mas já?

- Sim. - Respondeu tranquilamente. - Acho que quanto antes melhor, não? Não está ansiosa para acabar logo com isso? - Franziu o cenho.

- É claro! - Deu de ombros. Nerfi estreitou os olhos, analisando sua expressão.

- Não está com medo, está?

Amora o encarou, séria, como se tivesse sido ofendida.

- Mas é claro que não! - Disse orgulhosa, o que fez Nerfi sorrir. - Não tenho medo de nada. - Acrescentou e sentou-se na beirada de sua cama. - A notícia só me pegou desprevenida. - Ela foi sincera.

-Não se preocupe. - Respondeu tranquilo. - Tenho uma boa sensação quanto ao julgamento. - Amora apenas deu um sorriso fraco como resposta.

[↔]

- Então, vai mesmo defender a Encantor no julgamento? - A pergunta de Knut soou muito mais como um comentário. Nerfi deu um longo suspiro. Os dois caminhavam pelo jardim, entre o labirinto de flores silvestres. Ultimamente, caminhar por ali estava sendo uma das atividades preferidas do príncipe. Era uma boa forma de aliviar a tensão, quase como uma terapia.

- Não vou mudar de ideia, Knut.

O guarda balançou a cabeça, sorrindo um pouco.

- Acho que não tem ideia do que vai enfrentar. - Suspirou. - Eu preferiria entrar em uma batalha com um jotun do que estar em um julgamento com anciãos asgardianos. - Nerfi o encarou, soltando uma risada fraca.

- Não imaginava que fosse tão covarde assim, Knut. - Provocou, divertido. O guerreiro fez uma careta.

- Você não entende. - Ele parou de caminhar e o príncipe o acompanhou. - O que aqueles sábios têm de velhice, eles têm de teimosia. Eles são irredutíveis, quase nunca declaram ninguém inocente. - Knut soltou uma risada fraca.

The Mischievous Prince - Spin-offOnde histórias criam vida. Descubra agora